sábado, 29 de abril de 2017

vegetarianismo

                                    TODOS AO VEGETARIANISMO

João Joaquim  

O Estado brasileiro está sendo destituído ignominiosamente de sua credibilidade, de sua honra, de seu respeito, de sua grandeza como nação soberana. Faltava alguma coisa para essa desclassificação, para esse depauperamento. Não falta mais. Um grupelho de homens públicos e privados se encarregou da empresa. Uma de nossas principais commodities foi colocada em cheque. E não é culpa dessa mercadoria de primeira necessidade, a carne.
Ao contrário do que foi intitulada a operação da polícia federal , “operação carne fraca”, outro nome deveria ter sido criado. Deveria ter sido nominada operação mentes fracas. Tal o grau de insanidade e sandice dos que perderam o uso da massa encefálica cinzenta; os alienados, idiotas, néscios, tolos, parvos e mentecaptos. Os que tiveram a infeliz ideia de fazer o que? Trocar etiquetas com validades vencidas, injetar água no frango, revitalizar as carnes com ácido sórbico, embalar as carnes com papelão e outros trambiques a mais. Ideias de  doidivanas. Poderiam ao menos ter sido mais inventivos, e não foram.
O que deliberei de ora avante é me tornar vegetariano ou vegano. Nada de proteína que venha de bicho que esperneia, nem tão pouco proteínas  que cheirem a carne pútrida ou revitalizada com tais e outros produtos químicos. Muito sintomático e sediciosos foram os diálogos editados e publicados pela Policia Federal nos áudios autorizados pela justiça.
Agora imaginem muitos outros inauditos e propositadamente deixados fora dos  autos, não divulgados para nós consumidores.

Supositiciamente,  temos o seguinte:

- Fulano: E aí, sicrano, como estão aqueles lotes de alcatra fora do freezer há 7 dias?
- Sicrano: Uai chefe, (sicrano mineiro, pelo uso do uai) têm vários cortes já com bichos-varejeira.
- Fulano: Não tem de quê. Tudo é proteína. Tal qual o bicho-de-goiaba. Tasca nessas carnes aí umas porções de ácido bórico( se fosse sórbico, inda ia bem, mas bórico) e nitrosaminas, cozinhe tudo e faça salsichas. Fica bom que é uma beleza.
- Sicrano: Arre, deu-me até engulho. Fim da ligação.

Eu fico de cá a imaginar os adeptos e aficionados de um bom churrasco, aquela picanha, aquele cupim. Um detalhe positivo é que ninguém terá deficiência de vitamina C, o mesmo ácido ascórbico.
E as sugestões das carnes com colônias de salmonelas/ as bactérias campeãs de gastroenterocolites?  Aquele quadro do chamado piriri com  diarreia, cólicas abdominais, desidratação e outros achaques nada agradáveis. Outro diálogo bem emblemático :
- Faça cocção de tudo e produza linguiças e salsichas. Ordenou um outro gerente de um frigorifico investigado. Ao cabo e no frigir das carnes e dos ovos tudo se encerra em proteínas, em comida muito sadia( sem trocadilho com uma das marcas sob suspeita).

O que concluo depois de tanta putrefação, azedume e fermentação é que vou me sustentar com  alimentação do reino vegetal. Sequer quero comer ovos, leite e derivados. Porque não sei como são criados pintos e frangos. Nem que ração são oferecidas à aves.
E faço mais algumas exigências. Alface e grãos sem agrotóxicos. Porque ainda tem os riscos dos defensivos agrícolas. O grande mal de tais inseticidas, é que são promotores de graves doenças  como câncer, leucemias, aplasia (destruição, atrofia) de medula óssea e insuficiência hepática ou renal.
Vegetais orgânicos. São essas as minhas opções alimentares. São hortaliças, legumes e grãos cultivados sem agrotóxicos, sem pesticidas e sem fertilizantes. Ao natural e com as forças e nutrientes do meio ambiente. De preferência cultivados em estufas de casa ou em jardineiras, porque aí tenho certeza da origem dos vegetais.
Enfim, meus compatrícios, esta é uma oportunidade única. De todos se aderir ao princípio da vegetarianismo. Esqueçam essa história de carne fraca. Convertam-se ao mundo e à pureza do vegetarianismo, porque ele é muito mais forte e não apodrece fácil. Março/2017

