segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

MEDICINA..PRÉ e pós

A MEDICINA PRÉ  INDUSTRIAL E PÓS INTERNET
João Joaquim  


Em tempos mais antigos, até meados do século XIX ou período de início industrial ( 1830), a qualidade de vida era muito precária. Pelo menos para 90% ou mais das pessoas. Basta lembrar algumas atividades. Locomover por exemplo. Quando se podia viajar por mares ou rios, havia até algum  conforto e bem estar. Quando a viagem era para o interior de um país, aqui a coisa se tornava mais árdua. Podia-se ir de transporte ferroviário, onde houvesse, por carruagem puxada por animais (caleça, jarretes, tilburi), no lombo de burros ou a pé.
A comunicação é outro exemplo do atraso e penúria daqueles idos tempos, até por exemplo a chegada do telégrafo ( 1832, Samuel Morse)  e do rádio( Nicola Tesla, Marconi, 1906). Uma carta, uma encomenda por exemplo podia demorar 10 dias, até um mês.
Uma questão que trago à pauta refere-se à saúde, seara onde milito e posso falar um pouco melhor até pelo interesse que o tema me desperta. Vamos imaginar a saúde, as doenças enfim, ali no início do século XIX. Parece nem ser bom imaginar como era a saúde pública, a higiene, as doenças que acometiam as pessoas naqueles tempos.
 Os cuidados da saúde bucal quando a família real chega para o Brasil em 1806, são exemplos do primitivismo e precariedade em tudo. Conta-se por exemplo que nesses tenebrosos  tempos algum nobre ou rico chegava a comprar os dentes de algum escravo para colocar em sua boca. O fidalgo membro da realeza ficava sem um dente, porque as doenças periodontais levavam a essa perda no indivíduo ainda jovem. O que ele fazia? Obtinha esses dentes de um escravo ou plebeu e os fixava em sua boca. Na certa durava muito pouco o processo. Isto é uma mostra do que era a precariedade da saúde naqueles tempos.
No sentido estrito de saúde e qualidade de vida pode-se começar pela própria expectativa de vida que era baixa. O brasileiro vivia em média 60 anos. Com 50 anos o indivíduo já era considerado idoso. As condições de saneamento básico, mesmo no meio urbano, eram sofríveis. Poucas pessoas tinham água tratada, não havia tratamento de esgoto, lixos se acumulavam pelas ruas e fezes eram lançadas a céu aberto. Não havia aterros sanitários.
De forma pitoresca, num humor amarelo ou negro, conta-se que a pessoa se aliviava num urinol ou penico e arremessava o conteúdo para onde o nariz lhe apontasse. Imagine quem estivesse passando pelas ruas. 
 Doenças como tuberculose, varíola, febre amarela, tifo, sarampo matavam grande parcela das pessoas e crianças porque não havia vacinas e nem antibióticos. Não se tinha estatística de morte por câncer. Primeiro porque, sendo uma doença mais comum nos idosos, o indivíduo morria ainda jovem de outras doenças. Segundo porque havia poucos diagnósticos. Os casos existentes eram subnotificados até pela falta de conhecimentos da medicina na área de oncologia.
A própria palavra câncer sempre despertava repulsa, superstição e segregação social. Ao invés de se pronunciar câncer, se referia aquela doença. Fobia e cultura que vigoram até hoje.
Enfim saltamos dois séculos e chegamos na era das luzes em todos os ramos das ciências. Nesses tempos da informática e da internet, com tantos recursos digitais e cibernéticos, a medicina tem plenos poderes em fazer uma análise de cada pessoa e apresentar-lhe os fatores de risco para cada doença. E o mais promissor: os meios confiáveis e provados de se evitar cada doença, ao menos aquelas causadoras das principais mortes naturais no mundo. São os casos das vasculares, da hipertensão, dos vários tipos de câncer, do diabetes etc.
Agora , o mais melancólico e surpreendente é constatar que em plena era do conhecimento , do domínio das comunicações , dos recursos digitais e da internet, haja tanto charlatão, curandeiro, aventureiro e falsos profetas da saúde.
E eles só fazem sucesso e ganham fama porque sempre existiram também os idiotas, os néscios, os imbecis , os que acreditam até em histórias da carocha e da mãe do ouro  Para visitar essas práticas basta ligar o rádio, ligar a tv, conectar a internet e têm-se lá remédios e curas para tudo, desde calvície, gagueira, espinhela caída, à cura do câncer e da impotência sexual. Até faculdades e  escolas de amor se veem. São os  falsos terapeutas de casais, e das relações humanas por algum canal televiso concorrente da rica e próspera Rede Globo. Só no brasil mesmo.
Mas, enfim que prevaleçam as conquistas das Ciências Médicas e da Saúde em prol da Humanidade. Nesse cenário de tantos avanços basta recordar que muitas doenças antes mortais, hoje nem existem mais. Como  exemplos a varíola, a febre tifoide e a poliomielite. Os vários tipos de  câncer, antes muito estigmatizantes, social e emocionalmente, agora são  plenamente compreensíveis, preveníveis e curáveis. Não é sem razão que a expectativa média de vida é de quase 80 anos. Como exemplo e reforço dos avanços da medicina temos hoje um sem-número de pessoas com 100 anos, saudáveis e com plena lucidez.
Vivam as ciências! Viva a medicina! Mas, repito, tem que se precaver dos curandeiros e charlatões de toda ordem. Eles continuam enganando as pessoas. Como último aviso, se recomenda: os charlatões mais nefastos e perigosos são os diplomados, os que ostentam os títulos de doutor e têm inscrições nos conselhos da categoria. De novo, só mesmo no brasil e em outras republiquetas das bananas.   fevereiro/2017.    

