ESPELHO SOCIAL
Joao Joaquim
ÍNDICE
Sua excelência o
livro
Educação como
libertação do indivíduo
Um escárnio ético
As relações a duas
pessoas
Dinheiro e
Felicidade
Jesus e Maria em
nossa imaginação
Um geração em risco
Ética e honestidade
Homens e tempos
devassos
Um país com
esperança
As
futimediocridades
O preço do sol e do
vento
Desigualdade na
Justiça
O casamento na era
virtual
Graças às
Ciências
A lição reversa
A religioterapia
A vida é o presente
Fraternidade e amor
sem fronteiras
Ao lixo
Nomofobia e
Fomofobia
A maconha não é a
única culpada
Filho não se forma
com ração
Pib da felicidade
Dedicatórias:
Sandra Regina
Araújo S. Silva – esposa e intrépida companheira.
Os Filhos: Andressa
de Souza Neves & Gustavo de Souza Oliveira,
que formam minha
principal energia motriz na vida.
Aos meus pais( In
Memorian) Luiz Bertoldo de Oliveira/Ercília de Paula Neves.
Meus Irmãos ( In
Memorian) José Luiz de Oliveira e
Vicentina de Oliveira Neves.
Neuza ,Noeme ,
Nilma , Samuel . Pais e irmãos que representaram e representam meus exemplos e
minhas diretrizes de uma vida ética, fraterna e de honestidade em tudo.
PREFÁCIO
Sobre o autor João
Joaquim
Emoldurada pelas cortinas do tempo a humanidade vem
se debruçando ora sobre os mais brilhantes e inovadores raciocínios, ora junto
às mais insensatas pressuposições e acirradas polêmicas. Muitas vezes, a mesma
humanidade arrisca-se em saltos no
escuro no anseio de proclamar seus princípios, defender interesses e promover
realizações que se lhe possa nortear os caminhos e consolidar o progresso.
Assim como para lhe garantir a aquisição de bens.
Uma descoberta aqui, uma invenção ali, e lá se vai à
desenfreada corrida rumo ao pódio ou ao calabouço da decepção e do fracasso.
Donde brota a exaustiva luta contra a dualidade do ser e do poder. A escolha,
quase sempre, a menos justa.
Nos recortes sangrentos da História surgem os
profetas que reportam aos dissabores e transtornos que as atitudes impensadas
de muitos podem gerar para eles próprios e para as demais pessoas. Alertam,
prenunciam, divulgam suas crenças e seus pontos de vista. Contrapõem aos surtos
ambiciosos de monarcas soberanos e/ou de sistemas que escravizam e dizimam suas
tribos e aldeias, a sua gente. Choram com os seus e com eles lutam por
dias melhores. Não raro são exilados, encarcerados e submetidos às mais
indigentes torturas. Muitos profetas se destacaram desde a Antiguidade, Isaías,
Elias, Eliseu, Jeremias, Oséias...
Nos tempos pós Cristo, ouve-se uma voz que clama no
deserto. Uma seta que aponta para Aquele que tira os pecados do mundo, do qual
o profeta dizia-se indigno de lhe desamarrar as sandálias. Esse professor é
João, primo de Jesus - seis meses mais velho -, que se tornou Batista porque o
batizou nas águas do Jordão. Falava verdades àqueles que não desejavam
ouvi-las. Teve a cabeça decepada.
Ainda remonta à Antiguidade outros homens que
arrebanharam multidões, grandes oradores e mestres da palavra - Tales de Mileto, Pitágoras, Heráclito de Éfeso, Protágoras, Sócrates
Platão, Aristóteles, Epicuro .
Na Idade Média, Albertus Magnus, São
Tomás de Aquino, Santo Agostinho. Idade Moderna – Francis Bacon, Thomas
Hobbes, René Descartes, Blaise Pascal, John Locke, Isaac Newton, Friedrich Leibniz. Iluminismo - Voltaire,
Jean-Jacques Rousseau, Immanuel Kant, Denis Diderot, Adam Smith... e
outros tantos que à luz da sabedoria deixam o seu legado literário e
filosófico. Seus pensamentos e concepções desafiam o tempo, rasgam as
vestes do passado e iluminam os dias presentes.
Graças à difusão de diferentes entendimentos
filosóficos, grandes mudanças impactaram e desviaram o curso da História.
Guerras, insurreições e revoluções fomentadas por esses conceitos vão
transformando o pensar e o agir universal. Inúmeras são as invenções e
melhorias, dentre muitas desastrosas.
Chegamos aos tempos modernos e pós-modernos, o nosso
tempo contemporâneo. A alta tecnologia favorece a comunicação em todas as suas
dimensões, e, a humanidade, ao usufruir dessa tecnologia de forma tão desordenada vai
tornando-se parte dela. Tão homogeneamente associada que já não se consegue
separar, tampouco viver sem ela.
Em outros contextos, as profecias e alertas sobre o
bem e o mal que tais instrumentos da alta tecnologia podem desencadear na
população despreparada, hoje se dão pelos mesmos sujeitos de todos os tempos,
agora de modo muito mais abrangente e liberal pelos mais sofisticadas
ferramentas e veículos. E muitos notáveis insurgem profetizando e antevendo o
destino dos povos e das nações. Escribas de todas as modalidades e filosofias
de vida. Neoprofetas pensadores, José, Maria, Waldomiro, Edival, João
Joaquim... entram para o rol da literatura em todos os seus mais diversificados
gêneros e evidenciam registros, informações, reflexões, denúncias, protesto,
opiniões e até conselhos.
João Joaquim de Oliveira, médico e escritor, culto,
sensível, ético, impecável, abalizado profissional, doutor em Medicina e doutor
das palavras, concebe um belíssimo trabalho literário e nos presenteia com esta
instigante obra. São páginas que remontam ao conceito original de crônica, a
histórico-dissertativa. Onde este mineiro de Iapu – MG, de coração goiano,
extravasa parte de seu compêndio cultural e intelectual absorvido em toda a sua
vida de estudos, dos anos de desempenho profissional e vida Universitária e da
prática de leitura diária e esmera-se em crônicas reflexivas de cunho
jornalístico.
Apaixonado por ambrosia, o manjar dos deuses gregos,
pela Literatura Clássica Brasileira, Inglesa, Universal. Por Machado de Assis,
Castro Alves, Rui Barbosa, Casimiro, Shakespeare... por Padre Antônio Vieira e
por Florbela Espanca.
“Eu
fico a imaginar horas a fio sobre tantas esquisitices, a imaginar, com um certo
saudosismo do que foram os tempos na antiga Grécia, dos filósofos Aristóteles e
Platão. Só de ler suas obras traz-me essa saudade. Trago esses dois pensadores como exemplos”.
Joaquim aborda pontos fundamentais da vida familiar,
dos desníveis da sociedade, da educação, moral, ética e honestidade; do
casamento e relacionamento a dois, do apego aos bens materiais, do uso
desmedido, pela população despreparada, das ferramentas de comunicação -
aparelhos como computador e celular – e os conflitos nas redes sociais são
temas por ele apontados, esclarecidos e analisados.
“Quando se fala em bonde do progresso, faz
bem esclarecer que toda tecnologia, a exemplo da internet, foi concebida e
criada para acrescentar bem estar e qualidade de vida às pessoas. Além de em se
constituir em um recurso e ferramenta que propiciassem aquisição de cultura e
conhecimento.
Para essa multidão de novos usuários das
gerações Y e Z nada dessa utilidade vê-se fruída como crescimento cultural,
profissional, ascensão social. Levas e levas de gente vêm entregando-se a
futilidades, à uma vida vazia e sem finalidade, sem significado, sem projetos
de construção, de melhora pessoal, profissional ou social.”
Permeia contundente observação e nítida
indignação:
“Uma questão por demais
sensível que sempre me deixa curioso e interrogativo refere-se a bipolaridade em que vivem as pessoas”.
Sobre o amor e o
relacionamento a dois: “Todo amor, todo afeto, toda relação pessoal no âmbito
conjugal necessita de todos os “ingredientes químicos afetivos”, temperados e
medidos com doses equivalentes de prudência e razão, com vigilância e
discernimento.”
Numa análise crítica e preocupada o autor
discorre sobre assuntos bem acentuados em todos os tempos e mais alardeadores
na atualidade: “A tendência e inclinação natural do ser humano à desonestidade
são de tamanha magnitude que foram necessárias a criação dos códigos de
conduta. Não seriam necessários, se majoritariamente, o homem (gênero) tivesse
o tropismo, a atração pela honestidade. Assim, o Estado, as empresas públicas e
privadas tiveram que regulamentar a honestidade. Daí então foram editados o
código civil, o penal, o código de defesa do consumidor, e os códigos de ética
das categorias profissionais.
Por isso que há de afirmar-se em alto e
bom som: honestidade e ética são puras e verdadeiras quando exercidas por um
impulso natural, de berço. Porque, com as cartilhas impostas, o sujeito as
pratica por medo de punição e de cara feia.”
Otimismo e esperança se
fazem evidenciados neste fecho:
“Nós brasileiros estamos vivendo tempos
tão esquisitos e anômalos que nos causam arrepios. Estranhamentos que sentem
todas aquelas pessoas de bem, críticas e sensatas. E essas pessoas existem, são
elas que nos dão esperança de um país, de um mundo melhor e mais decente.”
Enfim e como conclusão, eu me declaro
grato a todos esses gênios cientistas, que tanto bem e qualidade de vida
deixaram para a humanidade. Tenho certeza que todos, numa breve reflexão, ao
lembrar, também têm no íntimo sua eterna gratidão por esses benfeitores, que
merecem o nosso galardão e um acento eterno no panteão dos heróis da
humanidade.
Enfim, deixo, para que o leitor deleite-se da
sapiência versada em prosa e sublimada em todos os textos de Espelho Social. E,
ainda, para rememorar um dos pensadores favoritos de JJ de Oliveira, do século
XIX:
“Influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma. - O
temor à sociedade, que é a base da moral, e o temor a Deus, que é o segredo da
religião, são as duas coisas que nos governam.”
O Retrato de Dorian
Gray, Oscar Wilde.
PS. E, continue assim, João Joaquim, (rimando), a
cuidar dos corações das pessoas com tanto carinho e desvelo. E cuide também do
seu, você merece!
Maria
Júlia Franco -Professora Universitária, Diretora Galerias de Arte SECULT - GO
Secretaria de Cultura do Estado de Goiás, escritora, cantora, artista plástica
, articulista de revistas, portais de cultura e do Diário da Manhã Goiânia GO.
ESPELHO
SOCIAL
Bariani Ortencio
Apresentação
No tempo da Revista
O CRUZEIRO eu ia direto ao O AMIGO DA ONÇA, de Péricles. Hoje, no nosso DIÁRIO
DA MANHÃ, início a leitura com o artigo do escritor-médico-cardiologista João
Joaquim (Oliveira). Seus artigos-crônicas são memoráveis, uma enciclopédia de
lembranças e ensinamentos, abrangendo todas as situações, os problemas em que
encontra-se a humanidade, como bem diz o título - ESPELHO SOCIAL.
O livro não é de
leitura científica por tratar-se de um autor que também escreve sobre Medicina
e publicações próprias para revistas científicas, mas para jornais à altura do
entendimento de leitores comuns.
Vamos analisar o
conteúdo do livro para que o leitor tenha conhecimento, sabendo o que irá ler:
Que juízo
faria um pai que apresentasse seu filho a outra pessoa? O criador que se
dispusesse a discorrer sobre sua criatura? Assim deve sentir-se todo autor
sobre sua obra, o artista sobre sua criação de qualquer natureza. O pintor de
sua pintura, o cineasta de seu filme, o compositor de sua letra musical, o
escritor de seu livro. Assim me sinto aqui ao falar sobre o livro do autor João
Joaquim - ESPELHO SOCIAL. Renuncio-me a fazer uma resenha de corpo inteiro,
porque se assim o fizesse eliminaria a curiosidade de sua leitura. E a
curiosidade, relembro a todos, é essa energia que nos instiga e nos impele a
ler qualquer texto, artigo, informação e obra literária. Ela representa também
aquele gatilho e impulso que movem o ser humano no seu engenho criador. É assim
que cada curioso e cientista chega a tantas invenções e descobertas no mundo
das artes e das Ciências.
Os temas são os
mais variados, tendo em conta que os capítulos são os mais diversos, os
títulos, crônicas de ocorrências das diferentes esferas e áreas sociais. Logo
depreende-se que uma outra particularidade é a não dependência de um capítulo
de outro, pois não trata-se de um romance.
Uma outra
característica é a concisão na abordagem das matérias tratadas, buscando nesta
compressão de palavras e frases uma síntese de todos os signos e significados
das propostas abordadas.
Pelo fato dos temas
ser em estilo de crônica muitos deles receberam um verniz de amenidade e
pitadas de humor, com isso trazendo mais leveza e gosto da leitura, não
perdendo, contudo, o caráter de autenticidade e veracidade das afirmações
em foco.
De outro lado,
algumas questões em pauta mereceram o rigor e sisudez que elas exigem,
considerando tratarem-se de menções e dados estatísticos, históricos e
científicos.
Além de pílulas e
tiradas de humor, por vezes um humor verde ou maduro, o autor procurou também
trazer nuances e afirmações filosóficas. E estas não como meras teimosias ou
visão do próprio autor, mas com fundamentos em pensadores consagrados do saber
humano.
Este é o propósito
e desígnio da presente obra: trazer pequenos sabores e saberes, com momentos de
humor, de entretenimento e cultura.
Macktub! (Está
escrito)
Bariani Ortêncio –
Escritor multicultural, romancista, contista – folclorista – autor de Livros de
Culinária, Medicina Popular, conferencista , palestrante – Membro da Academia
Goiana de Letras. Escreve regularmente no Diário da Manhã.
Apresentação do autor
Foi
Lendo os muitos clássicos que tomei gosto pela Literatura- Essas leituras,
muito me ajudaram em minha formação profissional como médico e como cidadão.
O
escrever , para mim, de uma obrigação
tornou-se um diletantismo, um modo de distração. Isto porque como médico, pelo
múnus público da profissão tinha que elaborar relatórios, laudos, redações para
os mais variados fins. E nesse mister buscava as melhores palavras, as melhores
expressões do idioma que pudessem transmitir meus conhecimentos técnicos e
científicos de minha formação.
Aos
poucos, desde minha formação acadêmica, passei a me aventurar na seara da
escrita de outros temas, crônicas, artigos culturais, temas de saúde para o
público em geral. Sempre paralelo ao labor diário como profissional da saúde.
Assim começou minha vereda pelos meandros dessa nobre arte de levar às pessoas,
nossos pensamentos, nossos pareceres, nossa opinião sobre tudo que se sucede à
nossa volta, em nosso mundo, nosso país, no Planeta.
Como
inspiradores e mentores posso citar autores como João Guimarães Rosa, médico e
escritor de Cordisburgo MG, Pedro Nava, Machado de Assis, Drummond de Andrade,
Moacir Scliar, Os três Rubens : O Braga, O Alves, o Fonseca, entre tantos
outros como os goianos Bariani Ortêncio, Brasigois Felício, Maria Júlia Franco
, Gabriel Nascente, Hélio Moreira.
O
presente livro – Espelho Social – como o nome induz, traz revelações comuns da sociedade
brasileira e da tribo humana. São temas da vida diária, os costumes, os
encontros, os hábitos, os vícios, as virtudes, as maldades, as tendências da
moda, da política. Enfim, são insights flagrados pelos olhos, pela percepção do
autor. Muitos temas podem ter a sisudez e tecnicidade que a matéria exige, mas
com a liberdade também do tempero de um humor saudável e leve para refrescar a
leitura.
Só mesmo lendo
cada capítulo para entrar na concepção , nas lentes e consideração do autor. Deus quer, o homem
sonha, a obra nasce – Fernando Pessoa - Boa
leitura a todos.
O
autor.
1
SUA EXCELÊNCIA
O LIVRO
“Oh! Bendito o que semeia livros / livros à mão cheia / E manda o povo pensar! O livro caindo n’alma/ É germe - que faz a palma/ É chuva - que faz o mar.” Castro Alves
Entrar numa livraria ou biblioteca, frequentar uma bienal do livro como as que ocorrem em Goiânia e outras capitais, servem, mesmo para uma pessoa comum, mas bem pensante e de bom senso, a várias reflexões, preocupações e muitas vezes tristes conclusões sobre cultura, alfabetização e ensino no Brasil.
O
interesse e acesso à cultura no seu sentido mais amplo e inespecífico envolvem
múltiplos fatores, a começar pelo custo que o indivíduo tem na aquisição de
qualquer conhecimento. O meio mais elementar para tanto chama-se livro,
instrumento este nada barato, considerando que o Brasil é riquíssimo em
matéria-prima na produção de papel (celulose) abundante pelas extensas
florestas ainda nativas ou cultivadas especialmente para este fim. Aqui é um
país onde, talvez na relação renda per capita e custo, o livro seja o mais caro
do mundo. Um absurdo!
No quesito bibliotecas públicas, em todas as esferas de governo, somos outro exemplo de fracasso e do atraso. As poucas bibliotecas oferecidas às comunidades constituem exemplo do quanto pouco ou nada valem a cultura e o ensino de boa qualidade para nossos governantes. São acervos pobres, desatualizados e pessimamente administrados. As poucas opções existentes são mais entregues às traças, fungos e baratas. Causa asco, espirros, náuseas e vergonha sermos usuários e frequentadores de algumas destas tacanhas e vetustas unidades chamadas bibliotecas públicas. Será que nossos administradores e gestores das coisas públicas vão pelo menos como visitantes às nossas bibliotecas? Duvido!
E as escolas públicas? São outra amostra grátis do descalabro a que chegaram o investimento e a preocupação de nossos digníssimos e excelsos representantes com o que deveria ser sagrado e prioridade absoluta em qualquer país: a educação. Causa perplexidade e desesperança constatarmos a estrutura precária das escolas públicas; seja pelo estado de ruína e péssima conservação dos imóveis, ou pelo sucateamento e falta de manutenção da higiene, do mobiliário e carteiras escolares. A baixa remuneração e insuficiente qualificação dos professores são outro capítulo à parte. Por consequência, é dispensável comentar sobre o nível de aprendizagem de nossos alunos. Não se poderia esperar alfabetização e aprendizado eficazes e de melhor qualidade frente a tanto descaso e atitudes políticas tão pobres e irresponsáveis na área educacional.
Vários estudos e indicadores (Pisa, Saeb, Enem) mostram o quanto estamos atrasados em educação e cultura quando somos comparados a outros países que investem em educação e na qualificação de professores. Neste sentido basta uma consulta aos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Será que continuaremos entre os piores dos países emergentes ou em desenvolvimento no item educação de boa qualidade para nossas crianças, jovens e adolescentes? O BRASIL vem há muito reivindicando o seu ingresso na OCDE. Seria muito bom, assim traria melhores lições para nossa Educação Pública.