sexta-feira, 7 de abril de 2017

OS 4 HUMORES

SER FELIZ  E  FLEUMÁTICO OU RAIVOSO E BILIOSO
João Joaquim 


Quando se fala em humor em nossos tempos vem logo à nossa memória aquele sentido que tem o termo de se referir à vocação ou tendência latente em cada um para a alegria, para a graça, para o riso, enfim àquele momento de relaxamento de ansiedade, enfim estar em  serenidade. Tal predisposição da alma e do espírito se tornou até uma arte, uma profissão. No Brasil, temos como exemplos um Tom Cavalcante, um Jô Soares e Chico Anísio (falecido) entre muitos outros humoristas  menos famosos.
Na verdade, trata-se de uma habilidade nata. O indivíduo já nasce engraçado. Um exemplo muito sabido , em âmbito mundial,  foi Charles Chaplin. Ele em si era o humor em pessoa, além de grande dramaturgo e exímio ator.
A origem do que hoje entendemos como humor vem de priscas eras e tinha outro significado. Ainda hoje temos resquícios do que era estudado pela antiga medicina. Vamos então a questões pontuais da história. Hipócrates, considerado o pai ou precursor da medicina propôs a teoria dos quatro humores. Eram eles o sangue, a fleuma, a bílis amarela e a bílis negra. Outro pensador e médico que defendia a mesma teoria foi o grego Claudio Galeno, de Pérgamo. Admite-se que a homeopatia criada por Samuel Hahnemann (1755-1843) foi inspirada na teoria dos quatro humores de Hipócrates e Galeno.
De fato há mesmo um certo nexo lógico entre os dois cientistas . Galeno pode ser  Considerado o pioneiro das chamadas formulações magistrais. São aquelas cujos princípios ativos são variáveis, a depender do paciente e profissional que as indica. Diferente da chamada fórmula  oficinal cujos ingredientes são fixos e tem validade mais prolongada.
Eu disse que a medicina atual tem resquícios da medicina hipocrática e galênica. Ao menos em terminologia. Por exemplo, nos olhos temos dois tipos de humor, o aquoso que preenche a câmara anterior do globo ocular e o humor vítreo (translúcido como vidro) que preenche a parte posterior dos olhos antes da retina. São componentes gelatinosos de grande importância na fisiologia da visão.
Outros pensadores e cientistas também defenderam a teoria inicial de Hipócrates e Galeno. Um exemplo que a história registra é a do médico suíço Paracelso (1493-1541). Ele dava muito realce por exemplo à composição e efeito dos minerais no organismo humano. Talvez dele  é que tenha nascido a ideia da chamada “medicina ortomolecular”. Prática não reconhecida pelo conselho federal de Medicina.
A tese central da teoria dos quatro humores de Hipócrates era que a saúde do indivíduo, a chamada homeostase interna dependeria da perfeita concentração e equilíbrio dos quatro humores: sangue, fleuma, bílis negra e bílis amarela.
O sentido das ideias de Hipócrates em sua teoria dos humores remanesce na medicina moderna e na cultura popular, senão vejamos alguns significados.
Do sangue temos os adjetivos  sanguíneo, sanguinário e pletórico. Traz a conotação de um indivíduo avermelhado, mau,  raivoso e colérico. De fleuma temos, fleumático  e diz-se do indivíduo sereno, pacífico, calmo. De bílis, bilioso, angustiado, deprimido. O termo humor negro por exemplo traz esse sentido, amargurado, deprimido, sem nenhuma graça ou encanto.
Por isso e como recomendação de boa saúde é  que eu, o que aqui vos escreve,  continuo fleumático, banhado dos humores da alegria, do riso e de felicidade.
Em termos científicos o que temos hoje? Dos quatro humores de real temos o sangue e a bílis. A cor da bílis é amarela e única. Ela pode se tornar negra, no caso de uma inflamação , de uma infecção o em sangramento de vias biliares. Talvez a fleuma a que se referia Hipócrates seja a linfa, da circulação linfática, de cor esbranquiçada tirante ao leite. Mas, ela nada tem a ver com efeito de alegria e bom humor. Se alterada e represada ela vai causar inchaço, edema e muito desconforto no órgão envolvido. A bílis fora da circulação hepática ( vias biliares) é uma substância altamente irritante e passível de graves complicações no abdome. O sangue quando diluído, com hemoglobina baixa gera  a anemia. Se muito concentrado, contrário da anemia, ele causa um estado pletórico, o indivíduo fica afogueado, vermelho e tem tendência a trombose. Por isso, nessa condição existe a indicação para sangria, que consiste em simplesmente o indivíduo  doar o sangue num banco de sangue e tratar a causa dessa chamada poliglobulia, alta concentração de hemácias 