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A BANDA PODRE E PUTRESCÍVEL DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇAO

João Joaquim  


Eu tenho para mim que em toda a história da humanidade nenhuma invenção, descoberta ou tecnologia provocou tanto fascínio nas pessoas como as tecnologias da informação(ti). Aqui entendidas como os equipamentos de informática, a internet e os recursos digitais.
 Todos esses inventos vieram para o bem e para o mal. E já explico. Em principio, lá na origem de cada uma dessas tecnologias, os seus criadores pensaram apenas no bem de cada coisa.
 É o mesmo raciocínio que poderíamos fazer para a foice, o machado e a faca de cozinha. Qual foi o desiderato ou desígnio de cada uma destas ferramentas? Cristalinamente, para servir ás pessoas no seu labor e faina diária, no trabalho, enfim. Mas, eis que de vez em quando surge lá um sacripanta, um abestalhado e comete desatinos, violência, mortes; desviando o fim utilitário desses instrumentos.
 Ninguém, nenhum cientista da computação imaginou um dia criar um computador, a internet ou o celular para armazenar cenas de pedofília, comércio de drogas, prostituição virtual, fofocas, difusão de boatos e mentiras e práticas desonestas e criminosas. Nenhum inventor ou cientista teve tais concepções em seu estro criador, em suas invenções. O desígnio primordial foi apenas o bem. O projeto original foi  trazer qualidade de vida, bem-estar, baixo custo  nos contatos entre as pessoas, bem assim  na aquisição de cultura, informação e entretenimento.
Vamos então fazer uma dissecção, um escrutínio do que os humanos pós tais TI têm feito delas; seja lá para o bem e para o mal. Nessa análise poderíamos então dividir a humanidade em dois braços ou faixas, a exemplo do que se faz em ensaios científicos. Em termos mais técnicos poderíamos nominá-los (tais braços) em o grupo putrescível e o grupo sazonado ou frutífero da sociedade. Por uma questão de ventura da humanidade a banda podre dos usuários dessas tecnologias sugere ser menos numerosa. Dentre esses adeptos e praticantes temos por exemplo os cibercriminosos, os pedófilos, os difamadores, os traficantes de drogas “lícitas e proibidas”, os mercadores de medicamentos piratas e de risco para a saúde, etc. Aliás, em tempo, sem falar nos boateiros, nós pós-verdadeiros, nos fofoqueiros e bisbilhoteiros da vida alheia. Ainda no grupo putrescível dos internautas podem-se destacar um subgrupo, aqueles (as) dados ás frivofutilidades que são veiculadas a jorros pela grande rede.
 De tudo fútil, de sexo e sem nexo se acham na internet. Depende do gosto do consumidor. Fugindo da seriedade e expressando mais ameno. No concernente ao grupo sazonado ou produtivo das TI. Na certa o que temos hoje é um novo padrão de cultura. A instantaneidade e velocidade da comunicação virtual trouxeram uma outra cultura, aquela que se expressa por sons, sinais e imagens. Os recursos dos áudios e vídeos têm sido o modo predominante da comunicação entre as novas gerações, aquelas nascidas e educadas pós internet e tendo essas mídias inclusive  nas grades de ensino.
A literatura escrita ou tradicional como tínhamos até os anos de 1990 vem “pari passu”  se constituindo em guetos restritos de pessoas. É obvio que o valor dos autores clássicos da literatura ,continua, sendo lidos e procurados mas agora com os recursos do livro eletrônico, dos e-books, dos tabletes e notebooks. São formas de cultura dos novos tempos, da era digital.
Um outro vasto campo onde tem sido empregadas as TI tem se tornado nas esferas dos inquéritos policiais e nas provas desses crimes na justiça, inclusive nos chamados crimes do colarinho branco. Quantos crimes têm sido desvendados e punidos graças apenas às imagens obtidas das ações dos autores. Por isso tudo, podemos aclamar: santas e benditas tecnologias digitais, ou TI.  Fevereiro/2017