O livro é um artigo caro e de luxo, inacessível para as famílias de baixa renda. Tornam-se, por este e outros fundamentos, necessários e urgentes mais investimento e engajamento da comunidade política no setor educação. Quando meios facilmente acessíveis forem ofertados às pessoas através de edições de livros ou boas bibliotecas públicas, poderemos constatar o quanto o País pode melhorar no quesito leitura, cultura e alfabetização de nossas crianças e jovens. Nesta sublime missão de educar e formar nossos filhos, o livro, que me perdoem os que ainda dão tanta ênfase à informática e à internet, o livro, repito, este milenar instrumento de aprender e ensinar, jamais perderá seu papel, seu posto como o melhor e mais eficaz vetor na disseminação e amplificação da cultura e educação do ser humano.
2
EDUCAÇÃO COMO LIBERTAÇÃO DO INDIVÍDUO
Se fôssemos lembrar
de dois grandes educadores, imagino que muitos citariam Jean Piaget e Paulo
Freire. Piaget (1896-1980) nasceu, viveu e morreu na Suíça. Inicialmente
formou-se em biologia e dedicou-se a esta ciência. Depois notabilizou-se nos
estudos de filosofia, psicologia e educação. Tornou-se muito polêmico e conhecido como educador. Sua
tese de educação era a de que o professor ministra uma aula e o aluno copia,
repete aquele aprendizado, como copista, um repetidor.
O brasileiro Paulo
Freire (1921-1975} foi considerado um dos maiores pensadores da educação de
nosso país. Não é sem motivo que recebeu as maiores condecorações como doutor honoris causa no Brasil, nos Estados Unidos
e na Europa. Foi reconhecido pela ONU/UNESCO como uma referência pelos estudos
na área de pedagogia.
Freire escreveu ,por
exemplo , a pedagogia do oprimido, uma obra seminal em questão do ensino
fundamental. Ele considera a educação como um processo libertador do indivíduo.
Trata-se da relação do explorado com o explorador ou do oprimido versus o
opressor. Assim, deve-se permitir ao indivíduo analfabeto absoluto ou funcional
as condições para que ele próprio liberte-se do estado de cegueira crítica ou
cultural, da condição de explorado por qualquer sistema. Nesse sentido seria
mais eficaz que o opressor (patrão, chefe) também contribuísse nesse processo
libertador educacional.
Paulo Freire
contraditava as teorias de Piaget para quem o professor era o único
protagonista no aprendizado, onde ele ditava e o aluno copiava, nos moldes da
teoria da tábula rasa ou lousa em branco. Segundo a qual todos nascemos sem
nenhum conhecimento e com as experiências sensoriais a criança vai adquirindo
conhecimento; ou seja, ao nascer o ser humano porta um cérebro sem nenhuma
inscrição dos objetos e do mundo que o cercam. Com os estímulos e as
informações dos sentidos o indivíduo vai adquirindo os conhecimentos das coisas
ao redor.
Na sua filosofia da
educação Paulo Freire sofreu influência de outros pensadores como Karl Marx
(marxismo), Jean Paulo Sartre e Kierkegaard. Ele dava relevo especial à
conscientização do indivíduo nas políticas da educação como um processo
pedagógico libertador. Na instrução, crítica e conhecimento como um processo do
desenvolvimento do homem ou da mulher que por ventura encontra-se numa condição
de opressão ou submissão (pedagogia do oprimido). O melancólico é constatar que
Paulo Freire não teve o merecido e justo reconhecimento dos políticos e
governantes de seu tempo. Coisas e ocorrências bem próprias de nosso país.
Quantos não são os cientistas, pesquisadores e doutores que saem do Brasil, por
falta de incentivo e suporte financeiro dos governos?
São centenas que
deixam o próprio país por falta de financiamento para suas pesquisas. Além do
salário que, às vezes é indigno, quando comparado com o que recebe membros do
ministério público e do judiciário, ou mesmo os congressistas. São fenômenos e jabuticabas próprias do Brasil.
A citação dos dois
indigitados cientistas da educação no presente artigo foi um modo, um mote para
o tema central, a educação como
transformação e formação do indivíduo. Ortega y Gasset disse que “o homem é o
homem e sua circunstância”. Vale dizer que cada pessoa é o produto de seu meio
social que começa pela sua educação. E aqui eu cito outro grande pensador,
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Ele foi um franco-suíço, grande pensador da formação do ser humano. Autor da teoria do bom
selvagem. Foi um dos iluministas e precursor do romantismo. Seu pensamento
lapidar foi: “Todo homem nasce bom, a sociedade é que o
corrompe”, teoria do bom selvagem.
Ele fazia acerbas
críticas às instituições públicas, inclusive às escolas, capazes de desviar o
indivíduo de suas potencialidades naturais. Ele é autor de duas obras seminais:
o Emílio e o contrato social.
Rousseau discorreu muito sobre relações sociais e atividade política.
Das relações do homem com o Estado. Das leis e estamentos.
Trazendo a temática
da educação na construção e formação da pessoa humana. Não é pleonasmo a
expressão pessoa humana. Serve para dar ênfase e distinguir de pessoa física e
pessoa jurídica. Muito se tem negligenciado quando a questão é educação,
notadamente com os avanços sociais, com o surgimento do instituto dos direitos
humanos.
Ao que parece
grande parcela da sociedade humana traz a fixação apenas no termo direitos.
Nunca se fala em deveres humanos. Há na verdade uma corrupção, uma subversão
desses princípios. E aqui entra o processo educativo. O maior reflexo da
educação boa ou má, distorcida, canhestra, viciada, mambembe, customizada,
individualista, egoísta vê-se no conjunto de hábitos do sujeito.
O que é o habito? É
o comportamento permanente do indivíduo, fruto de sua educação primeira, aquela
que se inicia na fase da amamentação e da chupeta. A família, os pais, os
cuidadores iniciais, sejam as babás e outros monitores da infância serão os
modeladores do futuro caráter e padrão comportamental do indivíduo.
Nesse processo de
educação e hábitos entram as atitudes mais básicas da vida. Assim temos os
cuidados higiênicos, sejam os de ordem pessoal e ambiental, o respeito
sistemático aos pais e aos idosos, ao cultivo da gentileza no trato com
qualquer pessoa, ao respeito hierárquico a quem de mais experiência e de mais
conhecimento, etc.
Enfim, os bons ou maus hábitos são o resultado da
educação recebida da família, complementada com os ensinamentos técnicos
de uma boa escola. A educação é tudo na vida do indivíduo.
UM ESCÁRNIO ÉTICO
Uma
questão por demais sensível que sempre me deixa curioso e interrogativo tem
sido a bipolaridade em que vivem as pessoas. Questão a que podemos também
nominar de dualidade, ambivalência, dilema entre outras. Mas, bipolaridade
revela-se mais adequada a essa tendência que pode definir-se como se segue. Até
na política estamos vivendo a chamada polarização.
Antes
dessa conceituação faz-se necessário, por ser ilustrativo o chamado dilema (ou
paradoxo) do asno de Buridan. Foi uma experiência do filósofo francês Jean
Buridan. Também chamado de escolha de Buridan. Seria uma experiência para
também ilustrar o livre-arbítrio. Essa prova consistiu em colocar de forma equidistante de
um burro um pacote de feno e um balde de água. E o animal com fome e sede teria
que fazer a escolha. O animal(asno) usando de sua “racionalidade” iria morrer
de fome e/ou sede! O que fazer? Matar a
fome ou a sede? Ou morrer da carência de ambos? Eis o dilema.
Vamos
falar sobre o livre-arbítrio (também chamado livre-alvedrio). Há uma concepção
filosófica (ou metafísica) e uma teológica. Para melhor concepção a semântica e
a filologia podem nos permitir a sua desmistificação para os dias de hoje.
Arbítrio pode ser entendido como vontade. Assim seria a livre vontade do gênero
humano em decidir sobre seus desejos, planos, projetos ou objetivos dos
aludidos desejos. Esses projetos, objetos de desejo (lato sensu) são infinitos
e incluem até nossos sentimentos, nossa crença ou amor em Deus (ser ou não
crente em Deus). Ser incrédulo, agnóstico; ser ateu ou fiel ao criador. Até
tais sentimentos, ou concepções regem-se pelo livre-arbítrio. Assim seguem os
indivíduos em suas humanas lidas de exercer a sua livre-vontade ou
livre-arbítrio.
No
concernente à natureza ética e moral, estaria toda forma de livre-arbítrio
correta e lícita quanto à liberdade do livre agir, da livre ação? Imaginemos o
exercício da livre vontade na atitude de um usuário de drogas ilícitas. Um
alcoólatra que também por décadas agiu com a prerrogativa de com tal
dependência trazer dissabores, desavenças, conflitos conjugais entre outros
transtornos sociais ainda na sua plena higidez física e mental. Mas, o tempo
corre, esse alcoólatra vai ter tantas doenças e tornar-se agora um doente com
sequelas e perenemente incapacitado para sua vida laborativa e atividades
sociais.
O que
dizer agora daquela livre-vontade de entregar-se a um vício tão nocivo e agora
depender de tanto sacrifício de seus cuidadores? (filhos, parentes,
enfermeiros, profissionais de saúde). Que significado ético teve o
livre-arbítrio desse alcoólatra para com seus familiares e parentes que com ele
se coabitavam? O mesmo raciocínio ético e moral pode -se fazer com muitas
outras experiências e opções de relações do homem com os seus semelhantes e
meio-ambiente. Assim ocorre com o livre-arbítrio do cocainômano, um
maconha-dependente etc. Assim naquela livre escolha, o sujeito dessa liberdade
jogou fora todos os postulados éticos e morais no concernente àqueles à sua
volta, seus familiares, filhos, cônjuge, cuidadores. Ele entregou-se a todos os prazeres do
digestivo e da carne, das libações etílicas com os de sua igualha. O tempo
passa, ele vai envelhecer, adoecer, doenças orgânicas, vasculares,
acidentes domésticos pela debilidade
física, algumas fraturas, mais sequelas,
invalidez. E agora ? De toda essa liberdade e livre-arbítrio do agir veio uma pesada fatura,
um pesado fardo gerado aos familiares e cuidadores.
A
bipolaridade tem muito a ver, muitos pontos de comunhão com a prerrogativa do
livre-arbítrio. Muitos são os cenários da vida em que ela se manifesta. Até
mesmo como bem o ilustra o fenômeno mórbido psíquico denominado transtorno bipolar,
originalmente intitulado psicose maníaco-depressiva. Tal afecção psiquiátrica
se caracteriza pela bipolaridade humor alegre e humor triste. Assim tem-se o
polo maníaco onde o indivíduo doente se mostra muito expansivo, ridente e
hilariante. E o polo depressivo quando o paciente torna-se ensimesmado,
introspectivo, retraído, triste e sem alegria (anedonia). Nesse caso mórbido,
que fique assentado : o indivíduo é inocente, inimputável, neutro, sem culpa
porque ele é vítima de um transtorno da fisiologia mental e cerebral, com sua
homeostase neuropsíquica doente e precisa de psicotrópicos e psicoterapia.
Assim
dá-se a bipolaridade em muitas esferas do convívio humano. No econômico, quando
o indivíduo tem a opção de ter um estilo de vida mais simples, sóbrio e frugal;
mas, não resiste aos apelos do marketing do consumo, da vaidade e da imagem.
Para tanto ele opta para esse outro polo de vida com endividamento e
financiamentos a taxas e juros escorchantes a perder de vista. Como
consequência, nome inscrito em órgãos de inadimplentes e estado de falência. E
nessa borrasca de irresponsabilidades podem muitos familiares e amigos ser
levados de roldão.
De
igual forma ocorre no âmbito conjugal, assim se dá no campo profissional. É o
viés ou inclinação do ser humano a essa dualidade, a não se firmar e decidir
sem hesitação a uma opção de escolha. Tal bipolaridade é encontradiça até numa
questão sanitária de grande relevância e prevalência, o controle ponderal.
Quantos indivíduos vivem no seu perpétuo movimento do engorda e emagrece. É um
demonstrativo bem consistente da condição hoje tão presente da bipolaridade
humana, em tantos cenários da vida. Mas, que é muito merencório e instigante,
da personalidade e das reações e expedientes do bicho homem, com os outros de
sua espécie, disso talvez poucos divergem.
4
AS RELAÇÕES A DUAS PESSOAS
Numa
bela e boa imagem podem-se comparar ou equiparar as relações humanas com as
reações químicas. E não precisa ser um graduado ou doutorado nas matérias ou
ciências químicas ou físicas para assimilar tais preceitos. A vida, os seres
vivos são compostos e harmonias de átomos, moléculas e cadeias de carbono, de
hidrogênio, cálcio, oxigênio, cálcio, proteínas, aminoácidos, minerais,
etc.
Além
desses elementos, toda a vida, o corpo humano enfim, é regido por uma cascata
de energia. Tanto assim que essas energias, muitas delas, são mensuráveis,
documentadas e registradas, nos mínimos aspectos e dimensões. Nesse sentido são
exemplos empregados no dia a dia, os exames de eletrocardiograma, o eletro cerebral,
a eletromiografia, entre outros recursos empregados pela medicina.
Quer um
exemplo bem vivo e já vivido por todos? A dor. Ela nada mais é do que uma
energia nociva (nociceptiva, como é o termo técnico) canalizada para nosso
cérebro.
Nosso
cérebro é um dos órgãos mais nobres e mais sensíveis. A dor tanto é uma energia
negativa endereçada ao cérebro que a bloqueamos através da analgesia ou
anestesia. O analgésico ou anestésico faz justamente esse papel de antídoto.
Ele bloqueia a passagem dessa energia desagradável para os neurônios
diferenciados em reconhecer a dor.
Portanto,
está aqui o tema por pouco explorado, mas de um papel significativo. Relações
humanas em analogia às reações químicas são complexas. Para mais clareza e
fácil equiparação tomemos o exemplo de uma confeição de um bolo e o preparo
para a vida conjugal. Muito há de semelhante entre esses dois empreendimentos.
Em resumo: para o bolo. Os ingredientes são escolhidos a combinar. Farinha de
trigo, o açúcar, ovos, leite. Tudo em proporções harmônicas. E o mais
importante, o fermento bom e na dose ideal. Todos são reunidos, homogeneizados,
batidos, misturados e levados para cocção (forno).
No
forno há o tempo certo. Uma vez assado, tem-se ainda o confeito, quando se pode
tornar esse bolo mais saboroso, seja com caramelo, com chocolate e outros
elementos decorativos e gustativos. Aqui na composição do bolo o quão
importante torna-se o componente fermento. Ele vai promover uma transformação
química. São agentes biológicos, bactérias, leveduras, que atuam aumentando o
volume e tamanho final desse apetitoso alimento. O fermento torna-se então o
alimento mágico e chave nessa produção deliciosa e nutritiva.
No
casamento, na vivência conjugal, em qualquer relação amorosa enfim, os
participantes deveriam seguir as mesmas regras, os mesmos preceitos com as
seguintes exigências: fulano está interessado em mim. Eu também estou com
interesse nesse fulano. O que nos resta? Averiguar minuciosamente nossos
ingredientes. Que virtudes e vícios temos em comum? É possível relevar algum
defeito? O que há de mais substancial? Qualidades ou defeitos? Por fim, o amor
que vem a ser o fermento das relações conjugais e amorosas. Um sentimento
profundo, recíproco, cuidador, zeloso e respeitoso.
A arte
de confeitar numa relação afetiva e conjugal consiste nesse perpétuo cuidado e
lealdade ao outro. Assim a relação a dois ganha em volume e dimensão. O que se
busca é carinho, colo e aconchego do outro, um porto seguro e sólido
eternamente, tanto que muitas vezes se faz um juramento perante um religioso,
um padre, um pastor.
Com
exceção dos bolos, as tortas e tantas
outras iguarias, quantas não são as fórmulas químicas em que feitas as
equalizações, as proporções corretas, a dosimetria dos elementos químicos
têm-se produções magistrais e magníficas. Assim ocorre com os perfumes, os
medicamentos de eficácia segura e comprovada.
De
outro lado há também aqueles elementos e componentes nocivos e contrários,
quando então produzem-se as toxinas, os venenos, os corrosivos, as bombas, no
sentido de gerar ferimentos, dor, ódio, violência e morte.
Quando
trazemos essa analogia à esfera e questão das relações amorosas e conjugais, a
mesma natureza, os mesmos sucessos ou fracassos podem resultar. Nocividade,
rancores, repulsa, antipatias, ódio.
Muitos
são os jovens, homens e mulheres, namorados, casais enfim, que entram numa
relação sem a observância desses preceitos, dessas regras elementares.
Todo
amor, todo afeto, toda relação pessoal no âmbito conjugal necessita de todos os
“ingredientes químicos afetivos”, temperados e medidos com doses equivalentes
de prudência e razão, com vigilância e discernimento.
Muitos são
os desastres, as frustrações, os fracassos,
o desamor, o ódio e outras desavenças “(des)amorosas”. Tudo resultado de
paixões doentias e perigosas. E nesses termos, para infelicidade delas,
mulheres. Muitas delas, são ingênuas e desavisadas vítimas de homens falsos,
enganosos e traidores. Alguns(na maioria
os homens) vão ao cúmulo de virar agressores cruéis, torturadores e assassinos
de suas companheiras. Isso não pode, não pode! Mil vezes não pode continuar
ocorrendo nesse mundo tão rico de comunicação digital. Por que então, não se
comunicar e conhecermos melhor nas relações interpessoais, antes de morar
juntos, viver juntos, dormir juntos e compartilhar sentimentos e proximidade. Não custa muito. Basta seguir os exemplos do
preparo de um bolo ou torta para que a relação se faça certa.
5
DINHEIRO E FELICIDADE
Em meus
escritos semanais nunca falei em dinheiro. Primeiro porque não sou economista e
depois porque fui educado compulsoriamente a não depender desse indigitado bem
para a plena felicidade; embora ciente que ele (dinheiro) integra os itens da
felicidade e sobrevivência da maioria das pessoas, inclusive a minha.
Ainda me lembra aquela emblemática frase de
placa de caminhão, que bem expressa o que pensam muitas pessoas sobre o “vil
metal”. Ei-la: “Dinheiro não traz felicidade, dê o seu para mim e seja muito
feliz”. Aqui está bem revelado o espírito da coisa, sua excelência, o dinheiro.
Não há saída para falar em dinheiro, sem falar em economia. É aquela ciência ou
conjunto técnico que trata não só do dinheiro em si, mas sobretudo dos bens de
produção, sua distribuição e relação de consumo.
Uma curiosidade é que o verbete economia guarda
a mesma origem de casa ou domicílio e
com uma explicação justa e coerente. Economia, vem do grego oikos, casa,
domicílio. E aqui vêm as razões.