segunda-feira, 3 de abril de 2017

INFARTO , posso ter ?



Posso morrer de infarto ?

João Joaquim

.... Pergunto a um paciente que me procura para consulta : Pois não, mas o que o motivou a procurar um cardiologista?

-"Olha doutor, Eu fiquei preocupado. Meu tio não tinha nada, era saudável e teve um infarto fulminante. Ele tinha 55 anos. Na juventude foi até atleta e ainda jogava sua bolinha três vezes por semana. A única diversão dele era, além da bola, degustar um churrasquinho e tomar sua cervejinha. Cigarro só mais nas rodas de amigos de bola e da cerveja. Nos finais de semana costumava pegar mais pesado na cerveja e na carninha assada".

O relato acima refere-se a um caso concreto de uma amostra mais ampla de tantos casos semelhantes dos consultórios de cardiologistas.

O caso aqui em foco da consulta refere-se a um paciente masculino de 40 anos de idade. Abalado e ansiosamente sugestionado pela morte do tio passou a vivenciar os riscos (perigos) de sofrer o mesmo revés do parente que teve morte súbita por infarto agudo do miocárdio.

As dúvidas de nosso consulente:- "doutor, será que eu tenho risco de sofrer de infarto? Eu estou aqui para isto, quero que o Sr me faça todos os exames possíveis. Quero saber o que devo fazer daqui para a frente para evitar a doença" .

Minhas respostas ao consulente. Sim, todos têm riscos de sofrer um ataque cardíaco, especialmente acima dos 35 anos de idade. O homem tem risco maior do que a mulher. Após a menopausa a mulher tem as mesmas chances do homem. Mulher jovem e de estilo de vida insalubre, se equipara ao homem nos riscos de um evento cardíaco.

existe alguns agravantes. Em medicina nós valorizamos muito os chamados fatores de risco. Nada mais são do que hábitos ou doenças constitucionais ou adquiridas que aumentam as chances de o indivíduo sofrer esta ou aquela doença muito vinculada a esta condição insalubre(fator de risco) . Em cardiologia e neurologia estes fatores são bem conhecidos e estudados. Os fatores de risco maiores são tabagismo, sedentarismo, colesterol alto, hipertensão arterial, diabetes, obesidade sistêmica e/ou abdominal.

Tornando ao perfil de nosso cliente, ele era um homem de 40 anos , sedentário, obeso leve, colesterol 250mg/dL(normal até 200), triglicérides 200mg/dL(normal até 150), glicose 110mg/dL( normal até 90), ex tabagista, pressão de 14,5/9,0( normal até 12/8) , gordura abdominal( “barriga de chope”) e estresse profissional. Somando o fator hormonal masculino mais a história familiar, o paciente aqui em tela tem 10 fatores de risco para um evento cardioneurovascular (infarto ou derrame cerebral).