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

DR GOOGLE. PERIGO




 Dr. Google versus

 Dr. Oncologista

Cada vez mais pacientes estão buscando informções sobre 

saúde na internet. Cabe ao médico esclarecer suas dúvidas

 e guiá-los para siPor Luiz Paulo Kowalski

É quase sempre assim. A vida corre normalmente. Sem nenhum aviso, alguns sintomas leves e inespecíficos aparecem e pioram lentamente. Após algum tempo, sintomas mais sérios levam a procurar um médico conhecido que pede exames e prescreve alguns medicamentos. Os sintomas pioram. Está claro que é algo grave. Finalmente, tanto o paciente quanto o médico suspeitam da possibilidade diagnóstica de câncer. Um médico que o paciente não conhecia, o oncologista, é consultado. O diagnóstico é confirmado e o tratamento realizado por uma equipe.
A falta de informação faz com que muitas pessoas não valorizem os sintomas. A falta de informação e de experiência com uma doença incomum para muitos médicos generalistas pode atrasar ainda mais o diagnóstico. O medo toma conta quando, em algum momento, aparece em cena a suspeita do diagnóstico de câncer. Lembranças do sofrimento de algum parente ou conhecido pioram o contexto. Uma virada na rotina, um impacto tremendo nos planos de vida. O paciente com diagnóstico confirmado agora passa a ser tratado por uma equipe, recebendo tratamentos por vezes agressivos, sem saber o que esperar. Pessoas diferentes recomendam aguentar, esperar, ter paciência… afinal, vai dar tudo certo! Será?
Para ser médico enfrenta-se um dos vestibulares mais concorridos e seis anos de curso de medicina em tempo integral. Para ser oncologista são mais cinco ou seis anos de residência médica. Nesse tempo, acumulam-se conhecimentos teóricos e experiência prática. Até duas décadas atrás, as informações técnicas eram adquiridas com a leitura de livros difíceis de comprar e de artigos científicos publicados em revistas disponíveis apenas em bibliotecas das faculdades de medicina, além da participação em cursos e congressos. Aprendíamos e decorávamos ciclo de Krebs, via glicolítica, cascata da coagulação, detalhes anatômicos, histológicos, citológicos…
O médico tinha que ter uma memória fantástica, pois ao atender um paciente, as informações não estavam facilmente acessíveis em nenhum outro lugar, a não ser na sua própria cabeça. Ele era o detentor do conhecimento. Pacientes aceitavam isso, quase sempre sem questionar. Na consulta, o médico perguntava e o paciente respondia. O diagnóstico firmado pelo médico era tomado como definitivo, inquestionável. O tratamento dependia da experiência de cada médico ou da instituição, nem sempre baseado em evidências científicas sólidas. Restava ao paciente aceitar com resignação o tratamento prescrito e seus resultados ou seu inevitável destino, afinal a doença era grave e sair vivo desse processo, uma bênção, um milagre. Médicos eram quase deuses.
Um computador em cada casa parecia impossível, mas Bill Gates acertou a profecia por algum tempo. Agora, quase todos nós temos um celular, muito mais poderoso que os computadores de outrora. A informação sobre qualquer assunto está acessível em qualquer lugar, a qualquer tempo. Websites sobre saúde, tanto para profissionais como para não profissionais da saúde, disseminaram-se rapidamente. Mas existe um grande problema. Muitas dessas fontes carecem de foco, credibilidade e geralmente não são auditadas.