A
criação da economia, sistematização de normas, regras e preceitos no manuseio
de bens, de patrimônio, de custos e receitas, de tudo quanto há nesse mundo
teve inspiração numa figura pouco lembrada até pelos próprios especialistas, os
economistas. Trata-se aqui da própria dona-de-casa. Há um termo, caindo em
desuso para referir-se ao ofício da mulher dona-de-casa, prendas domésticas, é
o nome oficial da profissão (em desuso) de cuidar de todas as atividades da casa,
do lar, da família e seus bens domésticos.
Basta
entendermos que uma casa, uma residência, o lar enfim, funciona nos moldes de
uma empresa. Portanto, nada mais justo e digno, a ciência dos bens, patrimônio
e dinheiro, a tão aclamada economia ter se inspirado na quase esquecida
profissão de prendas domésticas, a injusta e quase esquecida e pouco valorizada
dona-de-casa. Ela deve ser considerada a vanguardista e primeira economista da
história da humanidade.
Esse
conjunto de regras, taxas, índices; enfim, o tal do economês, uma boa
dona-de-casa sabe de cor e salteado. E tudo sem calculadora, tabela ou planilha
Excel. No frigir de tudo e análise de bens e patrimônio, todos, literalmente,
todos deveriam ter noções, fundamentos práticos de economia e dinheiro.
Não há
como desvincular dinheiro de economia, com a qual até se confunde. Quase sempre
quando se depara com um economista, fica a impressão que ele pisca cifrão,
real, dólar e euro. E quando se busca nas origens, o dinheiro registra uma
história muito curiosa. Começa pelo seu léxico e semântica. O termo mostra várias origens. Por exemplo ,do grego
bizantino. Bizâncio era uma cidade grega, depois virou Constantinopla e
atualmente Istambul, capital da Turquia.
Ou seja, é uma palavra nascida bem antes de Cristo e da filosofia grega.
No
latim (influência do antigo império romano) dinheiro se grafa denarius, vem de
deni e significa uma dezena. O dinar ainda é a moeda oficial da Argélia, do
Barein, do Iraque, Jordânia, Líbia e Macedônia. Quando criança eu ouvia algumas
lendas e contos de que há uma divindade do dinheiro, que se maltratada e
contrariada pode deixar o ofensor ou agressor na lona, sem nada, quando tudo
que o sujeito faz anda para trás. Ou seja, tudo dá errado.
Eu
sempre tive tais relatos como fantasia e mitos. Mas, depois de maduro e
calejado pela vida começo a desconfiar de algum ente, uma divindade qualquer
que rege nossa relação com o dinheiro. Temos que imaginá-lo não como a única e
última condição para a felicidade. Ele contribui como parte, não como essência,
porque antes da essência temos a existência que deve se sustentar em muitos
outros valores imateriais, espirituais e metafísicos.
Na era
pós internet, virtual e grandemente digitalizada, há como que um culto, uma religião ao
materialismo ao dinheiro. Esses tempos da chamada hipermodernidade têm levado
as pessoas a outro sistema de vida, ao consumismo. É a modernidade líquida,
conforme teoria de Zigmunt Bauman (filósofo polonês, 1922-2017). Nós nos
tornamos consumidores. De tudo. Do material, da posse, do se mostrar visível e
curtido (likes) nas redes sociais, na imprensa, nas mídias. As redes sociais
tornaram-se os objetos mais consumidos pelas pessoas. Para tanto, elas custam
dinheiro porque os instrumentos (smartphones), custam muito dinheiro. E o
estado online também custa dinheiro, porque as operadoras cobram alto pelos
sistemas de comunicações mais velozes.
Dinheiro não é tudo,
nem essencial, porque antes disso eu sou um ser existencial( A existência
precede a existência – Sartre). Dinheiro e economia, se mal compreendidos trazem muita agonia. O
que há de consenso é que deve lidar racionalmente com ele. Se não é tudo, chega
uma hora que faz muita diferença mesmo. “Não é mais rico quem
tem mais, e sim quem precisa de menos”. “O dinheiro compra até amor verdadeiro”. Nelson Rodrigues
6
JESUS E MARIA EM NOSSA IMAGINAÇAO
O padrão de beleza que o mundo capitalista e
consumista, que a indústria da cosmética e da beleza nos apresentam hoje
constitui um farsa, um grande embuste. Trata-se de uma assertiva forte e
ousada. Se assim não for, eu registro outra que se mostrará mais contundente e
reveladora. Os modelos de beleza, de uma pele, de cabelos, de rostos e físicos
perfeitos são contrafações e fraudes do que eram ,por exemplo, um Jesus Cristo
e Nossa Senhora. Em outras palavras, os padrões e design de beleza, aos olhos
da história constituem em uma autêntica heresia ou simonia (tráfico de coisas e
símbolos sagrados) do que eram Jesus e Maria, fisicamente falando, carnalmente
falando, anatomicamente falando.
Quem
disse que Jesus era esse homem de rosto anguloso, olhos azuis, cabelos belos e
longos, porte esbelto e atlético, lembrando um corredor olímpico de alta
performance física? Todas essas imagens estilizadas, plenas de garbo, de linhas
harmônicas e simetria foram imaginadas, fantasiadas pela sociedade, pelo mundo
capitalista, consumista e da beleza.
Ao que sugerem os estudos científicos de
arqueologia, de antropologia, Jesus tinha um biótipo e feições completamente
diversos de tudo que o mundo nos apresenta. Notadamente o mundo
cinematográfico, fotográfico, iconográfico e da beleza. De igual argumento, com
base nos mesmos estudos étnicos e antropomórficos, as ideias e modelos físicos
de Maria, a Mãe de Jesus. Ao que nos aproximam todas essas compilações
científicas, Jesus era completamente estranho e distante de todas as pinturas,
retratos e esculturas do que nos mostra a sociedade civilizada. Um homem mulato
ou moreno, de estatura mediana, biótipo normolíneo, rosto redondo e cabelos em
carapinha.
Em suma: tudo que a sociedade do consumo, da
beleza e da moda nos passa de Jesus e Maria revela uma idealização e fantasia.
E isto seguramente gera impacto e grande apelo nos exemplos e formatos de
beleza e corpo, vendidos e impostos às pessoas. Tudo uma criação humana e
contrafação.
Quando se fala em modelo de beleza e corpo
perfeito dois mundos ou duas tendências devem ser confrontadas porque se
revelam antagônicas ou contraditórias. A primeira dessas tendências refere-se
ao consumo gastronômico; e a segunda à do corpo perfeito, belo e na harmonia e
formas ditadas por essa mesma sociedade; ao apelo, ao prazer do comer, dos
festivos e felicidades da mesa; das libações alcoólicas de toda natureza.
Indireta e subliminarmente têm—se os apelos e os incitamentos à que toda
felicidade e toda recompensa estão postas à mesa, nos vistosos, coloridos e
odoríficos nacos de comida. Os apelos e convites podem ser assim expressos e
sugeridos: comam, empanturrem, bebam à revelia. A vida, o gozo, a felicidade estão
nessas apetitosas iguarias, nessas
inebriantes e psicotrópicas bebidas. Comam e embriaguem-se à vontade , eis os
apelos do mercado.
Em paralelo a todos os gozos e orgias
da boca e do baco vieram as tecnologias da mobilidade e do imobilismo humano.
Da imobilidade, através de todos os meios de transporte, do imobilismo através
de todos os controles remotos. Ninguém precisa de ir à padaria a pé, ninguém
levanta-se do sofá para ligar a televisão ou do carro para abrir o portão da
garage. Estão em curso até invenções de ginástica virtual, nada de esforço ou
transpiração da pele.
Como consequência há o paradoxo ou contrassenso dos diversos graus
de obesidade e deformação corporal. Nessa fase entra então outro mercado
consumista com seus apelos e marketing da moda, da beleza, do corpo turbinado e
perfeito.
Surgiram então a indústria da beleza, e a
medicina da estética e plástica corporal. Se da felicidade da boca e do
estômago vierem mais gorduras localizadas, mais abdome em pneu, r sobrepeso,
para que preocupar? Fazem-se lipossucção, abdominoplastia! As mamas que já eram
avantajadas tornaram-se gigantes e um peso a mais para coluna vertebral?
Cirurgia de mamas(mamoplastia)! Se pequenas também por genética e constituição,
surge um jeito. Podem ser turbinadas com
silicone e outros implantes.
E tantas outras lipos quanto necessárias para
o alcance da beleza esculpida nos moldes da moda de momento. Um alerta que se
faz em tantas técnicas de aspira e corta é que tira-se a gordura e banha
exterior. Mas, aquelas entranhadas nas vísceras, coração e artérias lá ficam
ocultas. Como se nitroglicerinas ou ferrugem estocadas fossem. A qualquer hora
podem romper ou causar obstruções circulatórias que resultam em infartos ou
AVCS(derrames) de alta taxa de sequelas e mortalidade. Está aí o preço que se
paga pela zona de conforto, pelos prazeres orgíacos da comida e libações
etílicas.
O que se quer deixar desse artigo como
mensagem final é que a mulher, muito mais do que o homem tem sido vítima da
sociedade de consumo e da beleza. Há uma busca neurótica pela magreza como o
modelo de corpo perfeito, pelo tamanho de partes anatômicas e contornos
corporais. As diretrizes impostas pela indústria e profissionais da cirurgia
plástica têm sido reducionistas. Elas trazem implícitas a mensagem de que a
mulher se resume em seu corpo e contornos anatômicos. Isto é uma fraude, uma
fantasia, um engodo. Porque a mulher é o seu interior, o seu pensamento, o seu
coração, a sua alma, o que ela traz de
intelecto e bem-estar interior. O corpo é apenas uma parte disso. Nada mais. Ou
será que se disse alguma abobrinha, alguma platitude ou futilidade aqui. Há que
se pensar. Com a palavra, elas , as
mulheres.
7
UMA GERAÇÃO EM RISCO
O
nascimento da internet e toda sua prole de redes sociais permitiram a que
surgisse uma legião de jovens em risco de perdição. Uma geração de pessoas
abestalhadas. São adolescentes e moços que perderam o bonde do progresso. A
prole da internet, só para lembrar são todas as redes sociais como WhatsApp, Twitter,
Facebook e Instagram. Além de muitas mídias e YouTube. Quando se fala em bonde
do progresso, faz bem esclarecer que toda tecnologia, a exemplo da internet,
foi concebida e criada para acrescentar bem-estar e qualidade de vida às
pessoas. Além de constituir-se em um recurso e ferramenta que propiciassem
aquisição de cultura e conhecimento.
Para
essa multidão de novos usuários das gerações Y e Z nada dessa utilidade vê-se
fruída como crescimento cultural, profissional, ascensão social. Levas e levas de gente vêm se
entregando a futilidades, à uma vida vazia e sem finalidade, sem significado, sem
projetos de construção, de melhora pessoal, profissional ou social.
Ao que
parece, pelo andar do bonde das futilidades, por esse estilo de vida vazio e
sem importância, estamos vivendo o chamado império da mediocridade. E o
diagnóstico, fundado no conjunto de sinais e sintomas, dessa era vazia do útil
e construtivo salta aos olhos em um exame raso em todas as searas, recantos e
ambientes sociais. Sejam esses espaços nos lares, nos espaços públicos, nos
ambientes escolares e recreativos.
Vamos
aqui imaginar o ambiente familiar, na relação pais e filhos, no que deveria
constituir a primeira e mais sólida educação do indivíduo. Nisso, assim creio,
todos são convergentes e anuentes.
No
chamado aprendizado seminal, na chamada educação de berço é que se plasma e
constrói todo a ossatura, a estrutura da formação da criança, do adolescente,
do jovem e futuro cidadão.
A
noção, o senso ou contrassenso de educação têm-se degenerado em tão alto grau
que a tendência de muitos pais e famílias tem sido a terceirização dessa
educação fundamental; na constituição e forja do caráter, na índole e cabedal
ético, cívico e social do indivíduo. Tais princípios resultam deletados nesses
nossos tenebrosos tempos virtuais e de futilidades.
Toda
criança uma vez nascida pode equiparar-se a um metal precioso em meio a ganga,
em forma rústica, bruta, crespa e pedregosa.
Seria
como um metal raro semelhante ao ouro ou prata ou uma pedra preciosa a exemplo
da safira ou diamante. Todavia, apresenta-se essa criatura em germe, como uma
flor ainda abotoada, rude, rugosa, sem nenhuma informação sensorial. O que devem
fazer os primeiros cuidadores? Tarefa
que incumbe por dever original aos pais. Tanto melhor e mais frutífera e
eficaz, se for os dois, pai e mãe. Essa missão original de educar um filho
deveria ser indelegável, nunca transferida a quem quer que seja. A não ser que
esses genitores não tenham aptidão moral e intelectual para tal mister, de tão
alta responsabilidade e nobreza.
Se não
há aptidão moral, intelectual ou econômica, então já houve um erro e um crime
na origem, porque se um pai ou uma mãe não reúne condições morais, mentais e
socioeconômicas, não deveria então ter o direito de gestar ou gerar um filho.
Seria uma aberração comportamental e de caráter. Como procriar se não mostra capacidade para
criar e educar? Mais do que condições econômicas o indivíduo necessita de um
curriculum ético e moral, uma conduta proba e ilibada para gerar, criar, educar
e formar um filho. Gerar e criar, faz-se
com um cachorrinho, um gato. Com gente é muito diferente e mais nobre.
Quando
se traz à baila a questão da relação tecnologia e educação vem logo a memória
de todos o expediente ou recurso da babá eletrônica, quando do surgimento da televisão
no período pré internet. Como se dava o recurso ou emprego da babá eletrônica?
A mãe ou babá não tinha como fazer as tarefas domésticas e ao mesmo tempo
brincar com as crianças. A saída então era deixar a criança à frente do vídeo
de TV ou videogame. Ou seja, essa criança em detrimento de brincadeiras e entretenimento
lúdico e pedagógico tinha uma única diversão, assistir a programas na
televisão, desenhos animados ou manusear videogames.
Um
grande dano na educação e formação dessa criança constata-se na sua ida para a
escola. Como aprender as primeiras letras, números, a desenhar e escrever, se o
cérebro em formação recebia tudo pronto em formatos, cores e sons? Quanto
atraso e déficit de aprendizagem nesse recomeço. Em geral quando vão para a
escola elas já assistiram 2000, ou 3000 horas de vídeos, jogos e programinhas
infantis na TV.
Hoje,
em tempos virtuais e digitais, surgiram as babás virtuais e digitais. São todos
os instrumentos de informática e de mídias. São os notebooks, os smartphones,
os tablets, os ipads.
Muito
longe de se criticar negativamente, praguejar e demonizar os recursos, as
tecnologias digitais e da informação. A deformação está no emprego precoce dos
instrumentos de mídia. Basta ter presente que o aparelho celular hoje
transformou-se em um mini computador de mão, onde se acessa irrestritamente
qualquer site. Tem-se de tudo, troca de mensagens, games, jogos sem censura e
tráfico de toda ordem.
As
famílias, os pais, tutores e monitores das crianças e dos filhos encontram-se
embevecidos com as ofertas da internet e redes sociais. As crianças crescem
nesse ambiente mágico e colorido. Elas não interagem com os amiguinhos, não
brincam, não têm atividades lúdicas e contatos pessoais. Não leem, não
rabiscam, não escrevem, não somam sequer. Por isso, da geração classificada
como Z ou nascida imersa na internet surgiu essa legião de nerds, turmas de perturbados
mentais e totalmente alienados do convívio social. São os nossos adolescentes e jovens de hoje,
os cidadãos que comporão o mundo de amanhã. Que mundo será esse em construção? O mundo que quero para meus filhos, vai
depender dos filhos que educo para esse mundo. “ Seja a transformação que você
quer no mundo” – Mahatma Gandhy.
8
ÉTICA E HONESTIDADE
Se existe
um atributo, uma característica que mais
diferencia uma pessoa da outra se chama honestidade. E aqui pode-se abrir uma
enorme chave porque ela é referida com vários outros termos, verbetes e
sinônimos. Na essência, como intenção e objetivo são a mesma ideia. Quer alguns
exemplos? Lá vão: ética, decoro, decência, correção, bom caráter, lealdade,
entre outros.
A
honestidade, "honestamente falando" merece até uma sistematização,
uma classificação que seja. Existe aquela, simplesinha, mas que se memorizada e
guardada já vale a pena. Pode-se dividí-la em natural e imposta. A de causa
natural seria aquela honestidade que se cultiva e se pratica por um pendor ou
inclinação intrínseca ao indivíduo. Muitos a nominam também de berço, de
família ou hereditária. Porque de fato, não é que o sujeito nasça com a
vocação, já com o aprendizado da honestidade. Ela, assim como a virtude e a
ética deve ser ensinada. Trata-se, nessa natureza, de um atributo exercitado,
praticado e intrometido na consciência e valores morais do indivíduo.
O
grande pensador Aristóteles já admoestava sobre a ética e a virtude, como
valores morais a ser ensinados às crianças e jovens. A sociedade grega dos
tempos de Aristóteles dava tanto valor à honestidade e à ética que havia
escolas e mestres dedicados a essas disciplinas. O próprio Aristóteles era um
mestre no ensinamento da disciplina. É dele, a obra Ética a Nicômano, uma
espécie de manual para o próprio filho. Felipe II , imperador da Macedônia,
contratou Aristóteles para educar o próprio filho, Alexandre- o grande, que
também se tornou imperador. O livro
ressalta como um compêndio, um código de vida e de ética a Nicômano. Todavia
seus ensinamentos são atemporais, anterior e posterior a qualquer cultura e
civilização. Vale a dedicação de sua
leitura.
A
honestidade classificada como imposta é aquela contida numa infinidade de leis,
de códigos, de normas, de convenções, de contratos, de redação legislativa, de
ajustamento, de posturas, e os tão conhecidos códigos de ética profissional.
Muitas são as empresas, órgãos públicos e privados, autarquias que editam seus
códigos de ética. Os governos em todos os seus níveis possuem as suas
diretrizes de como comportar-se, de como relacionar-se com as pessoas fora e
dentro da empresa. Até no concernente às relações afetivas, nos termos,
palavras e cumprimentos, nas questões relativas aos tão propalados assédios
morais e sexuais. Ou seja, há uma nítida preocupação dos executivos e gestores
de recursos humanos com as questões atinentes à honestidade e com a ética.
Porque na intimidade são atributos que se fundem e se confundem. E com absoluta
razão. Honestidade e ética são gêmeas siamesas.
Muitas
empresas têm hoje uma cartilha de relacionamento interno de nome até pomposo,
porque foi importada do inglês. Compliance (pronuncia-se complaisse). Como
tantos outros anglicismos, ela anda muito em voga. Como quase tudo, quando
importado mostra mais valor. Improbidade administrativa, orientações contra corrupção
e lavagem de dinheiro. Resumindo em uma única palavra, honestidade. É isto que
recomenda a tão pronunciada compliance.