Resta observar que o sedentarismo, o ganho de peso, colesterol, triglicérides, glicose alta, hipertensão leve são fatores mórbidos adquiridos, cuja correção se faz com atividade física, e dieta mais saudável; ou seja sem nenhum ônus para a pessoa.

Além dos exames de sangue foram feitos eletrocardiograma e teste ergométrico cardiológico para pesquisa de doença coronária(obstrução arterial), cujos resultados foram normais. A recomendação para este paciente foi mudança do estilo de vida ( hábito alimentar+ atividade física) ,mais check-up de ano/ano.



As lições deixadas por este caso clínico real são a negligência e o descaso que as pessoas têm com relação à prevenção das doenças. Para doenças de elevada morbidade e mortalidade a melhor forma de enfrentá-las se chama prevenção. As doenças cardiológicas , as neuro e cardiovasculares , e o câncer em geral fazem parte desse espectro que mais matam no mundo.

A moral que nos deixa o relato desse paciente é esta: Todos podemos morrer de males traiçoeiros como um infarto, um derrame cerebral, uma arritmia cardíaca. Muitas vezes a primeira manifestação já é uma crise cardíaca de alto risco ou morte súbita . Para muitas destas doenças que surgem sem aviso prévio, a melhor estratégia é ter um estilo de vida saudável . Ser previdente é o segredo de se viver bem e melhor. Seja no trânsito, na AIDS, de câncer de próstata ou de mama, de infarto, de derrame cerebral etc, a melhor estratégia, o mais eficaz está na prevenção, e quanto mais jovem se cuidar melhor.


INFARTO E EXERCÍCIO

                            