O médico passou a ter a internet como aliada para sua atualização. Antes, esperavam meses para ter acesso a um artigo científico. Hoje lemos esses artigos assim que publicados e podemos aplicar mais prontamente o conhecimento em benefício dos pacientes. Por outro lado, os pacientes informados, agora já não apenas ouvem o médico, mas sentem-se mais à vontade para perguntar e discutir com ele questões relacionadas ao diagnóstico, causas da doença e tratamento. Mais que questionar o diagnóstico e o tratamento, eles discutem dúvidas sobre todos os procedimentos, todas as etapas do tratamento e espera-se que as respostas sejam convincentes. Nesse mundo ideal, pacientes e médicos informados contribuem para que o diagnóstico seja mais precoce e para que o tratamento seja mais eficiente. Mundo ideal, não é o mundo real.
As publicações médicas até os anos 1970 eram baseadas na reputação e autoridade dos autores e de suas instituições. Mas, nas últimas três décadas, aprimorou-se a análise de artigos antes da publicação por meio da análise por pares. Publicar ficou mais difícil, mas publicar em uma revista médica sólida é quase a prova inquestionável de integridade científica. Nos anos recentes, criaram-se atalhos e médicos movidos por necessidades acadêmicas de conseguir um número competitivo de publicações passaram também a publicar em revistas de acesso aberto, com menor competitividade, muitas com pouca análise crítica séria e consideradas predatórias.
Assim, hoje, nem tudo o que está publicado tem real valor. Médicos precisam de muita experiência e critério para utilizar na prática clínica uma nova informação visto que são muitas as publicações, mas poucas realmente têm impacto. Somente publicações com critérios rígidos de coleta e análise acabam tendo importância suficiente para que equipes de especialistas revejam conceitos, criem diretrizes de diagnóstico e tratamento e recomendem mudanças na prática médica. A medicina baseada em evidências sólidas pode propiciar melhores resultados de tratamento.
Certamente seguir algoritmos, guidelines, recomendações validadas são importantes para a prática clínica. Mas, tratar um paciente individual requer conhecimento, experiência, habilidade e infraestrutura adequada. Médicos não tratam doenças. Tratam pacientes com doenças e podem, dentro da complexidade, tomar decisões que depois se provam equivocadas. Para reduzir o risco de equívocos de diagnóstico e de decisões terapêuticas, a tecnologia de informação disponível atualmente pode ser benéfica quando utilizada com parcimônia. Ela não substitui o juízo clinico. Ela pode ser mais um dos instrumentos de segurança a serem utilizados pelo médico.
Frequentemente a complexidade exige que as decisões sejam validadas por uma equipe multidisciplinar capaz de analisar e entender todas as particularidades de cada paciente. Assim é a oncologia atual, praticada nas melhores instituições especializadas, e desse modo, é possível hoje esperar a cura de pelo menos dois terços dos pacientes tratados.
Hoje, tanto pacientes, como os familiares, amigos ou conhecidos bem intencionados procuram na internet informações sobre diferentes condições de saúde. Cerca de 1% de um trilhão de consultas anuais ao Google são relacionadas a sintomas e diagnóstico de doenças. Infelizmente, muitos buscam informação com finalidade de auto-tratamento. Um estudo publicado em 2016 na revista da Associação Americana de Medicina mostrou que algoritmos de diagnóstico elaborados para a internet acertam apenas um terço dos diagnósticos, enquanto médicos acertam três quartos.