Quando
se fala em conduta humana faz-se necessário buscar noções de sociologia, de
antropologia e mesmo na psicologia comportamental e filosofia. Por instinto,
natureza e ancestralidade o homem é um animal rapace(que furta e rouba) e
desonesto. Grande parte da humanidade não rouba, não corrompe ou deixa-se
corromper, não exibe atitudes ímprobas, não trapaceia e comete tantos outros atos indignos e desonestos pelo
temor da punição. Simplesmente pelo medo do castigo; seria a ética por coerção,
pelo medo da Justiça.
Em
algumas civilizações, países e comunidades, a maioria das pessoas conduz-se
honestamente porque tem a cultura, os ensinamentos e os exemplos de
honestidade. Tal assertiva, a do homem como um animal desonesto, tem sido
ratificada em estudos e experimentos sociais. E nem esses estudos
observacionais são necessários. Imaginemos, por exemplo, os relatos de objetos
perdidos, uma carteira contendo documentos e dinheiro. Quantos desses achados
são integralmente devolvidos? Os casos são de exceção e contemplados com
honrarias e condecoração pelas autoridades. Pontualmente, a própria mídia, as
televisões, relatam e divulgam casos de perdidos e depois achados e devolvidos
por pessoas anônimas, por trabalhadores braçais e humildes, os chamados
invisíveis da sociedade.
São tão
excepcionais que são aclamados e merecedores de honrarias e compensações
sociais ou pecuniária pelo feito. O normal seria todos que achassem algo alheio
que devolvessem, se não ao dono, a alguma autoridade, para que buscasse
encontrar o verdadeiro proprietário ou destinasse o bem a alguma instituição
filantrópica. Por ética e mesmo previsão legal, um achado não é de quem o
encontrou. Ele deve ser entregue a um órgão de governo para a correta
destinação desse bem.
A
tendência e inclinação natural do ser humano à desonestidade são de tamanha
magnitude que foram necessárias a criação dos códigos de conduta. Não seriam
necessários, se majoritariamente, o homem (gênero) tivesse o tropismo, a
atração pela honestidade. Assim, o Estado, as empresas públicas e privadas
tiveram que regulamentar a honestidade. Daí então foram editados o código
civil, o penal, o código de defesa do consumidor, e os códigos de ética das
categorias profissionais.
Por
isso que afirma-se em alto e bom som: honestidade e ética são puras e
verdadeiras quando exercidas por um impulso natural, de berço. Porque com as cartilhas
impostas, o sujeito as pratica por medo de punição e de cara feia. É o que
ocorre com muitos médicos, advogados, funcionários públicos e outros agentes
públicos e políticos. Aliás, como referiu um dia o filósofo cínico Diógenes, e
até parodiando-o, procura-se um político(homem) honesto. Muitas lanternas e faróis serão necessários
nessa empreitada.
9
HOMENS E TEMPOS DEVASSOS
Nós
brasileiros estamos vivendo tempos tão esquisitos e anômalos que nos causam
arrepios. Estranhamentos que sentem todas aquelas pessoas de bem, críticas e
sensatas. E essas pessoas existem, são elas que nos dão esperança de um país,
de um mundo melhor e mais decente.
Eu fico
a imaginar horas a fio sobre tantas esquisitices, a imaginar, com um certo
saudosismo do que foram os tempos na antiga Grécia, dos filósofos Aristóteles e
Platão. Só de ler suas obras traz-me essa saudade. Trago esses dois pensadores como exemplos.
Vendo hoje o que se passa nas democracias mais importantes do planeta, esses
sábios certamente estão se remexendo nos túmulos. Porque está de dar espasmo e
contratura. Basta levar em conta o que se passa no país ianque de Donald Trump
e na Rússia de Vladimir Putin e em nosso Brasil. Vários políticos encarcerados, outros com várias
denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro, como o afirma o Ministério
Público Federal.
Se
levar em conta algumas repúblicas democráticas latinas então, o sujeito bem
pensante e crítico humanitário vai pedir: “me tira o tubo”. Tubo no caso seria
o catéter de oxigênio que mantem o sujeito vivo, em uma UTI. Imagine a que
ponto chegaram as coisas em nosso país. Dá vontade de morrer a perpetuar o
atual status quo. “Pare o mundo que eu quero descer/Por que eu não aguento mais
noticias de/ Corrupção, violência que não param de aumentar /E pensar que a
poluição contaminou até as /Lágrimas e eu não consigo mais chorar”, Raul Seixas. Raul, que viveu 100 anos à sua frente. Ele se
foi e nada mudou do que cantou. Seu
versos soaram como proféticos.
O
estado estrambótico e de anomalia é tão medonho que causa pasmo e paralisia nas
pessoas honestas e de boa índole. Em todos aqueles indivíduos que além de
cumprir as leis e imposições oficiais, têm a vocação para a prática da
honestidade, para o bem e são virtuosos. Eles existem e nos dão esperança de
uma vida melhor e mais decente.
Ética e
virtude são qualidades em escassez em nossa sociedade, sobretudo na classe
política que governa, na classe parlamentar que elabora as leis, e muito mais
melancólico, na classe que é escolhida para fiscalizar e aplicar toda
legislação, principalmente os códigos penal e civil e nossa constituição. Esta
que foi criada sob os auspícios do falecido deputado Ulisses Guimarães, em
1988, e por ele mesmo batizada de cidadã. Se cumprida fosse em sua metade a
nação não estaria convalescendo de tantas crises. Quem fiscaliza e aplica as
leis é o Judiciário, aqui representado pelas varas de Justiça, as instâncias de
Jurisdição, que são 4, 1ª até a 4ª, o supremo tribunal federal, que fica em
Brasília. Até o nosso supremo anda tomando decisões que nos tiram o sono.
Para melhor
contexto e sair de discurso, tomemos alguns casos chegadinhos de fresco. Como
aceitar ou explicar que um congresso tenha quase um terço de seus membros, ou
denunciados ou réus no supremo tribunal federal (STF)?
E continuem (seus membros) no estilo LSD; que
em tradução libertária é o mesmo que livres, soltos e desinibidos, conforme o refrão,
sem lenço, sem documento, como ainda o canta nosso poeta e compositor Caetano
Veloso (da música alegria, alegria).
Pior do
que isso é imaginar que nossas leis, nosso ordenamento jurídico, e o regimento
interno ou “compliance” do congresso permitem que um parlamentar em regime
semiaberto durma na cadeia e durante o dia exerça sua função na respectiva casa
legislativa (elaborando nossas leis). Não pode haver excremento e excrescências
mais fétidas! Com todo desrespeito a que faz jus as nossas casas legislativas.
Imagine
outras aberrações “democráticas” de mesmo quilate ou de igual insensatez. Um
político em atividade tem o mandato cassado ou impedido porque cometeu entre
outros crimes o de corrupção, desvio de dinheiro público para si, para
apaniguados e parentes. Todavia, nada mais lhe é cobrado, sequer tomado do
larápio o dinheiro roubado. Que anomalia, que monstruosidade democrática é
essa, onde não há lei que a pune e cobre o dinheiro de volta?
E assim
são outras malformações de nosso sistema republicano e democrático. Ministro do
supremo de espírito maria-vai-com-as-outras! Porque muda de opinião e de voto
conforme as conveniências de momento e pela amizade que cultiva com escritórios
de advocacia que defendem criminosos ricos e poderosos.
Que
sistema político é o nosso ou que constituição é essa que permitem coisas tão
esdrúxulas, feias e indecorosas? Como imaginar um candidato a chefe de Estado
que responde a vários inquéritos e processos na justiça? Como digerir que um
sujeito com esse perfil, faça comícios pelo país, afronte e desdenhe da justiça
de forma tão cínica e ostensiva, em todas as suas passeatas com seu séquito de
bajuladores e seguidores?
Porquanto
eu reafirmo em conclusão. Todo esse sistema e ordem de coisas estão erradas nos
seus fundamentos e regras na escolha dos governantes e representantes pelos
representados. Numa frase, escolha do presidente, deputados e senadores pelos
eleitores deveria ter critérios mais rígidos como faz-se para outras funções
como na magistratura, ministério público ou procuradoria geral da república.
Para ser eleitos, os governantes deveriam ter no mínimo um curso superior de
administração pública ou ciências políticas. Isto para os eleitos. Para os
eleitores no mínimo um estágio-treinamento para o voto, lições de
discernimento, noções de livre-arbítrio no ato de votar, princípios de ética e
consciência livre na hora de escolha dos governantes. Assim já seria um começo
de mudança, quem sabe para ter um bom fim.
10
UM PAÍS COM ESPERANÇA
Quando
percorremos este Brasil, tão conflagrado e convulsionado politicamente, com
escaramuças de xingamentos e acusações entre os poderes, brotam em nosso íntimo
otimismo e esperança. Esta energia alentadora remanescente no fundo da caixa de
pandora (a esperança). Comigo, pensam e sentem, muitos dos que campeiam e
perfilam esse imenso Brasil. Porque na verdade tem sido esse o cenário, têm
sido essas as tendências postas à nossa frente. Uma nação em que as
instituições, a moral, os valores cívicos estão se esfarinhando, se esgarçando,
sendo carcomidos pela corrupção, pela imoralidade política, pela gestão
administrativa e funcional, sob os auspícios e gerência dos que nos governam.
Não
podemos esmorecer em ânimo e nem ter ilusões que estamos salvos. O cancro, o
abismo, as aves rapinantes estão sempre à espreita para nos engolir cada vez
mais. Os sistemas, os esquemas, as combinações, as medidas provisórias ou
permanentes e tantos outros arranjos tornam imprevisíveis afirmar sobre o que
virá a cada amanhecer. O presente tem sido de insegurança, o passado
perturbador e o futuro atormentador. O que será do povo brasileiro, o que farão
do Brasil os nossos mandatários?
Torna-se
pertinente lembrar uma frase do ex ministro da fazenda, Pedro Malan. Numa certa
reunião para deliberar sobre questões financeiras ele saiu com essa: “No Brasil
as coisas andam tão esquisitas que até o passado está imprevisível”.
E de fato soa verossímil a assertiva do
economista Malan. Quantas não são as decisões editadas no passado que são
revogadas anos depois? Quantos não são os atos, as medidas, os decretos,
regulamentos de um governante anulados e cancelados pelo governo sucessor?
Quer
exemplos bem chegadinhos de fresco? A tal decantada e recitada prisão após
julgamento em 2ª instância. Várias autoridades, políticos e segmentos da
sociedade estão aflitos, clamando pela mudança da decisão já tomada pelo
supremo tribunal federal (STF). Têm ministros do próprio STF que já
pronunciaram vão reverter e seu voto. Em sessão para tal fim ele, O SUPREMO,
votou favorável à prisão após condenação em 2ª instância. Agora, querem mudar
de novo, olha o passado imprevisível aí, como cravou o ex ministro Malan.
Há
ministro de nossa excelsa Justiça que muda de voto e de opinião conforme sopram
as notícias ouvidas. Ele muda de voto ao deus-dará. E assim ocorre com tantos outros homens de
governo, assim ocorre com o congresso nacional, com o executivo e instâncias
menores do judiciário. Por isso, tinha razão Pedro Malan em tascar essa de que
até o passado, em se tratando de política brasileira é imprevisível.
O que
se tem então de alvissareiro é o confronto de um Brasil obreiro, de uma banda
de pessoas operosas e trabalhadoras, que plantam, que produzem, que constroem,
que são honestas, solidárias, fraternas e ordeiras, com outra banda que nada
faz e parasitária. Para tal confirmação
basta permear, palmear, percorrer alguns rincões e regiões do país e lá são
avistados os trabalhadores no campo, nas construções civis, em infraestruturas,
em estradas e rodovias.
Nos
cenários públicos basta olhar com interesse e admiração o que fazem as forças
armadas, as diversas polícias, os bombeiros civil e militar, os órgãos de
defesa civil e fiscalização, as agências reguladoras. Vejamos a atuação
combativa e eficaz de nossa polícia federal e do ministério público; no combate
a tantos crimes internos e transnacionais! O papel em logística dos correios.
Todos
esses exemplos constituem o lado bom, ordeiro, honesto, produtivo e construtor
de nossa nação. E não se pode perder de vista e consideração, nesse confronto e
paralelo, a banda podre, putrescente e malcheirosa de nossa sociedade. Aquela
que não produz, nada faz, parasita, que é predatória e comensal.
Nesse
sentido, torna-se fácil e bem assimilável esse cotejo, entre o Brasil produtivo
e trabalhador com o Brasil que nada faz, nada produz. Aqui representado, esse
Brasil do nada, e improdutivo, de pessoas vagabundas, parasitas e comensais.
São parasitas e comensais do governo, dos órgãos previdenciários, da sociedade,
das famílias, dos pais com míseros bens e salários de aposentadorias.
Aqui e ali,
excluem-se os profissionais e poderosos da corrupção, esses que ainda que a
justiça os condene ou não já estão nos círculos profundos do inferno, ao modo e
meios previstos na Divina Comédia de um Dante Alighieri. Que esses gatunos e ladravazes brasileiros
tenham os mesmos destinos daqueles nessa magnífica obra de ficção do grande escritor romano. Porque são os grandes malfeitores da
humanidade, roubam o dinheiro mais sagrado como o que deveria manter as
creches, as escolas e hospitais públicos.
Nesse
grande rebanho de pessoas que nada fazem e nada produzem, encontram levas e
levas de jovens, moços e moças, completamente entregues aos expedientes fúteis
e aos apelos da mediocridade. E assim o fazem impelidos e aliciados pelo
sistema de consumo e marketing do “admirável” mundo da internet e das redes sociais.
Esses vêm engrossando as filas e cordões dos indivíduos que não leem, não
redigem, não pensam e nada criam. E para quê. Tudo agora já vem pronto. É o
império das futilidades, irmanado com a vigência da mediocridade, tão em voga e
vigência de nossa intitulada hipermodernidade.
Mas ao
cabo e termo das coisas, o bem, o trabalho, a honestidade da banda construtiva
e produtiva do país hão de vencer. É só participar e acreditar. Quem trabalha sempre alcança , já diz o
antigo provérbio.
11
DAS FUTIMEDIOCRIDADES
Todos
aqueles e aquelas pessoas seletas, as do escol de nossa sociedade, que
observam, que pensam, que portam uma crítica racional devem ter a mesma
conclusão no que concerne e tange às escolhas e preferências da grande maioria das pessoas da sociedade brasileira.
Na sua imensa composição, elas encontram-se na absoluta futilização e
mediocrização da vida. Tornou-se um estilo, um modo de viver; que vai desde os
hábitos alimentares até as opções religiosas.
Tal
tendência, a fútil e medíocre maneira de tocar a vida, começa na própria
escolha das relações sociais. Refere-se ao princípio ou diretriz lé com lé, cré
com cré. É o princípio antagônico ao das propriedades químicas. Porque dentro
da fisioquímica a propriedade ou princípio benéfico é a atração entre os
opostos, positivo com negativo, próton com elétron, ou quando muito próton com
neutrino.
No
campo social, não. Aqui quanto mais semelhança mais atração. Então pode-se
esperar, mediocridade, mais mediocridade com futilidade, ainda mediocridade,
sempre mediocridade. Se bem comparada, a vocação e afeição pela mediocridade
vão no mesmo pendor do mal e da ilicitude. Percebam as pessoas o quanto tais preciosidades
pegam mais do que sarampo e gripe suína (H1N1, H3N2). São criações malignas que
parecem levadas por nuvens e ventos. E tudo se vai por efeito dundum ou dominó.
A coisa
ou propagação dá-se nesses termos. E para tanto foram criadas a internet e as
tão declamadas redes sociais. Elas não levam culpa, apenas facilitaram a
difusão de tão frívolas ocupações. Então estabelece a origem assim:
fulano, sicrana ou beltrano, não importa a identificação, então, ele ou
ela relatou que tal coisa, gênero tal e qual, tal maneira de tocar a vida têm
esse e aquele prazer, um resultado tal e até um estado de felicidade. Pronto,
de plano, sem nenhum crivo racional ou crítico o sujeito estabelece a sua plena
aderência. Sujeito aqui com duplo sentido, porque não importa o iniciante e
iniciado. Sujeito de sujeitar-se,
particípio passado, aquele(a) que se subjuga à vontade de outros sujeitos, que
torna-se dócil, obediente, cativo. Outro
significado de sujeito pode ser lido como o sistema reinante, as tendências
medíocres e fúteis da sociedade, as novas ondas de vida, esses segmentos
constituem os sujeitos (agentes) iniciais atraindo outros sujeitos(submissos)
que são embalados na mesma onda reinante.
O que há
de certo, de concreto, de longe ou perto
é que a mediocrização infiltrou em todos os cenários e searas da vida. A
começar pela forma de subsistência da pessoa. Mas como assim?
Na
própria culinária, na tão comezinha e rotineira maneira de alimentar-se. Os hábitos
alimentares de nossa sociedade, analisados de forma racional, neutra e sem
sectarismo beiram à insanidade mental ou idiotização. Torna-se um simples
raciocínio, muito além de mera conjectura. Hoje eu me empanturro de tais e
quais alimentos apetitosos, em orgíacas e patuscadas comezainas e amanhã eu me
curo e me cuido. Que eu chegue à obesidade mórbida ou obstruo minhas artérias,
que eu acumule minhas adiposidades corporais ou meus pneus. Mas, vai ter cura,
a Medicina, está aí para isso.
Uma vez
atingidos esses cúmulos e morbidades faço umas lipos (cirurgia de lipoaspiração),
algumas plásticas de abdome. E para minhas artérias? Até para elas criou-se uma
solução. Existe uma tal de plástica arterial, que no medicinês chamam-na de
angioplastia, que consiste na extração da gordura ou colesterol do íntimo dos
vasos. E nesses avanços da medicina já existem até prótese arterial, os
populares stents; stent, mola arterial que dinamiza a circulação. Com uma
ressalva a se registrar, todos esses aparatos da modernidade quando não se tem
os tão repulsivos e indesejados infartos do miocárdio e de tecido cerebral,
cuja mortalidade beira os 50% dos acometidos de tão devastadoras e catastróficas
surpresas que são.
Então
conclui-se que dar-se aos tão fúteis e prazenteiros hábitos da vida moderna,
pode ser uma roleta russa, um jogo de azar. Vai que comigo não aconteça nada de
mórbido e nocivo em minha saúde orgânica. Quando eu tiver mais idade eu me
cuido, a Medicina está aí para isso, e de plantão os seus profissionais urgencistas
e emergencistas.
E assim
segue a toada das futimediocridades. Na música ,por exemplo, temos a
contracultura e a contrapoesia. As melodias encerram genuínas barulheiras,
ruídos de romper as nervuras timpânicas.
E assim
prosseguem as pessoas em suas humanas e bestiais mediocridades. Sejam na
gastronomia, nas modas de vestir, nas opções de lazer e entretenimento. A
mediocridade e frivolidade da sociedade atingiram tão alto nível que elas são
praticadas à exaustão nas relações sociais, nas religiões e nos critérios e
aplicação da justiça.