          INFARTO:  O BENEFICIO DO EXERCICIO FISICO

                                                                                                João Joaquim de Oliveira–


O enfarte ou infarto  agudo do miocárdio constitui na mais grave emergência médica. Prova disso são as estatísticas extraídas dessa catástrofe cardiovascular. Dos pacientes acometidos pela doença , 50% morrem antes de ter acesso a qualquer assistência médica. No grupo dos sobreviventes, 10 a 15%  morrem durante o tratamento hospitalar e 10 a 15%,  se não adequadamente tratados após a alta hospitalar , podem ter um novo enfarte  nos primeiros 5 anos; ou seja, contra uma tragédia clinica tão devastadora o melhor a fazer é a prevenção. 
A melhor estratégia contra a doença arterial coronariana (enfarte, angina de peito, morte súbita) é a chamada adoção de um estilo de vida saudável. Isto se dá eliminando ou tratando os chamados fatores de risco para doenças cardiovasculares, dentre os quais se destacam o tabagismo, o colesterol alto, o sedentarismo, o estresse, o excesso de peso e a hipertensão arterial. Um indivíduo tem maior ou menor probabilidade de sofrer um ataque cardíaco na proporção em que tenha os citados fatores de risco. Estes são cumulativos e interativos. Quanto mais fatores presentes maiores os riscos de um evento mórbido.
Se a era da robótica e da informática trouxe como corolário mais conforto, celeridade, maior produção e produtividade nas ações humanas, ela propiciou o surgimento de  muitos  fatores nocivos à saúde, sobretudo ao sistema circulatório. Para minimizarmos ou eliminar muitos males da modernidade como o estresse, o sedentarismo e  a ansiedade da vida corrida e competitiva temos que reportar à época do homem das cavernas para buscarmos o seu melhor antídoto: o caminhar. Em que pese todos os avanços técnico-científicos no entendimento diagnóstico e terapêutica das doenças em geral, nenhuma estratégia  ainda suplantou este meio tão primitivo, natural e de inequívoca eficácia na prevenção, na cura e reabilitação da doença cardiovascular.
O exercício físico seja ele aeróbico (caminhar, nadar, pedalar) ou isométrico (musculação) deveria ser incorporado na agenda diária de cada pessoa ou no mínimo 3 a 4 vezes por semana , seja o indivíduo  saudável (prevenção primária) ou mesmo portador de alguma cardiopatia (prevenção secundária de novos eventos  e reabilitação cardiovascular).
Salvo poucas exceções todo portador de alguma cardiopatia pode e deve fazer exercícios físicos tendo a clara noção de que , previamente ao início de qualquer atividade, seja feita uma avaliação médica especialização para quantificar a intensidade, tipo  e tempo das sessões de atividade física .
O ato de exercitar  além de por si só produzir benefícios saudáveis ao sistema cardiovascular e saúde como um todo, ele atenua e elimina outros grandes fatores de risco como o colesterol, os triglicérides, o excesso de peso corporal, a hipertensão arterial, o estresse etc.
Diríamos como recomendação geral que toda pessoa, independente da idade, antes de ingressar em um programa de atividade física deve no mínimo consultar um cardiologista e fazer um eletrocardiograma. As pessoas saudáveis acima de 35 anos devem além da consulta médica fazer um teste ergométrico cardiológico. Portadores de alguma cardiopatia necessitam um avaliação mais rigorosa e específica no sentido de quantificar e escolher qual a melhor modalidade de exercícios físicos adaptados a sua classificação de baixo, médio ou alto risco.
Um grupo especial de pessoas candidatas a prática de exercícios físicos são os convalescentes de enfarte do miocárdio ou derrame cerebral.  Nesta orientação reporto-me a uma pergunta recente a mim feita por um cliente em consulta: doutor, tive um enfarte  e agora ?  Ora!  não há nenhum mistério, nenhum pânico . Em primeiro lugar vamos combater e eliminar todos os fatores de risco causais do enfarte. Quanto a atividade física ela mais do que nunca será de vital importância na reabilitação pós-enfarte . Basta lembrar que o coração é um músculo e como tal se regenera, se fortalece e melhor funciona com o exercício bem dosado e bem orientado. O sistema circulatório geral( veias, artérias, capilares) é constituído de fibras musculares e também se revitaliza e torna-se mais dinâmico. Toda a massa muscular esquelética ganha em reflexos , força e resistência. Graças a esses e outros efeitos benéficos do exercício é como se alem de melhorar o coração torácico a pessoa ganhasse um  “coração periférico” a mais ( hipertrofia muscular esquelética, musculatura mais dinâmica ), propiciando um  aparelho circulatório mais eficiente e mais imune a novos ataques cardiovasculares (derrame , enfarte).
Que a atividade física faz bem para a saúde “sensu latu”é inegável.  O que não se pode conceber é o engajamento em programa de exercícios, sem o prévio   conhecimento da real  condição clínica. A sensação de ser aparentemente saudável não exclui o risco de alguma anormalidade assintomática do  sistema circulatório  ,  até mesmo de grave prognóstico, como  é possível ocorrer até mesmo com os atletas profissionais.
 Portanto,  seja você aparentemente saudável  ou portador de alguma  forma de cardiopatia, procure fazer uma avaliação médica  pré-atividade  física e bom exercício para todos.
Este artigo, nas palavras do jornalista e publicitário Raul de Assis, torna-se de utilidade pública,  como um alerta e mais atenção que se deve dar a saúde geral e do coração ,  este inestimável e maior bem que possa ter cada pessoa e cada leitor deste jornal.


João Joaquim de Oliveira  médico cardiologista
www.drjoaojoaquim.blogspot.com / 3229-4447- 9.8224-8810


EXERCÍCIOS


A prática de esportes e exercícios físicos a cada dia se torna um hábito mais frequente. As vantagens deste hábito são incontestáveis. A compleição física, a resistência orgânica às diversas agressões do meio externo, e mais que isto, a qualidade de vida dos desportistas é significativamente superior quando comparada com pessoas mais sedentárias.
Todavia, a prática de esportes geralmente se dá sem uma prévia avaliação médica das condições de saúde, sobretudo do aparelho cárdio-vascular. Não quer dizer com isso que exista alguma condição que inabilite alguém de praticar esportes, em verdade o que há é inadequação de exercícios físicos para certas pessoas, portadoras de algum fator de risco e/ou condição patológica( ex: hipertensão,  fumo, colesterol alto,  arritmias, obesidade).