Um problema adicional é a interpretação do sintoma. A dor, por exemplo, pode ter várias causas. Um médico pode valorizar melhor um sintoma, levando em conta a localização, o tipo de dor, a evolução, a intensidade, os antecedentes do paciente e a presença ou ausência de outros sintomas ou achados de exame clínico. Este é o ponto fraco de instrumentos que analisam sintomas como o Doutor Google, permitindo diagnóstico preciso quando eles são analisados por médicos, mas que não têm a mesma eficiência com sintomas auto-reportados por pacientes.
Um estudo sobre dor torácica mostrou que 19% dos sites não mencionaram algumas doenças não cardíacas frequentes, 15% não tinham recomendações sobre procura por atendimento de emergência, somente metade citava testes diagnósticos e 11% mencionavam as consequências de não se procurar assistência médica prontamente. Somente 11% dos sites estavam de acordo com critérios recomendados pelo JAMA (Journal of the American Medical Association). Poucos tinham certificação HONcode (Net Foudation Code of Conduct). Outros estudos em câncer de pulmão e em gota úrica chegaram a conclusões semelhantes. Somente 50% deles foram considerados confiáveis.
Um caso de câncer quase sempre gera uma grande busca na internet. Digite “câncer” no Google e verá 630 milhões de fontes. Impossível ler tudo. Acaba-se lendo o conteúdo de algumas fontes. Um estudo sobre fontes de informação em radioterapia mostra que a maioria utiliza linguagem pouco acessível a pacientes, não seguindo recomendações da Associação Americana de Medicina e Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês).
Informações equivocadas podem ser uma barreira para acesso a tratamento adequado, levando pacientes a procurar métodos terapêuticos não aprovados cientificamente. Pacientes perdem tempo atraídos por promessas de tratamento sem complicações, sem sequelas e com garantias de cura. Muitos assumem que conhecem o tema porque tiveram acesso a informação. Uma parte discute com seu médico as informações a que teve acesso. Os médicos modernos tiveram que se adaptar a este novo paciente. O paciente Google. As informações e dúvidas são frequentes devido à contradição do que se encontra em sites. Infelizmente, poucos questionam ou têm habilidade para questionar a qualidade da informação.
O conhecimento médico baseado em ciência nem sempre é bem aceito pelos pacientes porque ele oferece uma visão realista, nem sempre fácil de ouvir, enquanto a internet pode oferecer o que se quer procurar para ter as respostas que se quer ter, não o que se precisa saber. Na atualidade, entre as diversas atribuições e responsabilidades, cabe ao médico esclarecer o paciente, guiá-lo para leituras em sites confiáveis e estar preparado para ouvir.
Um estudo publicado na Journal of Surgical Research mostra que pacientes bem informados participam mais do tratamento, apresentam melhores resultados e, finalmente, ficam mais satisfeitos. Para aproveitar melhor o que a moderna tecnologia de informação pode oferecer na assistência, médicos necessitam, além do treinamento clássico, adquirir conhecimento sobre como promover uma melhor comunicação, um melhor relacionamento interprofissional, trabalhar em equipe e estar próximo de seus pacientes e familiares informados e participantes.