Imaginem,
nossos diletos leitores(as) essa quintessência. Os conceitos e sentidos de
justiça têm se invertido. De forma a que juízes e magistrados vêm pendendo para
o outro lado. Eles têm se tornado os
crés com crés e lés com lés. Se misturando e se tornado como os de mesmas
igualhas do mundo bandido e criminoso. Quem nesse descalabro poderá nos salvar?
“A primeira coisa de
que v. mercê se deve lembrar é que cada um é como cada um; lé com lé, cré com
cré; cada qual com os da sua igualha” Antônio Feliciano de Castilho. As pessoas cuidam da vida alheia,
pra compensar a frustração de suas vidas fúteis. Leandro Costa
pra compensar a frustração de suas vidas fúteis. Leandro Costa
12
O PREÇO DO SOL E DO VENTO
Aqui no
Brasil existe uma obrigação que qualquer cidadão, inclusive o analfabeto, tem
uma verdadeira antipatia por ela. Se alguém adivinhou, parabéns! É esta,
imposto. O nome por si só já gera uma certa ojeriza e repulsa porque revela-se
opressivo, absolutista e tirânico. Mais que isto, é injusto e desonesto.
Porquanto deveria retornar aos pagantes e contribuintes sob a forma de
serviços. E nada disto chega de forma digna às pessoas pagadoras.
Por uma
simples questão diferencial, imposto não é sinônimo de taxa. O imposto se
mostra tão injusto que o governo cobra sem a contrapartida na prestação do
serviço. São os casos, por exemplo, de uma profissão autônoma. Mesmo o
indivíduo não trabalhando, ele tem que pagar ao conselho da categoria, para ter
o direito daquele registro. De um imóvel seria outro tipo. O proprietário
utilize ou não aquele bem ele se vê obrigado (imposição legal) de pagar imposto
daquela propriedade. Taxa, refere-se a um percentual de um serviço prestado,
sempre.
O
Brasil, notoriamente é um país campeiríssimo em tributação ao cidadão. Beira
aos 38% do que o cidadão ganha, compra e consome. Agora pergunte o quanto e com
que qualidade o brasileiro recebe de volta? Praticamente nada. Se comparado a
outros países como Suécia, Suíça e Escócia, seriam justos tantos impostos para tantas
necessidades do contribuinte. Porque nessas nações europeias, o cidadão paga est muitos impostos mas há também um justo
retorno como educação de qualidade, saúde digna, segurança eficaz, serviços
públicos outros eficientes e rápidos, obras de infraestrutura garantidas e
justiça na sua acepção a mais próxima do ideal.
Fazendo então esse paralelo, basta perguntar:
quantas vezes eu fui bem atendido pelo SUS? Em situação de emergência o
paciente morre por absoluta falta de atendimento; por omissão do estado; como
aliás é comum ocorrer em muitos cenários da vida brasileira.
Dois
outros setores mostram bem o quanto os brasileiros são desassistidos. Segurança
pública e rodovias. Juntando essas duas omissões do país, são 120.000 mortos
por ano. Ao sair de casa o indivíduo possui dois grandes riscos: ser assaltado
e executado ou morrer nos crimes de trânsito, por motoristas infratores, e
também em acidentes nas estradas mal conservadas.
E aqui
não precisa nem trafegar pelas rodovias. A violência provocada por infratores
no trânsito começa nas vias urbanas mesmo. As avenidas tornaram-se pistas de
motovelocidade e rachas de automóveis. Vez e outra os pedestres e motoristas
prudentes saem todos rachados, mutilados e mortos dessas criminosas porfias e
disputas. São cenários de imbecilidades e insanidades.
Agora
para pasmo e estupefação da sociedade e dos cidadãos eu trago à baila um tema
que parece desconexo. Mas, não é, e eu provo. Tem se falado nos últimos tempos
em sustentabilidade, em ecologia, em degradação do meio ambiente, em poluição,
emissão de CO2 e efeito estufa. Dentre as questões de sustentabilidade há que
se falar-se na modalidade energia limpa. Como fontes de energia que degrada o
meio ambiente têm-se a hidroeletricidade e uso de combustível fóssil.
Duas
significativas fontes de energia limpa são a eólica e a fotovoltaica. Com o
emprego do vento (moinhos ou usinas eólicas) e o próprio sol ,com emprego de
placas solares. Agora pasmem os brasileiros, os políticos, nossos digníssimos
legisladores estão com planos e projetos (de lei) de tributar pelo uso de vento
e do sol. Para eles natural, porque imposto para eles é uma obviedade. Existem
umas cabeças pensantes no congresso com a estapafúrdia ideia de propor cobrança
de royalties pelo uso de energia eólica e fotovoltaica.
Acreditem!
Macacos me mordam. Mas, correm na câmara dos deputados ideias desse naipe. Um desses
parlamentares (para lamentar mesmo) exibe nome até filosófico e curioso. Heráclito
Fortes (PI). Eu não posso afirmar que o deputado Heráclito se inspirou no xará
de Éfeso, Heráclito de Éfeso, Mas, que o parlamentar se mostra forte nessa
ideia basta ouvir sua retórica com o projeto de lei para cobrar royalties pelo
uso de energia dos ventos e da luz solar. Acreditem, está lá no congresso para
ser levado à votação no plenário daquela casa legislativa. Eu reitero, eu não
estou com piadinha de mau gosto.
“Que Deus
não permita que minha luz se apague
Que a energia do sol resplandeça dentro de mim e eu tenha a dádiva de um dia poder aquecer o coração de alguém”.
Que a energia do sol resplandeça dentro de mim e eu tenha a dádiva de um dia poder aquecer o coração de alguém”.
13
DESIGUALDADE NA JUSTIÇA
A
percepção e interpretação das pessoas leigas são completamente diferentes das
que fazem os profissionais da área de justiça. Tais análises se referem
justamente na aplicação das leis, da constituição e dos códigos civil e penal.
E mesmo em se tratando dos códigos do consumidor e de ética. Muitas são as
profissões e atividades que possuem seus códigos de conduta, de postura, de
relações sociais, de como tratar com o público em geral e com colegas. Depois
de tantas denúncias de assédios moral e sexual, muitas empresas e órgãos públicos
vêm instituindo seus códigos, suas normas de hábitos e comportamento no
trabalho.
Trata-se
de iniciativa saudável e construtiva, uma vez que existem aqueles indivíduos que
trazem a ética do berço. Já outros se mostram degenerados porque a família
assim o é, e este indivíduo é apenas um corolário ou produto do meio. Ou ao
contrário, pode se tratar de alguém disfuncional, sem cura, e, portanto, só
mesmo normas e regras rígidas para reprimi-lo. Nesse rol de pessoas há os
homicidas passionais e outros criminosos de toda ordem.
Ao se
tratar de justiça, um conjunto de normas ou legislação que se mostra de muita
lógica e coerência é o código de defesa do consumidor (CDC). Para os não
profissionais ele se mostra de muita correção e integridade, e muito simples na
sua aplicação e entendimento. Existem situações em que pode ser considerado até
muito protetor para o consumidor.
Por
exemplo, eu comprei um aparelho, um objeto qualquer, mas ao chegar em casa
constato uma avaria, um dano originado de fábrica. De pronto posso retornar e
pedir a troca. Comprei uma roupa, mas em seguida não me agradou o modelo ou a
cor, eu tenho um tempo para troca. O consumidor tem direito ao arrependimento,
muito justo.
Enfim,
são contextos em que o CDC protege e dá razão ao consumidor. E , aliás, com
alta razoabilidade, porque na relação fabricante com o cliente, o consumidor representa o polo ou
lado mais frágil do negócio. Empresas têm como fins faturamento e lucro, por
isso o código entra nessa relação para frear e humanizar os seus meios de
enriquecimento.
A
constituição civil (código civil) é outra legislação que aos olhos dos comuns,
ora parece justa e fácil de entender outras vezes soa como injusta e desigual
com os iguais, ora igual com os desiguais. Ela deveria ser assemelhada ao CDC.
Não se mostra difícil na sua aplicação porque ela trata das responsabilidades
administrativas, civis e material. Entra muitas vezes a reparação por danos
morais. E ao se tratar de reparação moral o código civil mostra-se mais
complexo na sua finalidade. A dor ou dano moral sendo um condição subjetiva e
pessoal torna-se muito intrincada e difícil em sua mensuração. Como o é de
forma natural a dor física “stricto sensu”.
O
sofrimento de uma pisada no dedão do pé é variável de pessoa para pessoa. Assim
também o sofrimento de um assédio moral ou sexual, ou até mesmo de uma
alienação parental.
A
inscrição do CPF em um órgão restritivo de crédito vai gerar sofrimento moral e
material diferente para cada pessoa. Os danos vão se vincular ao patrimônio
moral, social e intelectual do indivíduo.
Portanto,
a reparação material pura e simples se torna aritmética. Mas e o abalo físico,
emocional e moral dessa pessoa, como minimizar esses danos?
Quando
fala em justiça, constituição e código penal, de forma muita massiva e participativa,
tem-se discutido e reclamado das penas impostas aos criminosos intitulados do
“colarinho-branco”. Trata-se, de fato, de questão de alta complexidade, uma vez
que a definição, o conceito exato do que seja justiça permanece uma
interrogação dos sábios e pensadores de todos os tempos. Os filósofos gregos ,por
exemplo, como Sócrates, Platão e Aristóteles digladiaram sobre o tema e não
chegaram a um consenso. Platão, nesse embate foi um sábio que melhor definiu o
que é justiça.
Disse
ele: “justiça é dar a cada um o que lhe é de direito e dever”. Na origem “dar a
cada um o que lhe é devido”. O ideal platônico de justiça no ordenamento
jurídico brasileiro raramente é prático. O que parece patente é que ora ela
entra em prática de excesso com os desvalidos e pobres ora é condescendente e
protetora com os ricos, poderosos e famosos. Nos postulados preconizados por
Platão de “dar a cada um o que lhe é devido”, deveria o julgador ser “cego e
surdo” em relação ao culpado ou criminoso. E tal diretriz e decisões não são vistas quando o réu apresenta um nome e
sobrenome de destaque, ocupou ou ocupa algum cargo político ou público, ou
então movimenta milhões de dólares em seus negócios e contas bancárias.
No
fundo fica a sensação de que código penal foi concebido para os pobres e o
código civil e tribunais superiores para proteger ricos e famosos. “ o bom juiz corrige o que ouve pelo que vê,
o mau juiz corrompe o que vê pelo que ouve”.
14
O CASAMENTO DA ERA VIRTUAL
Cada vez mais, através dos meios de comunicação
e acesso à informação (internet, redes sociais) , se vê muitas mudanças na
legislação atinente ao direito de família.
São as
questões ligadas às relações parentais, dos deveres dos pais, dos direitos dos
filhos e das ligações conjugais. Uniões estas que, hoje, ganharam novos
formatos, novos arranjos. A forma conjugal mais tradicional se refere ao
casamento ou união entre um homem e uma mulher. Mas, hoje há também os arranjos homoafetivos. São fatos e
acontecimentos da chamada hipermodernidade. Ou modernidade liquida conforme
Zigmunt Bauman, onde tudo acontece e se desfaz rapidamente.
Discorrer
sobre gênero, sobre homossexualidade e sobre o movimento LGBTI não é de
competência desse artigo. Aliás, devido ao patrulhamento do politicamente
correto ou incorreto tornou-se até perigoso pelo enxame de xingamentos e
críticas ferinas daqueles que opinam sobre tais melindrosos temas. Sejam tais
pareceres contra ou a favor dessa ou daquela minoria ou opção sexual, estilo de
vida entre outras escolhas.
Esse
artigo se propõe a dissertar sobre a relação conjugal tradicional, homem mais
mulher, uma vez que ela se dá desde que o homem se organizou em sociedade como
Estado. Notável é também de se registrar o quanto as leis, o código civil
tiveram que sofrer reformas e adaptações com a evolução e aprimoramento dos
direitos sociais, individuais e humanos. E como se propagam os chamados grupos
(OAB, por exemplo) dos direitos humanos!
Bom e útil seria também criar os grupos de Deveres Humanos. Questão de
equilíbrio direitos/deveres.
E esse
ativismo numa sociedade democrática é muito positivo e construtivo, em termos
de liberdade, igualdade e fraternidade (“liberté, egalité, fraternité,” lema da
revolução francesa).
Uma
questão que me desperta o interesse e observação no casamento refere-se a frequência das separações. E nesse contexto
a legislação sofreu uma flexibilização na obtenção do divórcio (instituído no
Brasil, em 1977, projeto do senador Nelson Carneiro). Por exemplo, se o casal
decide separar e não tem filhos, ou os filhos são maiores de idade, o processo se tornou simples, não se
exige mais advogado. Basta os cônjuges ir ao cartório e oficiar o pedido, sem a
participação do profissional do direito. O próprio cartório formaliza o
processo e o juiz da vara de família assina e pronto. Isto, é evidente, em se
tratando de uma separação consensual e amigável. Se litigioso, continua como
antes. Advogado, audiência na justiça e outros aborrecimentos.
Uma
outra questão seriíssima e encontradiça na hora da separação se vê nas
desavenças na partilha dos bens do casal. Muitos litígios e contendas surgem e
não raro resultam até em assassinatos, feminicídios. Muitos desses crimes
executados por encomenda. Os motivos em geral envolvem seguros de vida a ser
resgatados, rixas na divisão de bens e outros conflitos envolvendo patrimônio
obtido na vigência do casamento.
No
Brasil, quando se compara o casamento antes e depois da constituição de 1988,
ou antes e depois do novo código civil, percebem-se muitas mudanças. Independentemente
de legislação, pode-se fazer um paralelo no concernente ao padrão cultural de
antes, e com os avanços dos direitos humanos e conquistas tecnológicas e
científicas de era da internet. Então antes e pós internet.
No
tocante ao papel da mulher no casamento. A jovem, na maioria das vezes, nos
idos tempos pré-constituição de 88, se casava para literalmente ser “doméstica”
ou do lar.
Em
outros termos, ela contraia casamento para procriar, cuidar dos filhos, da casa
e servir ao marido em todas as suas exigências, em três palavras, na cama, mesa
e banho. E era um trabalho árduo com ou sem uma empregada ou secretária
doméstica, porque muita vez tinha-se um marido mandão e exigente. Além, de
muitas vezes, ciumento e possessivo, tendo a mulher como um mero objeto animado
para cuidado das prendas da casa, na educação dos filhos e um papel como
amante.
Com o
progresso que de hoje em todas as áreas, com a conquista da liberdade em todos
os ramos de atividade e igualdade em termos de direitos humanos constata-se um
novo comportamento da mulher no casamento. Basta registrar o quanto a mulher
busca sua realização profissional e socioeconômica. Em todos os ramos
profissionais a mulher tem assumido o seu protagonismo. E no casamento, ela tem
se comportado de igual forma. De um papel antes de muita dependência do marido
ela passou a gerir seu próprio orçamento, pela sua atuação no mercado de
trabalho. Prova disto é que na maioria das uniões conjugais o regime adotado é
a comunhão parcial de bens ou até de cada um administrar os próprios
rendimentos; o que se mostra justo e mais simples numa eventual separação. Alguns casamentos são feitos a fim de que o
tribunal de divórcios não se mantenha ocioso -Oscar wilde.
15
GRAÇAS ÀS CIÊNCIAS
Eu sou
muito grato aos grandes homens da história e das ciências, a todos os
cientistas que tornaram a vida, a sociedade e este mundo melhores. Muitos são
os benefícios, muito melhores tornaram as condições de saúde e da vida, graças
ao heroísmo, à dedicação, à pertinácia, à ousadia e inteligência de homens das
ciências e da tecnologia, do passado e do presente.
Assim
ocorre, assim aflora minha gratidão quando me vêm à memória os feitos daqueles
sábios da antiga Grécia, como o foram Pitágoras, Euclides, Aristóteles,
Sócrates, Platão; entre tantos outros, nos séculos e séculos antes de cristo.
Dando um grande salto na história, como esquecer as contribuições de um Galileu
Galilei, de um Copérnico.
Só para
refrescar nossa memória, Nicolau Copérnico e Galileu foram os precursores do
heliocentrismo. Demonstração científica do sol como centro do universo, e não a
terra como defendia o achismo da igreja católica da época. Pode-se afirmar que
este era um dos dogmas da igreja. Uma verdade (para a igreja) que não aceitava
contestação e dúvida. Ou se aceitava como verdade definitiva ou era julgado
pelo santo ofício (inquisição), com risco de pena de morte por incineração.
Havia uma dupla finalidade: execução e cremação. Ao que sugere o processo, os
pecados eram queimados no mesmo forno. Tomás de Torquemada foi um grande
inquisidor da época.
O
próprio Galileu foi processado e condenado, caso persistisse com sua teoria do
sol como centro do universo. Não em
2ª ou 4ª instância, como se dá aqui no Brasil. Era
justiça de grau único, soberana e definitiva. Galileu escapou do
braseiro porque abjurou de sua tese em público. Ele negou sua descoberta para
os homens da lei, no caso, das leis canônicas ou dogmáticas da igreja católica.
Foi liberto, mas sob liberdade vigiada. Foi proibido de pregar suas ideias na
época, ainda não existia a tornozeleira eletrônica de agora.
Giordano
Bruno foi outro teólogo e pensador que não teve a mesma sorte. Era dele, na
época, a teoria do infinito. Deus e o cosmo são infinitos. Para ele cada ser
neste universo de natureza biológica ou não, tinha uma energia interior a que
chamava alma ou espírito. Ele contrariava alguns cânones e dogmas da igreja.
Não renunciou às suas ideias e foi condenado pela santa inquisição e queimado
vivo. Um horror!
Ele foi
de um caráter e espírito socráticos. Morreu fiel às suas ideias e teses.
Dando
mais um salto na história, o exemplo de Isaac Newton (1643-1727) com o estudo
das leis da gravidade e da matemática. Um outro cientista e filósofo por que
tenho uma admiração é o Immanuel Kant (1724-1804). Ele é autor das obras
críticas da razão pura e críticas da razão prática. Um dado significativo na
vida e trabalho desses cientistas, a partir do século XVIII, foi a
desvinculação com as crenças, “verdades” e imposições da igreja. Ao menos no
campo das ciências, os estados começaram a ser laicos, sem interferência de diretrizes de
cunho religioso, bem reiterado, pelo menos na seara das ciências, porque no
campo político muitas nações ainda sofriam as ingerências da igreja.
Fazendo
um trampolim para o século XIX, três foram as grandes invenções que mudaram
para sempre a vida das pessoas e da sociedade. São a eletricidade, a telefonia
e o automóvel. Na verdade a eletricidade foi uma descoberta, o telefone e o
automóvel duas invenções. Há que se diferenciar uma invenção, a roda ,por
exemplo, de um achado ou descoberta, como os casos da gravidade e relatividade.