FATORES DE RISCO

OBESIDADE- Hoje reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como doença altamente prevalente, tem alto índice complicações cardio-circulatórias. Todo obeso que queira iniciar a prática de esportes deve fazê-lo de forma gradativa e se possível com prévia orientação médica. Enfatiza-se a prática de exercícios físicos neste grupo, uma vez que é medida terapêutica importante na sua profilaxia e tratamento.
TABAGISMO - No âmbito esportivo o fumo representa grande fator de risco, pelo seu envolvimento nas doenças cárdio-vasculares e pulmonares (hipertensão arterial, insuficiência coronariana, infarto agudo do miocárdio, doenças obstrutivas de artérias de membros inferiores, enfisema, asma, bronquite, câncer pulmonar etc).
ALCOOLISMO - O uso vicioso e abusivo do álcool é também condenável pelas suas implicações nas doenças cárdio-vasculares, gastro-intestinais e neurológicas.
ATLETAS DE FINAIS DE SEMANA - É prática muito comum as pessoas praticarem exercícios físicos apenas nos finais de semana. Sabe-se que a prática de exercícios físicos para ser benéfica deve ser realizada pelo menos 3x/semana, de forma qualitativa e quantitativamente ideal.
FAIXA ETÁRIA - Os idosos acima de 65 anos devem ter cuidados especiais na prática de exercícios físicos. Além de grau avançado de arterioesclerose, eles têm menor reserva cardíaca e representam as pessoas de maiores riscos quando submetidos ao estresse do esforço físico. É boa norma que os idosos façam exercícios físicos moderados tipo caminhadas, movimentos articulares em séries, natação recreativa, terapia ocupacional (artesanato, criatividades intelectuais, jogos de memória etc). Todas essas práticas visam sobretudo manter boa tonicidade muscular, aumentar a reserva miocárdica, melhorar o fluxo sanguíneo aos tecidos e evitar a rigidez das articulações.