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domingo, 12 de fevereiro de 2017

QUALIDADE DE VIDA


A QUALIDADE DE VIDA COMEÇA NA RELAÇÃO A DOIS

João Joaquim  
  
A partir do século XXI, entre as várias atividades humanas, passou a ser uma delas e de destaque , a busca da  chamada qualidade de vida. Trata-se de um bem-estar ou um marcador de saúde muito repetido e incentivado na Medicina Geral  e todas as áreas de saúde orgânica e mental.
A qualidade de vida poderia ser definida como um conjunto de atributos que trazem segurança, bem-estar, felicidade, saúde plena, boas relações sociais e afetivas;  enfim vários estados que trazem paz e felicidade às pessoas. Entre esses atributos podem ser listados por exemplo trabalho digno, a profissão almejada, residência própria, alimentação ideal, entretenimento; entre outros desejos de cada um. Quando se fala no idoso e aposentado, se incentiva muito sua permanente atividade em lazer, entretenimento, atividades físicas compatíveis com o gosto e aptidão de cada um e atenção dos familiares à sua volta. 
 Qualidade de vida e felicidade são conceitos que se confundem e se fundem, porque inescapavelmente eles encerram o mesmo objetivo, e são eminentemente pessoais. O que é qualidade de vida para mim, enfim a minha felicidade, não é a mesma da Maria ou  do José. Para dar um sentido concreto de bem-estar ou qualidade de vida vamos mostrar exemplos conforme a faixa etária das pessoas. O que seria a felicidade para uma criança de 10   anos? Certamente que para todas as crianças: uma alimentação saudável, ótimas condições de higiene, sono de boa qualidade, a convivência com os país num casamento saudável e espaço seguro de entretenimento e educação de qualidade.
Para um jovem em formação, o que lhe significaria qualidade de vida? Com algumas variações individuais,  num e outro item, mas muito em comum uma boa escola, boa alimentação, ótimas condições de moradia e sono, esportes e acesso a muitos objetos de mídia ( conexão digital), até automóveis. Uma vez adulto, formado e pronto para o mercado de trabalho certamente que para muitos, felicidade ou qualidade de vida seria a casa própria, o emprego sonhado, o carro do gosto, alimentação saudável, entretenimento e uma prática de atividade física, com suporte nutricional e técnico no curso desta atividade .
Para fecho dos quesitos de qualidade de vida, um considerado de grande relevo:  as relações sociais e afetivas, não importa a idade da pessoa. As boas relações de amizade, sociais e conjugais, sejam elas no namoro ou vivendo a dois( casamento ou união estável) são das mais significativas na saúde, bem-estar e na  qualidade de vida das pessoas.
Assim postos, os estados e condições de uma boa qualidade de vida, bem-estar ou felicidade, conscientes e voluntariamente, quantas pessoas deliberadamente fogem dessa rota. Muitas e muitas  pessoas buscam  circunstâncias e opções nessa contramão.
Cada pessoa, ao longo de sua vida tem a opção de buscar e adquirir todos aqueles atributos que a tornará usufruidora de uma vida de boa ou má qualidade. Cada um tem essa liberdade e livre-arbítrio.
Na questão das relações sociais ou afetivas, por exemplo, quantos de nós insistimos em vínculos com pessoas que tornam em conflitos, contatos odiosos e repletos de angústia e insegurança! Em muitos casos resultando até em assassinatos, motivados por questões passionais e de vingança. A procura da tal alma gêmea, ou um amor de Romeu e Julieta, são condições quase ilusórias. Todavia, podemos sempre selecionar e buscar o nosso melhor par, a melhor companheira ou companheiro, na construção de um casal coerente, de cônjuges  cúmplices, solidários e fiéis. Esta escolha dá para se fazer de forma muito segura, já nos primeiros contatos. A sociedade conjugal, o contrato de viver juntos , o pacto desta pareceria não difere de outros da vida social e comercial. São os mesmos princípios seletivos de gestores na área de recursos humanos. Para tanto, exigem-se currículos, entrevistas, testes, provas , às vezes prática e teórica;  por que numa relação a dois, não se pode fazer o mesmo ?
Fora dos litígios e contendas sociais e conjugais quantos outros feitos, aquisições, compromissos, as pessoas não vão assumindo que lhes tolhem muitos outros direitos, opções agradáveis como férias, descanso, viagens, diversões e entretenimento! Condições estas que caracterizam a boa qualidade de vida, das quais muitos se abdicam por outras escolhas com pessoas sem essas afinidades.
Na intenção de bem materializar esses empecilhos na vida das pessoas tomemos os casos de se contrair uma dívida na posse de um e outro bem ou direito; no compromisso de um cartão de crédito (de dívida, na verdade); na aquisição de um bem, a prazo, majorando o custo real desse patrimônio; a compra com uso do cheque especial (outro engodo, porque de especial só para o banco que cobra juros abusivos).
Um outro caso bem comezinho e encontradiço na rotina das pessoas a posse dos chamados animais de estimação. A família, às vezes, seja casais jovens ou aposentados, moram em apertados apartamentos, onde abrigam 2 ou 3 cachorros. Exemplos há em que os donos mal cuidam de si, dos filhos ou de outros parentes mais carentes de atenção, higiene e afeto; mas os bichos e seus nichos com outros bichos (parasitas, vírus e bactérias) estão lá no convívio das pessoas.
Enfim, em suma e numa frase, as pessoas trocam o seu direito a uma boa qualidade de vida, por tantos penduricalhos, estrupícios, atravancos e trambolhos que nada lhe dizem respeito ou resultam em benefícios. Fica a sugerir que a pessoa está pagando por um pecado de outras gerações ou um pesado carma deixado como herança. Mas, reiteremos, por pura escolha e livre-arbítrio de que o faz .  Quão melancólico!  Fev/2017.