Algumas
palavras sobre esses grandes cientistas. Graham Bell foi o britânico da invenção
do telefone, em 1876. Além de inventor foi empresário do ramo, ele fundou a cia
Bell. O automóvel, embora tenha havido quem registrasse patente anteriormente,
quem de fato criou e se tornou empresário e fabricante foi o americano Henri
Ford. A popularização do carro e a sua comercialização se dão mesmo em 1900, ou
seja, já nos albores do século XX. Já a eletricidade, como a conhecemos, e dela
utilizamos nos dias de hoje, se torna acessível para uso doméstico e industrial
por volta de 1880.
Três foram
os cientistas nessa contribuição: Nicola Tesla, Thomas Alva Edison e Westhinghouse.
Para ser justo esses três personagens, Tesla, Edison e Westhinghouse foram a um
só tempo cientistas e empresários do ramo (1880-1891).
Sem
descer a pormenores, a curiosidade que se estabeleceu nessa época foi a
denominada guerra das correntes. Nada mais do que a preferência de um e outro
inventor pela corrente contínua ou alternada. E por que dessa chamada guerra?
A
corrente alternada (CA) era considerada muito mais perigosa do que a corrente
continua (CC). Mas logo em seguida, tudo se pacificou e quem lucrou foi toda a
humanidade. Até hoje e sempre, como imaginar o mundo sem eletricidade?
No
século XX temos dois gigantes das ciências que eu destacaria, Albert Einstein,
autor da lei da relatividade. Stephen Hawking ( 1942-2018) autor da teoria das
cordas e estudioso dos buracos negros.
Enfim e
como conclusão, eu me declaro grato a todos esses gênios cientistas, que tanto
bem e qualidade de vida deixaram para a humanidade. Tenho certeza que todos,
numa breve reflexão, ao lembrar, também guardam no íntimo sua eterna gratidão
por esses benfeitores, que merecem o nosso galardão e um acento eterno no
panteão dos heróis da humanidade.
16
A LIÇÃO REVERSA
Eu não
tenho e nunca tive vocação para advogado. E mesmo que o fosse não passaria de
um reles rábula, porque nunca foram meus pendores profissionais, nem meus objetivos
e modos, litigar contra quem quer que fosse. Todavia, peço escusas a todos os
assim constituídos e saio em prol de alguns fatos e pessoas que andam mal
interpretadas e injustiçadas. E acredito que tal sentimento de injustiça possa
ter desabrochado no íntimo e coração de outros cidadãos. Não só com esses fatos
que conto aqui, como inúmeros outros assemelhados.
A
primeira pessoa aqui tratada é do presidente da república, Michel Temer. Longe
de querer falar de sua baixa popularidade; conforme pesquisas de opinião
pública. Ela anda na margem dos 3%. Considerando a margem de erro, pode ser
popularidade zero. Três pontos a mais, três a menos, zero. Mas pode ser nove
também. Estatística é a Ciência da inexatidão.
Fora os que o consideram ruim ou péssimo, além dos indecisos e os que se
negaram a qualquer outra consideração e adjetivo. São os sem noção e sem opinião. Agradar a todos é muito difícil.
A
questão de que falo aqui versa sobre a escolha pelo chefe da nação, da pessoa
da Sra. Cristiane Brasil, filha do ex preso e ex deputado, Roberto Jefferson
(PTB), para ser ministra do trabalho. Uma vez indicada para o cargo foram
conferir o seu curriculum vitae. Aferição esta feita por adversários do
presidente da República (MDB), imprensa, associações de classe e OAB. Está
consignado em sua folha corrida, aquele apanhado ou registro de culpas em
cartórios ou tribunais, que a ex quase ministra já foi condenada pelo tribunal
regional do trabalho em duas ações trabalhistas (ali no Estado do Rio de
Janeiro). Foram dois motoristas que trabalharam para a deputada Cristiane, do
PTB, sem carteira de trabalho assinada e sem outras obrigações trabalhistas
pagas. Ela foi condenada a pagar aos ex
funcionários. Dívida que ela ainda possui algumas parcelas não quitadas. Mas,
ela vai pagar, assim o declarou para a justiça e para os reclamantes. Ela deve,
não adianta negar porque foi condenada, e pagará quando puder.
Agora
imagine bem! Pura questiúncula e litigância de somemos importância, para não
dizer de má fé. Ela deve, não nega e pagará, não quando puder. Além de poder
pagar, porque dispõe de bens, a justiça assim o determinou como sua dívida e
seu dever.
Agora
em nome do contraditório e ampla defesa das pessoas e dos fatos. Empossar uma
pretensa ministra do trabalho que descumpriu leis trabalhistas traz uma razão fiscalizatória e pedagógica.
Ser
chefe de um ministério do trabalho dá trabalho, significa ser regente das
relações trabalhistas. Tal múnus público lhe traria a chamada pedagogia
reversa. Porque assim, tendo ela transgredido uma legislação trabalhista, traz-lhe
um aprendizado adicional e empírico do que não deve fazer o seu séquito de
comandados. Bem assim, trabalhadores, empregadores e empresas sob sua
fiscalização e vigilância. Seria essa contribuição, que a ex quase ministra
traria à Nação. Qual o problema? Eu não vejo.
Portanto,
a gritaria e protestos gerais contra a posse da futura ex quase ministra perdem
sentido. No mesmo sentido sobrou razão ao presidente Temer na insistência em tê-la
tido como sua auxiliar na pasta do trabalho. Ou eu estaria falando alguma
abobrinha ou cometendo alguma tolice?
Outro
fato de que falo como causídico se deu em Londrina PR. Nessa cidade, tida e
havida como grande produtora de café foi constatado que numa chácara
especializada em recuperação de dependentes químicos (maconheiros,
cocainômanos, alcoólatras e sucedâneos) havia uma plantação extensa de mais de
500 pés de maconha. Ora, trata-se como referido na história da ex quase
ministra do trabalho da mesma tese. Fiscalização e pedagogia reversa. Não fosse
a denúncia do cultivo da cannabis sativa, a polícia não teria ido àquele local
numa diligência de monitoração e fiscalização. Assim o fez. E nessa visita,
ficou então consignado no inquérito, que os dependentes químicos cultivavam uma
grande horta da famosa planta consumida em baseados. Só isso. Nenhuma outra
irregularidade.
O fato
de em uma clínica ou estância para
recuperação de dependentes químicos ser encontradas drogas ilícitas está de
acordo com o desígnio e objeto das coisas ou da pedagogia reversa. Desígnio das
coisas porque não é de chofre que se desmama de qualquer entorpecente.
Pedagogia reversa porque como os monitores e profissionais dessa terapia de
recuperação irão demonstrar para os internos como abdicar ou abster do
vício? Tal expediente não se faz com
sistemas e exposições teóricas. Torna-se ao que sugere tal empreitada, uma
espécie de clínica-escola. Nem só de teorias e ideias demonstram-se os danos
que o vício faz.
Tal
tese e preleção se dão para presídios e colônias penais. Em lá se achando armas
de fogo e granadas. Tudo se justifica pela ideologia da vigilância e pedagogia
reversa.
Como depreende-se desses fatos há
um exagero e falação da imprensa e sociedade. Tanto na pretensão do presidente
Michel Temer, quanto na sua indicada a quase ministra, deputada Cristiane
Brasil. Francamente, quanto falatório maldoso e insosso.
Ironia! Ironia! /Minha consolação! Minha filosofia! /
Imponderável máscara
discreta/Dessa infinita dúvida secreta
Que é a tragédia recôndita do ser! /Muita gente não te há de compreender/E dirá que és renúncia e covardia!
Ironia! Ironia! /És minha atitude comovida:
O amor-próprio do Espírito, sorrindo!
O pudor da Razão diante da Vida!
Que é a tragédia recôndita do ser! /Muita gente não te há de compreender/E dirá que és renúncia e covardia!
Ironia! Ironia! /És minha atitude comovida:
O amor-próprio do Espírito, sorrindo!
O pudor da Razão diante da Vida!
17
A RELIGIOTERAPIA
A
ciência, como aceitação consensual, demonstra-se com matemática, com lógica,
com dados concretos, com experimentos, com ensaios, com física, com a química.
Enfim com provas universais bem incontestáveis. A medicina é um campo
profissional que usa muito dos muitos braços científicos. Ela socorre-se ,por exemplo, da biologia, da química, da
física, etc. Todavia, ela não é estanque, nem está vedada à influência de
outras áreas do conhecimento e abstração humana, à sociologia, à filosofia e
religiosidade.
Todos
esses segmentos da sabedoria, do pensamento e da prática humana, podem e devem
fazer parte da estratégia e das diretrizes terapêuticas e enfrentamento das
doenças; tudo a serviço do bem estar, da saúde e da vida humana. No reforço e
defesa dessas premissas basta lembrar que muitas afecções de origem puramente
orgânica terão um componente emocional adicional. Inversamente, muitos
transtornos psíquicos na origem (ansiedade, depressão) terão graves
repercussões somáticas e físicas (doença psicossomática). Trata-se do princípio
basilar do que seja doença psicossomática. É a emoção ou a alma como porta para
muitas das dores e do sofrimento do corpo, do soma, de nossa fisiologia e
economia orgânica. Uma questão que muitos veem com ceticismo e incredulidade em
medicina refere-se ao papel da religião ou religiosidade.
O papel
da terapia espiritual. Em minha já longa trajetória de médico, já participei de
muitos congressos, conferências e simpósios. Nas poucas vezes em que se abordou
o papel da fé e da religiosidade do paciente em tratamento tal matéria foi vista
com um certo desdém e desprezo. Tal constatação mostrou-se presente não apenas
nos ouvintes, mas até mesmo com superficialidade e sem convicção ou entusiasmo
dos que conduziram os experimentos (os pesquisadores condutores do estudo).
Independentemente da crença, religião, fé ou mesmo do ateísmo da pessoa, o que
importa é que somos constituídos de uma dualidade corpo e alma ou corpo e
mente. E mente aqui deve ser lida também como a nossa psique, as nossas
emoções, nossa capacidade dos mais complexos e variados sentimentos (amor,
amizade, afeto, fraternidade, ódio, antipatia, inimizade, egoísmo e
vingança).
Diferente
dos irracionais temos racionalidade e memória. Trazemos a capacidade de ver,
ouvir, presenciar fatos e ações e guardar tudo em nossa consciência e na
memória. Esse tão nobre atributo dos homens por um lado muito ruim por outro porque
pode voltar contra o próprio portador, trazendo-lhe recalques, sentimento de
culpa, de raiva, medo , dor e sofrimento de toda ordem. Como referido na introdução Ciência se
fundamenta em dados lógicos, concretos e matemáticos. Religião se baseia em
intuição e fé. O que há de consensual é que o organismo humano tem de fato um
componente físico (mensurável, palpável) e uma esfera imaterial, intangível,
composta do psiquismo, de uma consciência, emoções, a que se pode também
nominar de alma. Essa aceitação independe de religião, de fé , de filosofia
contrária a essas concepções.
Há
filósofos ateus e aqueles em profunda conexão com o sagrado, com Deus. O certo
é que o homem (gênero) é o seu corpo (soma) aliado a todos os seus sentimentos,
crenças, fé e suas concepções de mundo, de Deus e de todas as coisas que o
cercam. Partindo então desses postulados, como imaginar então a pessoa
desconectada de todos esses componentes? Quase impossível. Imaginando as partes
interligadas se uma pessoa adoece, todo o resto será acometido na proporção de
sua susceptibilidade e de sua resistência. Diante das doenças, todos,
rigorosamente todos, nos tornamos criaturas frágeis, vulneráveis; e nessa hora
precisamos do cuidado de outrem, das energias emanadas em nosso favor, venham
de onde vier. E a fé inclusive, pode ser essa última energia a nos revigorar e
superar o inimigo psíquico ou orgânico (a depressão e a dor física , por
exemplo), a doença que teima em romper esse tênue fio que nos segura a vida.
Para o bem daqueles comtemplados com tais experiências e iniciativas vêm
surgindo grupos de estudos e especialidades médicas dedicadas ao emprego de
práticas e atitudes religiosas na cura das pessoas. São condutas estimuladas
sem nenhuma discriminação de religião.
O que
importa aqui é religiosidade. A fé ou firme convicção de que há um ser r, um
criador acima de toda inteligência e engenho humano. O papel da religião aqui,
pode ser praticado inclusive por pessoas leigas, por um pastor, um evangelista
que atuará com suas orações, suas intercessões. Esse expediente e prática serão
adicionais e aliados a toda terapia
convencional médica ou psicológica seguida pelo paciente.
Abstraindo-se
da questão e vocações de fé e religiosidade. De há muito que se conhecem os
nexos causais entre transtornos psicológicos e danos físicos. Conceito de
doença psicossomática. Muitas são as doenças que na origem possuem um
transtorno emocional. Como exemplos, a obesidade, a síndrome metabólica, as
gastrites, a síndrome do intestino irritável, a asma, as doenças de pele, a
enxaqueca, a fibromialgia, a psoríase, os reumatismos. Pra ficar em exemplos
bem concretos: o indivíduo mal resolvido espiritual ou emocionalmente terá
descargas intermitentes de adrenalina, insulina e corticosteroides
(suprarrenal). Com tudo alterado o paciente terá resultados negativos : ganho
de peso, insônia, mais depressão, diabetes, mais colesterol, mais pressão alta;
assim , mais riscos de morte cardiovascular. Enfim, e num conceito mais
estendido, saúde é um completo bem-estar físico, social, econômico, ambiental,
afetivo, psíquico e religioso. Numa frase para os médicos, para os terapeutas e
pacientes “tudo vale a pena quando a alma não é pequena” (Fernando Pessoa) . “As
incapacidades que criamos com nossa mente são tão infinitas que já deixei de
acreditar nos limites”
18
A VIDA É O PRESENTE
Dois são os fenômenos muito recorrentes nas
vidas e sentimentos das pessoas. Sonho e desejo, ou sonhos e desejos. No mundo
atual, na era da intitulada hipermodernidade ou de quase tudo virtual e
digitalizado, como será que andam os sonhos e desejos das pessoas? Época em que
tudo parece se esfarinhar e derreter em tão pouco tempo. Assim teorizou e
propôs Zigmunt Bauman (1925-2017).
Será
que sonhar torna-se mais preciso (exato, concreto) do que viver? “Navegar é
preciso, viver não é preciso” (Fernando Pessoa).
Para
melhor contextualizar o fenômeno sonho e o sentimento desejo reportemo-nos à
psicanálise de Sigmund Freud com o estudo do inconsciente (id, ego, superego).
E sempre pode-se fazer um liame entre o fenômeno psíquico sonho com o
sentimento desejo. Para Freud o sonho é um fenômeno tão significativo e
construtivo que ele representa um guardião do sono. Os sonhos constituem uma
prova concreta de um sono saudável e reparador.
Por
isso também e com propriedade emprega-se o termo sonho com o símbolo e
significado de desejo, projeto ou intenção de concretização ou aquisição de um
estado, uma condição ou bem material. Assim há o desejo de uma formação profissional, de uma
bela viagem, de um feliz casamento ou compra de um belo carro ou casa própria.
A
conquista e a popularização da internet bem representam um divisor e marco de
duas épocas.
Assim
podemos nos referir em era pré e pós internet. Tendo em conta esses dois
tempos. Vamos imaginar os idos de 1980. Eram tempos em que o futuro era mais perceptível,
mais planeável, mais alcançável.
Imaginemos, para mais clareza, projetos os mais singulares e universal na vida
das pessoas. Para uma jovem. formar-se no 2º grau ou faculdade, um bom
casamento. Para o homem jovem. Formar , ingressar numa faculdade, ser um bom
profissional, uma carreira profissional, constituir uma família.
Como
bem teorizam os vários ramos da filosofia nem o passado, nem o futuro existem.
É imperativo que somos, estamos e vivemos o agora, o presente. O passado é
nossa história, o futuro impreciso, uma ilusão. Analisando a sociedade de antes
da internet, fica a sugestão de que os pessoas tinham uma melhor conexão com o
passado e com o futuro. E de fato, em tese estão com razão os pensadores que
assim o afirmam. O presente, o momento atual é preciso, o passado se foi, o
futuro não é preciso.
De novo
sonho ou desejo. A civilização pós-moderna vive a angústia não do futuro, mas
do presente. Não impropriamente o pensador Zigmunt Bauman(1925-2017) denominou
nossa era de modernidade (ou hipermodernidade) líquida. Essa fluidez e rapidez
de tantas transformações trazem sentido a essa nominação. Tudo escapa ao nosso
controle em curtos espaços de tempo, tudo flui e corre de forma célere.
Em
tempos mais remotos menos energia canalizava-se para produção. Hoje, em tempos
de internet e redes sociais há uma sofreguidão, uma azáfama e neurose para a
máxima posse possível e para o consumo. O mundo mais materializou-se. A sociedade
e todos os apelos do ter, em vez do ser e do existir com significado, nos
tornaram mais frios, empedernidos, brutos e menos humanizados.
Contudo,
ante tanta transformação e fragmentação dos valores, a juventude em especial,
mesmo nascida, crescida e educada na intitulada modernidade líquida (geração Y
ou Z) não pode perder a capacidade de sonhar e desejar um mundo mais humano e
fraterno.
“As
pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e
encaram o futuro sem medo” – Epicuro.
19
FRATERNIDADE E AMOR SEM FRONTEIRAS
Uma das
lições mais significativas que nos passa o programa Médicos Sem Fronteiras
(MSF) se chama generosidade. Como de resto o faz toda forma de trabalho
voluntário. Não há discordância que todos aqueles profissionais que integram o
MSF representam o suprassumo nesses sentimentos de bondade, de altruísmo, de
extremo desejo de ajudar o outro. Isto em poucas palavras porque esses
voluntários: médicos, enfermeiros, paramédicos e outras categorias, trabalham
com pessoas em extrema vulnerabilidade social, física e psicológica.
Uma
realidade é trabalhar como voluntário em um hospital ou instituição pública com
fins sociais e médicos, o que é altamente solidário e gratificante; outra
realidade é enfrentada pelos voluntários do MSF. Aqui os cenários são
representados por terremotos, tragédias naturais, vítimas de guerra, refugiados
e feridos em conflitos étnicos e políticos. É a vida na máxima vulnerabilidade.
Cenários que bem ilustram todas essas pessoas, nessas tragédias são os casos
dos desastres naturais. Um exemplo, o terremoto do Haiti, ocorrido em Janeiro
de 2010, com cerca de 300 mil mortos, milhares de desabrigados, de mutilados e
outras sequelas definitivas.