DOENÇAS CÁRDIO-PULMONARES e EXERCÍCIOS FÍSICOS

HIPERTENSÃO ARTERIAL - Cerca de 10%-20% das pessoas são hipertensas e a maioria destas sem sintomas. Apesar de silenciosa, a hipertensão é de altíssima morbi-mortalidade. Não há contra-indicações de exercícios físicos no portador de hipertensão arterial  desde que convenientemente tratado, aliás a prática de esportes é até recomendável como medida terapêutica. No entanto, vale ressaltar que as pessoas hipertensas sem controle terapêutico, na vigência de exercícios físicos vigorosos, correm sérios riscos de vida, principalmente se essas pessoas são também portadoras de alguma malformação vascular cerebral tipo aneurisma, doença coronária silenciosa, podendo nessas condições ter até um derrame cerebral fatal.
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO - Não contra-indica exercícios físicos, sendo até medida de reabilitação cárdio-vascular. A prática de esportes no entanto deve ser sob preconização médica.
DOENÇAS DE VÁLVULAS CARDÍACAS - (estenose mitral, estenose aórtica)- Estas lesões, na vigência de estresse de esforço físico, podem desencadear arritmias severas e distúrbios circulatórios com iminentes riscos de vida.
ARRITMIAS CARDÍACAS - (estrassístoles, bloqueios) - Merecem cuidadosa supervisão médica, principalmente se de causa chagásica, exigindo boa avaliação médica pelos riscos que representam.
DOENÇAS PULMONARES (asma, bronquite, enfisema) - Os portadores destas doenças têm na prática metódica dos exercícios físicos importante medida profilático-terapêutica, por melhorar as funções do aparelho respiratório. Para este grupo os exercícios físicos mais recomendáveis são os aeróbicos e a natação.
OUTRAS DOENÇAS - No diabetes, afastadas outras doenças graves e a idade avançada, a atividade física é importante medida terapêutica, por acelerar o aproveitamento celular da glicose, diminuir o nível sanguíneo do colesterol e a obesidade. Os epilépticos devidamente tratados são liberados para a prática de qualquer esporte, exceto os de grande risco (aéreos, corridas de carro etc).
Uma medida suplementar importante na prática de exercícios físicos é a orientação alimentar. Nossa dieta diária necessita de um número de calorias de acordo com nossas atividades e com nosso peso ideal. A obesidade mais frequente, a obesidade exógena, é aquela decorrente do excesso de calorias que ingerimos no dia-a-dia, se ingerimos muito e gastamos pouco (sedentarismo), a consequência natural é o acúmulo de tecido adiposo (obesidade).
Quanto à qualidade da dieta, ela deve conter 50% de glicídios, 35% de lipídios e 15% de proteínas. Entre os glicídios a preferência é por cereais integrais enriquecidos, leguminosas, verduras e frutas em geral. No grupo dos lipídios o ideal são os óleos vegetais e margarinas. Das proteínas, preferir as carnes magras (bovinas e de aves), peixes, ovos (sem gema), leites com baixo teor de carbo-hidratos e lipídios. Após os exercícios ao invés de bebidas alcoólicas tipo cerveja, ingerir sempre sucos naturais, por conter altos teores de vitaminas e eletrólitos, elementos bastante consumidos durante o estresse do esforço físico.
Em suma, são infinitas as vantagens dos exercícios físicos: melhora da estética corporal, redução da obesidade, melhora das condições cárdio-vasculares e pulmonares, melhora da utilização do oxigênio pelos tecidos, melhor adaptação do organismo ao estresse, maior capacidade laborativa, maior mobilidade das articulações, maior potência e resistência da musculatura, dilatação e hipertrofia da microcirculação miocárdica, aumento do diâmetro das coronárias (diminuindo com isto os riscos de aterosclerose e do infarto do miocárdio), redução dos níveis de colesterol, melhora da função do sistema nervoso autônomo e do psiquismo.

DR. JOAO JOAQUIM DE OLIVEIRA  Av. Z, 595 edf Clínicas St aeroporto /3 229-4447

Exercício.Coração



EXERCICIO E CORAÇÃO -   QUE EFEITOS, INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇOES 


O exercício promove a saúde do coração. Antes de qualquer atividade e periodicamente( anual)  exige-se uma avaliação médica (cardiologista) no sentido da segurança, quantificação e quais exercícios fazer. Todos devem ter essa avaliação. Que exames fazer? Consideram-se  idade, saúde do candidato e tipo /intensidade da atividade física. Os + indicados: eletro, ergométrico, ecodoppler.

Exercícios e Condições de saúde.

1.    - Obesidade-efeito terapêutico- exercícios aeróbicos.

2.    - Colesterol e Triglicérides- (dislipidemias) efeito terapêutico


3.    - Hipertensão- efeito terapêutico. Alerta: rigorosamente proibido sem adequado controle terapêutico- Risco de complicações até morte súbita

4.    - Arritmias- Efeito terapêutico em 90% dos casos. Mas com prévia orientação do cardiologista -Em 10% dos casos-Risco de piora até morte súbita .

5.    - Doenças pulmonares asma, enfisema efeito “terapêutico”, reabilitação-aeróbicos e isométricos.

6.    - Diabetes- Efeito terapêutico, tipo I e tipo II- Exige-se adequado controle com Endocrinologista - Pré-avaliação com  Cardiologista.


7.    - Doença de Chagas- Todos podem fazer. Mas com orientação (cardiologista).

8.    - Vítimas de Infarto- Efeito de reabilitação, terapêutico, continuado- o mais precoce possível (7 dias).

9.    -Pós-cirurgia cardíaca -idem.- Marca-passo- Sem contraindicação na maioria dos pacientes.

10.  Anabolizantes -  Trata-se do mais arriscado doping em saúde, graves riscos de hipertensão, trombose,  acidente vascular e câncer de fígado.