Os
conflitos étnicos e políticos do Congo, do Sudão e Sudão do Sul. Conflitos, ao
que parecem intermináveis, como são os países em conflagração como a Síria,
Iraque e Afeganistão. E se prevalecer as teses de Murphy, as potenciais
vítimas, de uma possível guerra entre EEUU e Coréia do Norte. Basta assistir às
escaramuças verbais entre o falastrão e histriônico presidente Donald Trump e o
idiofrênico Kim ( uma simbiose acabada
de idiotia e esquizofrenia), o
ditador Kim Jong Un. Um grupo de vítimas encontradiço pelos voluntários
do MSF é formado de pessoas vítimas de
violência sexual. São os casos de estupros, sobretudo de meninas e mulheres.
Aqui mesmo no Brasil, esses abnegados profissionais enfrentam esse grave
desafio de ajuda a essas pessoas em sofrimento. Em geral são comunidades
pobres, com desassistência de quase tudo como saneamento “básico”, escolas,
saúde e justiça. Os Estados do Nordeste têm sido os mais representativos nessa
triste realidade. E quem bem a conhece
são todos os abnegados profissionais
desse heroico programa que é o Médico Sem Fronteiras/MSF. Tem-se como certo que
as cenas e as privações mais pungentes e doloridas com que deparam os
voluntários estão nos campos de refugiados dessas nações conflagradas em
permanente guerra. São os já citados conflitos bélicos da República do Congo e
da Síria.
Uma
classe de vítimas de extrema vulnerabilidade refere-se às mulheres vítimas de
violência sexual, porque nesses países, sejam de religião muçulmana ou de
várias outras religiões, existe uma banalização no tratamento aos direitos
humanos. As mulheres, nessas culturas tribais africanas são as que menos
direito têm ante os órgãos de justiça. Os próprios gestores de governo, os
agentes do Estado são omissos com essas mulheres, por questão cultural e
impositiva dos chefes de governo. Imagine uma mulher vítima de estupro, porque
sob tortura é ainda banida da casa,
tratada como culpada ou até morta pelo pai, familiares ou companheiro. É no
mínimo uma ideia de direitos humanos e de justiça de natureza esquizofrênica. É
ser vítima duas vezes, pelo agressor (estuprador) , pela cultura e pelo Estado.
Paranoia na sua forma mais pura! Esses são relatos trazidos por esses abnegados
e voluntariosos profissionais do programa MSF. Eles são como que uma última
base de apoio e refúgio dessas vítimas, dessas barbaridades, em pleno século
XXI. Enfim, o que se pretende como mensagem final é esta, dessa minoria de
profissionais abnegados e muito humanos, que destoam de muitos outros da profissão com objetivos mais pessoais e
material.
A mensagem da
generosidade, do altruísmo, da gentileza, do desejo de levar a bondade, o
conforto e a solidariedade e esse outro ser humano, tão vil e indignamente
atingido pela cobiça e maldade do próprio homem. Humano! Será? Esse outro que
sofre, que padece, que se encontra em alto risco de morte, que sofre as
consequências de um desastre natural como o terremoto do Haiti e outras
tragédias naturais. Assim também são as vítimas de conflitos étnicos e
políticos perpetrados por déspotas e tiranos, homens de mentes insanas e
paranoicas como são os ditadores da Coreia do Norte, da Síria e vários países
africanos. Falamos então aqui desses
abnegados anjos de branco que são os médicos; ou de vermelho como são os
bombeiros civil e militar; e tantos outros abnegados voluntários que dão até a
própria saúde e vida em prol de ajudar o outro, o próximo ou distante que se
acha em privação, em dor e tanta humilhação! O nosso louvor e honrarias a todos
esses voluntários(as) a favor do bem, da saúde e vida de quem grita por
socorro! Em
Marcos 12 Jesus disse: …versículo 30.
Amarás, portanto, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua
alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força’.
...e versículo 31. E o segundo é: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não existe qualquer outro mandamento maior do que estes”.
Senão como pode seguir o mandamento de "Amar ao próximo como a ti mesmo" se não acreditar e amar a Deus em primeiro lugar, pois Dele saíram tais ordens? Paulo Estéfane Caetano dos Anjos
...e versículo 31. E o segundo é: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não existe qualquer outro mandamento maior do que estes”.
Senão como pode seguir o mandamento de "Amar ao próximo como a ti mesmo" se não acreditar e amar a Deus em primeiro lugar, pois Dele saíram tais ordens? Paulo Estéfane Caetano dos Anjos
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AO LIXO
Se há
um exemplo de sandice ou falta de civilidade que possa exibir o homem
civilizado, eu citaria o descaso ou abandono com o lixo que ele produz. Que
fique bem repisado este resto da frase: não o lixo produzido em si, mas o
abandono ou destino que se dá aos resíduos, aos descartes, objetos inúteis, papeis, plásticos,
embalagens, alimentos não aproveitados e sobras de tudo quanto se faz uso.
As
palavras cidade (do latim civitate), cidadão (o habitante da cidade e no gozo
de direitos e deveres para com o Estado e outros cidadãos) e civilidade (latim
civilitate) são cognatas. Elas têm a mesma origem e são inter-relacionadas. Política,
também, tem tudo a ver, vem de polis, cidade. A arte de administrar uma cidade
ou Estado.
Civilidade
deve ser entendida como uma cartilha ou manual de atitudes observadas por todos
nas relações mútuas, em sinal de respeito e consideração ao outro. Outros verbetes equivalentes seriam
urbanidade, gentileza, cooperação, solidariedade, delicadeza e fraternidade.
Existem
também um tempo e um espaço nos quais podemos expressar nosso grau e nossa
evolução civilizatória. Assim há uma
data comemorativa e os espaços festivos e de celebrações. Basta lembrar que as
pessoas são useiras e vezeiras de dois espaços em suas vidas, banheiro
(sanitário) e mesa de refeições. Estes são dois espaços mais rotineiros na vida
de qualquer pessoa. Não importa onde situados estes espaços, diariamente
usufruídos pelos cidadãos. Aqui, cada qual, inescapavelmente, deixará o seu
grau de civilidade (ou de incivilidade). Para tanto, basta uma comparação do
antes e depois do uso desse espaço, desses móveis, desses bens públicos ou
privados.
Como o
indivíduo recebeu e deixou esse espaço? Pode-se qualquer um perguntar. O grau
de limpeza e organização, o acondicionamento dos utensílios, o destino do lixo,
dos dejetos etc. Aqui, sim, ficarão os sinais, os indicadores, as marcas do
grau educacional, de civilidade e respeito de qualquer pessoa.
Imagine-se
agora em uma casa de eventos festivos, de festas de aniversário, casamento e
outras datas solenes. Todo aquele cenário está ricamente preparado e organizado
em limpeza, decoração, disciplinado e vistosamente mobiliado. Finda a festa fica
um cenário de completa desorganização,
com mesas tomadas de restos de alimentos, forros sujos e desalinhados,
guardanapos sujos e deixados no chão, banheiros fétidos, lixo fora dos
recipientes próprios, excrementos fora do vaso sanitário, entre outros desleixos.
Todo esse cenário, passada a satisfação dos instintos do estômago, passadas as
libações de toda ordem e os gozos gastronômicos, no mínimo, esse desfigurado
cenário revela o quê ? Uma regressão aos instintos animalescos, a um
comportamento irracional, ou quando menos, de absoluta incivilidade e
desrespeito ao outro cidadão, seja esse outro o funcionário ou empregado
(garçom, funcionário de limpeza) ou mesmo outra pessoa, a próxima a usar aquele
espaço. Toda forma de civilidade, de relação solidária e respeitosa com os
ambientes públicos e privados e com as pessoas devem ser uma constante na
educação às crianças.
Ética,
cidadania e civilidade são práticas aprendidas, ensinadas pelas famílias e
escolas (nas pessoas de monitores e educadores). Virtude e honestidade, assim
como civilidade e solidariedade são expedientes que devem integrar os
ensinamentos das grades curriculares do ensino fundamental. Aristóteles deixou
essa tese, de que a Ética e virtude devem ser ensinadas e praticadas com as
crianças. Não são qualidades inatas, mas adquiridas.
Tem
sido muito falada e repetida a palavra sustentabilidade, o mundo sustentável, o
clima, o efeito estufa, a emissão de CO2, a poluição, o equilíbrio ecológico, o
destino dos lixos, o respeito ao meio ambiente. São esses os tantos termos do
tão propalado mundo sustentável. Fala-se tanto, tantos encontros, paineis,
protocolos, reunião do G10, do G20, das nações mais ricas e poluidoras. A sueca
Greta Thunberg( 2003- ) com suas greves das escolas em prol do clima se tornou
uma das maiores ativistas pela saúde do Planeta, contra as queimadas e poluição
da Terra.
Muito
se fala, pouco se faz. Assim têm sido os estadistas dos países mais poderosos,
assim têm sido as advertências dos cientistas do clima, dos ecologistas. Assim fazem
os cidadãos, ditos civilizados que cientes dos repetidos atos de desrespeito e
lesão à natureza continuam nas mesmas atitudes e expedientes de falta de
civilidade e sujeira em datas solenes e
espaços comemorativos.
Tome-se
como modelo uma festa de réveillon. Que seja, numa via pública, num clube.
Imaginem-se as orgias regadas de bebidas e comidas na passagem de ano novo em
Copacabana RJ. Ao amanhecer resta um cenário destruidor de furação. Nessa data
e ambiente, intitulados de alegria e celebração, resulta uma prova, um certificado autêntico do grau e
da evolução civilizatória do animal humano. São toneladas de lixos, dejetos e
excrementos que exigirão centenas de trabalhadores braçais, os garis, um
trabalho hercúleo para o correto destino produzido pelos convivas e comensais
daquela noite. Isto sim, é uma mostra repetida e vivida pela sociedade de nosso
estágio de não educação, de incivilidade e não fraternidade. Enquanto os
convivas, satisfeitos dos festejos orgíacos e dionisíacos, regados a vinho,
champanhe e manjares vão embora, de ressaca, agora os pobres e malvestidos
trabalhadores braçais, num trabalho escravista e mal remunerado irão limpar os
lixos, restos alimentares, papeis, garrafas pets e dejetos( cocô, xixi)
deixados pelos festeiros da noite. Quanta incivilidade, ou não?
Todos nós adultos, notadamente os
pais, temos o dever ético e civilizatório de educar nossos filhos, nossas
crianças, com atitudes e ações na
correta destinação do lixo que produzimos. Produzir lixo é inevitável e normal.
O que é feio, antissocial, imundo, desrespeitoso e irracional é deixar toda
sujeira, descartes, papeis, cocô, xixi, copos descartáveis, garrafas pets,
plásticos e todo rejeito no meio ambiente, sobretudo no ambiente que o outro, o
meu próximo e semelhante vai usar depois de mim. A Terra, os espaços públicos e
privados não são meus, são de todos.
Crianças e filhos bem educados serão adultos éticos e zelosos com o lixo que
produzem e com a natureza.
“Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos
para mudar o que somos” Eduardo Galeano
21
NOMOFOBIA E FOMOFOBIA
Eu não
sou psicanalista nem psiquiatra por formação, sou apenas por informação. Por
isso e por direito sinto-me livre para opinar sobre o tema da área de outros
profissionais e ensaístas. A minha reflexão de hoje vai para a probabilidade
existencial, ou da relação entre tecnologia da informação (TI) e doenças
mentais.
Para melhor contexto, TI se entende por todos
os recursos, meios e objetos de conexão com a internet e redes sociais. Assim vai
do tradicional computador de mesa ao smartphone, iphone, tablets e ipads.
Entendido também que tais aparelhos podem ser usados, sem estar conectados com
a internet, como na execução de áudios e vídeos. O uso massivo da internet no
Brasil teve início nos anos 1990. O mesmo tempo
também para o telefone celular e as mídias digitais. Em que pesem ser
conquistas recentes, já se conhecem estudos conclusivos das consequências do
emprego abusivo e imoderado dessas tecnologias. Há, por exemplo, na Universidade de São Paulo-USP e Unifesp (universidades
do estado de São Paulo) grupos de profissionais (psicólogos e psiquiatras)
dedicados aos efeitos e consequências da chamada dependência da conexão ou web
dependência.
O
mecanismo desse “vicio tecnológico “assemelha-se ao vício da dependência
química (adicção). Como são os adictos de nicotina, da cocaína, do álcool e
muitas outras substâncias lícitas e ilícitas. O mecanismo dessa forte aliança
do usuário com sua mídia (smartphone, celular) se dá na área cerebral. Nas
mesmas sinapses e neurônios da dependência química. Assim, essas áreas
cerebrais vão insidiosamente, cronicamente, sendo adestradas, condicionadas e
treinadas a funcionar “melhor” ou “pior” tendo esses recursos e mídias à
disposição, o adicto das mídias não consegue mais viver independente dos
objetos em estado online. Um dos efeitos
bem característico da adição tecnológica é a fobia da desconexão com a
internet, telefone celular e das mídias digitais. Nomofobia é a fobia dessa desconexão.
O vício no sistema de recompensa de redes sociais – como os likes de facebook,
retuítes, views em vídeo de youtube, e ‘corações’ no Instagram. O estado online
pode ser um fator que contribui na
dependência, pois é uma forma de obter pequenos prazeres psicológicos de forma
fácil e rápida. Essa fobia da desconexão
é na verdade um corolário de outro grave distúrbio da dependência, o transtorno
de ansiedade. É uma angústia ou ansiedade pela necessidade do porte permanente
de um instrumento de mídia conectado (online) com a internet e suas populares
redes sociais, facebook, WhatsApp, etc.
Como
referido, embora de conhecimento recente, já se sabe dos danos psíquicos e na
saúde mental que essa dependência traz aos usuários com esse perfil. E cada vez
mais tais questões deverão merecer mais atuação, cuidados de pais, de
educadores e profissionais e pesquisadores da matéria.
Uma
última questão de porte igualmente grave refere-se às doenças psiquiátricas
mais especificas. Como são os casos das esquizofrenias, do transtorno bipolar e
a intitulada personalidade psicopática. Até então a gênese da maioria das
doenças psiquiátricas é desconhecida. O entendimento da psique humana ainda tem
muitas incógnitas. Se a normalidade já é de difícil compreensão, imagine então
a patologia das doenças mentais, um labirinto sem começo e sem saída. Fazendo
um paralelo entre as doenças mentais e as orgânicas.
Para
muitas doenças cardiovasculares e degenerativas como o câncer existem os
chamados fatores de risco. Como exemplo, o tabagismo, o alcoolismo e a
obesidade que aumentam a prevalência destas doenças. De forma análoga quando se
fala em psicopatias aventa-se a teoria dos gatilhos. Seria um fator social,
ambiental, cultural, comportamental ou químico que propiciasse o surgimento de
uma doença psiquiátrica em um indivíduo com essa predisposição constitucional e
genética.
Em
suposição de que minha mente ou psique continua normal, invadem-me esta
inquietação e esta interrogação. Não estaria o emprego abusivo das tecnologias
da informação funcionando como gatilhos para muitas enfermidades mentais? Com a
palavra os especialistas e estudiosos do assunto. Se tanto, deixo outra tese
igualmente relevante. Muitos são os casos de bullying virtual (ciberbullying),
de suicídios (vide jogo da baleia), de homicídios e atentados. Vários são os
relatos, registros e documentos de que os autores de tais crimes e atentados se
inspiraram em episódios semelhantes e registrados na internet.
Assim
pode-se concluir que no mínimo o uso irracional, nocivo e delituoso da
tecnologia da informação propicia a que surjam essas crises psicóticas, como
primeira manifestação, nesses doentes mentais. E eles cometem crimes os mais
bárbaros aqui pelo Brasil e pelo mundo. Mais recentemente foi
descrita a Fomofobia. FOMO é o acrónimo de “fear of missing out”, ou seja, medo de
perder alguma coisa, perder a conexão com a Internet.
Vários centros de estudo de
universidades vêm se preocupando com o aumento de doenças mentais e suicídios
em jovens- Dentre esses estudos, os temas da chamada webdependência – O excesso
de conexão e dependência digital como gatilhos para os transtornos mentais.
utilize
o link:
https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,aumento-de-transtornos-mentais-entre-jovens-preocupa-
universidades,70002003562
22
A MACONHA NÃO É A ÚNICA CULPADA
Se as pessoas dadas à prática da automedicação
soubessem do risco a que submetem, elas interromperiam para sempre esse
expediente. De vez um quando eu sinto um frio na barriga ante os relatos de
gente que por livre-arbítrio passou a usar tal medicamento ou fórmula xis para
tal sintoma ou doença. Trata-se de um hábito sujeito a graves, a gravíssimas
consequências. Todos os medicamentos trazem riscos, se não criteriosamente
indicados por um médico bem qualificado. Seja este um clínico geral ou
especialista em qualquer ramo da medicina. Desavisado ou inocente aquele
indivíduo que acha que uma popular aspirina ou dipirona, compradas livremente
em qualquer droguesquina, não lhe trará riscos à saúde. Os efeitos colaterais
de medicamentos se fazem da interação com o hospedeiro (que toma o remédio),
com as condições fisiológicas desse usuário e possíveis doenças dessa pessoa.
Essa tríade será determinante: droga + hospedeiro + doenças concomitantes. Só
como exemplo: a aspirina e a dipirona podem provocar uma atrofia definitiva da
medula óssea, tão grave quanto alguma forma de leucemia. De igual gravidade uma
insuficiência hepática irreversível. Isto porque constituem dois tipos de
fármacos de baixa toxicidade, com pequeno potencial ofensivo, mas de uso
indiscriminado. A diferença entre remédio e veneno está na dose e tempo de uso.
E pegando ainda o exemplo da dipirona.
Ela é o analgésico e antitérmico (contra febre) mais consumido no mundo, tendo
em conta que dor acomete cerca de 40% das pessoas no planeta.
Existe
uma doença renal grave, porque quase sempre incurável, intitulada nefropatia
intersticial por analgésicos. Ou seja, uma toxicidade medicamentosa crônica que
pode levar o usuário dessas drogas populares a perda dos rins e a necessidade
de diálise permanente ou transplante renal.
Outro
grupo de medicamentos com alto potencial de nefrotoxicidade é o dos antinflamatórios.
E eles têm diuturnamente caído no domínio popular e sido empregados sem a
devida orientação médica, apesar da exigência de receita médica. Como exemplos
o diclofenaco, o piroxicam, o ibuprofeno e tantos outros derivados e similares,
com os seus apelativos nomes de fantasia. Muitos desses produtos são anunciados
em propagandas, até televisivas, como se uma panaceia fossem. E o irônico e
agressivo dessas propagandas vem nessa frase: “Se persistirem os sintomas
procure o médico”. Em outras palavras: automedique-se, intoxique-se, consuma à
vontade, depois faça o correto, consulte um médico.
Assim
como os antinflamatórios, uma classe representativa é a dos antibióticos. Três
são os erros ou riscos na automedicação com antibióticos. O primeiro, a
resistência microbiana pelo uso incorreto, que pode ocorrer por subdose ou
curto período de uso; o 2º grande risco é empregar o antibiótico sem eficácia
para aquela infecção. O ideal seria para toda infecção fazer a identificação do
agente infeccioso através de cultura e antibiograma. Só como exemplo, as
infecções por vírus não se tratam com antibióticos convencionais. Algumas
viroses exigem antivirais específicos. Como exemplo o HIV e as hepatites. O 3º grande risco na automedicação antibiótica são
os efeitos colaterais dessas drogas.
Tomem-se
como exemplos dois antibióticos já de gosto popular, o cloranfenicol e a
gentamicina. Eles se apresentam-se em quase todas as vias de emprego. São
colírios, pomadas, cápsulas, unguentos e injetáveis. Como riscos no uso
indiscriminado desses antibióticos têm-se: o cloranfenicol pode causar a
temível anemia aplástica; trata-se de falência total da medula óssea com anemia
grave, baixa acentuada de plaquetas e de leucócitos. Com isto o paciente terá
quadro de hemorragia e déficit da imunidade. O prognóstico é ruim e a reversão
nem sempre possível. A gentamicina pode provocar duas toxicidades no ser
humano: insuficiência renal irreversível e surdez definitiva. Ou seja, são
riscos sérios que desaconselham o uso de qualquer antibiótico sem uma consulta
com um bom profissional médico.
O grupo
campeão da automedicação é o dos
psicotrópicos. A maioria deles se torna
do gosto e do domínio popular. A origem se dá em uma prescrição médica. O que
era para ser restrito ao uso por alguns dias, se torna eterno. O efeito
colateral dos psicotrópicos é a dependência que se estabelece por mecanismo
psíquico e orgânico.
Assim
são os ansiolíticos, os antidepressivos, os hipnóticos. O principal mecanismo
da dependência é o mesmo que se verifica com outras drogas viciantes; álcool,
nicotina e cocaína. Existe uma afinidade (ligação) entre a substância (chave)
com o receptor (fechadura). Tudo se dá em tecido cerebral e o indivíduo só
passa a “funcionar” sob o uso do medicamento. São os casos dos antidepressivos
e dos hipnóticos. Muitos desses produtos, vendidos com receita azul ou branca
especial, se tornam de conhecimento popular. Quando não se consegue a receita
médica, há o mercado pirata e paralelo, dentro das próprias farmácias. Raras
são as famílias, onde alguém não usa uma fluoxetina, um citalopran, um diazepan,
um rivotril, um zolpiden e outros da mesma família.
Caberia
aos próprios médicos e farmácias o combate à automedicação. Mas, isto em se
tratando de Brasil é impossível de ser alcançado. Para o mal e infelicidade de
uma sociedade que busca até mesmo a chamada pílula do prazer, da alegria e da
felicidade. Somos uma sociedade afeita e que aceita com facilidade a drogadição
oficial, porque tem a complacência do governo na insuficiente e pífia
fiscalização e sempre a receita de um médico amigo ou da família, nessa
epidemia da automedicação.
Parece uma fixação desse autor por tema tão
sensível, mas já existem pareceres e ensaios científicos mostrando que há no
Brasil, essas duas formas de drogadição: uma legal ou lícita; outra clandestina
ou ilícita. A legal, aquela que tem a participação de médicos, farmacêuticos e
fabricantes de remédios. Ela subsiste com o beneplácito do governo e dos órgãos
regulares da liberação de medicamentos-Anvisa, conselhos de Medicina e de
Farmácia.
A
drogadição clandestina ou ilícita, se dá pelo uso da maconha e cocaína seus principais
representantes. Em parte já há também a aquiescência do Governo. Nossa suprema
corte de Justiça, ou Supremo Tribunal Federal, já pronunciou favoravelmente.
Usar maconha não é crime. Falta ainda definir o quantum o consumidor pode
portar de droga, em gramas. Seriam 50 gramas , 100 gramas? Falta este quesito. Nós, os brasileiros, no
estágio em que vivemos, merecemos tais dúvidas e indecisões, ou não ? HEROÍNA : Os opiáceos são a droga
usada há mais tempo pela humanidade. Há registros de 8 000 anos sobre o poder
da papoula. MACONHA : Uma das
razões para a criminalização da maconha foi o lobby da indústria farmacêutica,
cujos produtos concorriam com a erva. Já imaginou maconha concorrendo com os
antidepressivos e soníferos da indústria farmacêutica. Só no Brasil temos jabuticabas como essa.
23
FILHO NÃO SE FORMA COM RAÇÃO
Dois
são os problemas gravíssimos abandonados por sucessivos governos do Brasil. São
eles o planejamento familiar e o controle de natalidade. E eles têm múltiplas
causas. Aqueles e aquelas que procriam filhos também demonstram culpa. Porque
estamos aqui a falar de gênero humano, dotado que é de instinto e prazer
sexual, mas também de racionalidade, de inteligência e discernimento.
Em
outras palavras cada pessoa não só possui, mas detém o dever de escolher
(discernir) o que é certo e o que errado, o que é bom para si e para aquela
criança que ela colocará nesse mundo.
Vamos
iniciar a presente discussão pelo lado do homem ou mulher que vai procriar. No
concernente ao pai menor de idade os motivos que o levam a ter um filho ainda
adolescente envolvem sua insuficiente informação sobre atividade sexual e
biologia da fecundação. Essa desinformação ,em geral, decorre de baixa
escolaridade do próprio indivíduo e dos pais que por consequência não reúnem
condições técnicas e culturais em orientar os filhos sobre sexualidade e
métodos contraceptivos.
Os
mesmos critérios aplicam-se à gravidez nas meninas adolescentes. Baixa
escolaridade dessas garotas e das famílias, e falta de diálogo franco e claro
sobre a biologia da reprodução humana. Em lugar de educação, existe a
imbecilização e programas assistencialistas de governos demagógicos. Nada contra esse ou aqueloutro político. Mas,
deveria ter porque eles destroçaram o país e suas economias.
Agora
tomemos a situação dos progenitores maiores de idade, nos quais se considera
haver uma plena maturidade da racionalidade, da inteligência e do
discernimento, que por conceito é a aptidão em definir o certo do errado, o bem
do mal.
Tais
considerações aplicam-se aos dois gêneros, homem e a mulher. Tome-se agora o
exemplo de um pai ou mãe que faz a opção em ter um filho. Mas, esse pai ou mãe
encontra-se na categoria de desempregado, ou mesmo com trabalho formal ou
informal, mas de baixa renda. Procriar, ainda que seja um filho, significa
custo material, assistência alimentar e médica; e certamente custo com
educação. Deve-se considerar que saúde e ensino fundamental são direitos
constitucionais, mas no Brasil, são itens de baixa qualidade.
Assim é
de previsão cristalina que a criação e educação de um filho único envolvem
gastos contínuos e elevados, durante no mínimo 20 anos. Imaginemos então ter
uma prole de 5 filhos, sem as condições financeiras mínimas para tal.
Fazendo
uma consideração pelo lado dos pais procriadores, que sem esse suporte básico,
ainda assim optam por uma prole de 3 filhos ou mais, esses genitores assemelham-se
a um animal pouco inteligente, com alguma sandice, leviano, irresponsável e até
delituoso. Pelo fundamental e humano fato de insuficientes condições no apoio e
provimento de uma digna criação e educação de uma criança.
Que
exalte de maneira bem consistente e severa:
há uma gigantesca diferença entre a criação de uma ninhada de cachorros
e de filhos. Bichos apenas se criam. Filhos e gente diferem muito porque exigem
(por direitos humanos) criação, educação e formação dignas.
Por educação
e formação dignas entendem-se alfabetização e escolarização de qualidade. São
condições que começam com uma boa orientação ética e cultural oferecidas pelos
pais, que devem possuir um nível de escolaridade básico para tal missão. E no
Brasil sabemos que nem sempre isto é possível. Os programas assistencialistas
dão bolsas e abonos, mas não dão educação, porque levam ao discernimento e
esclarecimento do eleitor e perda de votos. Leitor crítico sabe votar.
Por último,
o planejamento familiar e controle de natalidade de orientação e
responsabilidade do Estado. Ei-los.
No
Brasil as políticas de saúde pública em tais questões sempre foram pífias e
escassas. Basta imaginar a opção de uma laqueadura de trompa ou vasectomia. A
burocracia e exigência pericial (junta médica) para obter esta técnica
contraceptiva são desestimulantes para qualquer usuário (a) que procura as
unidades do SUS para tal procedimento.
Quando
opta-se por métodos anticoncepcionais mais simples e de baixo custo, a exemplo
das pílulas anovulatórias e preservativos, nem sempre eles são encontrados nas
unidades de saúde pública.
Somados
a tudo isto não se veem, por parte do governo, campanhas e programas de
instrução e orientação sobre planejamento familiar e controle de natalidade.
Assim,
têm-se esse quadro dramático de descontrole populacional, de crianças, jovens e
adultos completamente desassistidos dos direitos mais elementares. São os exemplos de uma educação de
qualidade, condições dignas de moradia e assistência médica. São direitos na
Constituição, mas na prática, inalcançáveis.
Todos
os governantes são uníssonos em suas oratórias e campanhas no tocante aos mais
de 200 milhões que é a população brasileira. Mas, nunca mencionam os milhões de
desempregados, de analfabetos absolutos e funcionais, de crianças fora das
escolas, dos jovens que não completam o 2º grau.
Muito
melhor e seria mais humano, se fôssemos a metade do que somos, mas sem
desemprego e sem analfabetismo. Tudo por culpa do cidadão e do governo. Faltam
planejamento familiar e controle de natalidade. Cidadãos e governos
solidariamente responsáveis, porque todos somos dotados de razão e juízo crítico,
em saber separar o joio do trigo, o bem do mal. Criar filhos não é o mesmo que criar
cachorro. Cachorro cria-se com ração. Filho cria-se com alto custo, assistência
alimentar e médica e educação de boa qualidade, e ponto final.
24
PIB DA FELICIDADE
Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está
numa caixa de bombons. Carlos Drummond de Andrade
É muito
normal e natural que as pessoas busquem todas as formas e fontes de alegria,
prazer e felicidade. Embora esses três estados do corpo, do espírito e da mente
não sejam exatamente iguais, eles sempre têm pontos de interseção e são
intercambiáveis. Bom é que se tenha-se em mente que cada um desses estados de
satisfação é muito subjetivo em sua intensidade, natureza, duração e causas.
Dessa forma e com esse conceito revela-se como certo que cada um detenha os
seus modelos, objetos, comportamento e hábitos que lhe produzirão alegria,
felicidade e prazer.
Uma
pessoa alegre, momentaneamente está feliz. A felicidade também não é um estado
perene. O prazer se mostra muito mais fugaz. Nessa relaxada digressão pretende-se
mostrar algumas curiosidades sobre os três estados de satisfação.
Um
indivíduo alegre demais pode não ser muito bom. A alegria do chamado bobo
alegre pode trazer-lhe algum embaraço e o que é mesmo de espantar, alergia. O
excesso de riso e gargalhadas, em algumas pessoas predispostas (geneticamente
falando) pode também desencadear uma reação alérgica. Alegria e alergia. Notaram a particularidade? Uma palavra é o
anagrama da outra. Mas, relaxem os
gargalhadores, essa reação alérgica não mata, passa com antialérgico via oral e
corticoide tópico. E os gargalhadores ou de fácil riso podem sorrir, à
vontade.
Quanto
ao prazer, tem sido ele uma tônica nossa.
A sociedade tornou-se afeita ao consumismo, em ver nessa fugaz
satisfação dos instintos e do corpo uma única fonte de felicidade. Não é e voltaremos
ao tema.
A
felicidade define-se como um estado de satisfação de curta duração. Não pode
ser permanente porque se assim o fosse a pessoa que frui de tal condição
benfazeja se acomodaria (zona de conforto) e logo se entediaria e não sentiria
mais feliz. Algumas curiosidades sobre a felicidade valem ser comentadas. E é o
que se faz aqui.
No
Butão, país da Ásia Meridional, foi instituído, já há alguns anos, o PIF,
produto interno da felicidade. O país em primitivas eras, contam os historiados
domésticos, foi grande produtor de butano, um combustível natural, daí a origem
do nome, butano, Butão. O PIF dos butaneses seria uma espécie de PIB, produto
interno bruto. Só que no caso de lá, o PIF.
E não
pensem os agora informados que o país tenha um alto PIB material. Longe disto.
A felicidade ali (PIF) decorre de razões e valores extremamente abstratos e
imateriais. Uma das características dos butaneses é a alegria desmedida. Óbvio
que volta e meia chegam aos prontos-socorros crises de alergia pelo excesso de
alegria. Tal diagnóstico ocorre em pessoas geneticamente predispostas. Elas são
tão felizes e alegres que sequer o “SUS” butanês registra estatística sobre a
incidência da doença. Trata-se de questão de somenos importância. A população
inteira guarda uma profunda ligação com a natureza; valoriza-se muito esse
respeito e essa aliança com a ecologia, a vida natural. Como se vê na relação
com a flora, fauna e mananciais naturais. A questão da sustentabilidade é
levada muito a sério. Não fica só nos discursos e parlatórios. Todos, literalmente, engajam-se na mantença
do PIF. O melhor é que esse pif, é
permanente, não há taxas disso, daquilo, etc.
Agora
falando da felicidade aqui no Brasil. Apesar de tudo o brasileiro é forte e
feliz. Motivos para infelicidade não faltam, basta ter em conta as graves, as
gravíssimas questões atinentes a corrupção. Um país onde há classes de pessoas
voltadas à prática da corrupção traz todas as razões para a infelicidade. Isto porque de roldão e permeio brotam outras
crises como a moral, a ética. Até a estética, que acaba por perder a sua ética.
Não faz
tanto tempo que dois parlamentares propuseram a PEC (proposta de emenda
constitucional) da felicidade; o teor do projeto era tornar a felicidade um
direito de todos. Seria uma cláusula pétrea, permanente e imutável. Assim
declararam os insólitos e insolentes políticos.
Agora
pensemos em uníssonos sobre essa PEC.
Nós, os brasileiros, merecemos, não? Quanta eficácia, não? Tão produtiva
quanto oficializar multa de trânsito para ciclistas e pedestres. Os tempos
mudam muita coisa, os apelos e os costumes idem.
Existem
em nossa sociedade um grande apelo, propagandas e merchandising voltados para
as questões da sexualidade. Tem sido muito recorrente e encontrado nos
programas de TV, internet e redes sociais. Uma preferência por tudo que refere-se
a erotismo. Há que se distinguir sexualidade de sexismo e erotismo. Sexualidade
se trata com profissionais capacitados na área. Envolve conhecimentos de
biologia e medicina e não pura e disseminada enganação dos menos avisados.
Há um já badalado programa da Rede Globo
intitulado Amor e Sexo. O melhor título seria Amor sem Nexo. Mas não é só este.
Várias outras emissoras abordam o tema. Na verdade, são diálogos e tratativas
de erotismo, sexismo e pornografia, com uma cosmética e enfoque como se não o
fosse. Mas, no fundo é a mesma coisa. Fica aqui a pergunta: será que essas pessoas
só possuem esses expedientes como temas de alegria, prazer e felicidade? A mim me
(perdoe-me a redundância) ressoa como muita falta de criatividade e busca de coisas
mais saudáveis para elevar a audiência. As emissoras têm seus motivos. Elas vendem o que
os consumidores gostam. Os patrocinadores fazem parte do cartel e do jogo. Sujo
ou não, os fins justificam os meios. Que triste!
Notas biográficas
sobre o autor
Joao Joaquim de
oliveira – nasceu em Iapu MG – cidade do Leste Mineiro e vizinha de Ipatinga –
Vale do Aço mineiro. Ainda adolescente, com 13 anos de idade, saiu de casa –
região rural─ para completar o antigo curso primário─ Fez o antigo Ginasial em
Dom Cavati MG. Depois seguiu para Caratinga MG, onde fez o segundo grau─ antigo
científico─
Prestou vestibular
para Medicina na UF de Juiz de Fora MG, classificando-se em 9o lugar entre os 2000 mil candidatos para
100 vagas. Graduou-se em Medicina nessa Universidade Federal, em dezembro de
1981.
Em 1981, mudou-se
para Goiânia ─ GO , onde concluiu Residência Médica em Clinica Médica e
Cardiologia ─ Faculdade de Medicina ─UFG e Hospital Santa Genoveva.
─ Fez concurso e
provas de titulação Para Cardiologia, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia/
Funcor─ Sediada em São Paulo ─ Capital─ Constando esse certame por avaliação de
Curriculum vitae, provas prática e teórica─ sendo aprovado na 1a tentativa e
com louvores pelos avaliadores.
Nos idos de 1990,
foi considerado o médico goiano que mais publicou artigos nas revistas
especializadas , entre essas ─ Arquivos Brasileiros de Cardiologia─ Jornal
Brasileiro de Medicina─ ARS Cvrandi ─ Revista de Cardiologia do Centro Oeste ─
Revista de Medicina da Moreira Jr, entre outras.
Possui vários trabalhos de pesquisa científica
publicados de forma solo e em parceria com outros pesquisadores
Possui inúmeros
artigos cientificos publicados em Revistas Científicas das Sociedades de
Especialidades médicas e sites de Medicina. Coautor de Livros de Medicina ─
Entre eles O Coração─ Editor professor Celmo Celeno Porto ─ Faculdade de
Medicina ─ UFG
Trabalhou na Caixa
de Assistência do Banco do Brasil─ Cassi e Ceasp , órgão de assistência
médica aos funcionários do Banco do Brasil, função exercida por concurso
público, de 1981 a 1992.
Prestou concurso
para médico assistente em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina UFG, sendo
classificado em 1o lugar , sendo admitido em 1995─ função
exercida até 2016, quando se aposentou-se .
Trabalhou na
secretaria de saúde de Goiás, como Cardiologista, de 1986 a 2016, onde
também aposentou-se.
É de se destacar
que o autor, sempre exerceu a Medicina, por extrema vocação. No entanto sempre
cultivou um enorme apreço pelas letras, pela literatura brasileira, pela
leitura dos clássicos de nosso Idioma. Paralelo ao exercício da Medicina,
escreve regularmente artigos de interesse geral e em saúde─ Foi colunista/
articulista do Jornal O Popular Goiânia GO ─ Atualmente escreve às 5as férias e
domingos para O Jornal Diário da Manhã Goiânia GO─ tendo o seus artigos e
opiniões repicados por outros jornais e portais de notícias gerais.
Ilustração :
Francisco Carlos
FRÓES – Jornalista – Cartunista e Ilustrador- Habilidoso e talentoso
profissional , com atuações em diversos
Jornais, Revistas e Portais de Goiás e nacional- Atualmente trabalha de forma
autônoma e no Jornal Diário da Manhã – Goiânia GO .
Colaboração Técnica
e Linguística – Neuza Gonzaga Amorim – professora aposentada da UFG .