João Joaquim - médico - articulista DM   facebook/ joão joaquim de oliveira www.drjoaojoaquim.blogspot.com - WhatsApp (62)98224-8810

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

MAUS MÉDICOS

                     SUBVERSIVOS E DETRATORES DA MEDICINA
João Joaquim  


Nada nesse mundo se torna inútil ou em vão. Até mesmo as tragédias, a morte, o luto e a luta de alguém, pode, uma vez decorridas, trazer debates, lições e tornar redivivos alguns valores, princípios e postulados para nortear as relações humanas. De tempos em tempos, frente a uma tragédia coletiva ou pessoal, são postas à lume uma importante disciplina de postura entre profissionais médicos, a Bioética, ou simplesmente o código de ética médica (CEM).
Trata-se de matéria obrigatória nos cursos de graduação de qualquer faculdade de medicina. Todos os estudantes passam por aulas teóricas e mesmo “vivência prática” nos hospitais-escola. Encerrada a graduação e se registrando no conselho, o agora inscrito recebe novas preleções de ética e todo o código impresso daquilo que se pode e deve fazer um bom profissional; bem assim os atos vedados ao bom e zeloso exercício da profissão. Ou seja, o médico ainda que interiormente tenha alguma inclinação ao ilícito, ao imoral, ao vício ou a desonestidade para com o próximo, ao paciente enfim; ele (o médico) está ciente que estará sob interpelação disciplinar, administrativa, ética (pelo conselho de medicina) e até penal (ministério público).
 Diante destas considerações torna-se instigante a seguinte pergunta: por que apesar de receber uma formação curricular, um treinamento durante no mínimo seis anos (duração do curso), uma sessão de advertência no conselho de medicina (ao receber o RG do médico), o médico ainda assim( felizmente são poucos casos) comete as mais indignas infrações ao CEM? Por quê? É uma indagação , que acredito ressoa no meio social, a cada atitude infracional ou penal de grande monta cometida exatamente por quem deveria ter o compromisso maior, até porque é feito um juramento , emblematicamente cunhado hipocrático( homenagem a quem teve este primeiro lampejo humanístico,  o médico e filósofo grego Hipócrates).
 Aqui o meu parecer e minha ementa. São duas as razões do mau comportamento desses maus profissionais.
A primeira(as), são razões inerentes ao próprio indivíduo, ao próprio ser humano. Muita vez temos aí uma deformação de caráter hereditário; isto é ,  trata-se de uma herança educacional, vem da família onde esse médico se fez gente e pessoa e depois se formou em Medicina. Com exceção, pode-se ter também uma questão genética mesmo. O indivíduo tem um transtorno comportamental que o leva a ser um infrator, como pessoa, genericamente um sociopata.
Porque a honestidade, a virtude e a boa ética são valores aprendidos com os pais, com  a família e com o meio social, inclusive com as escolas de 1º e 2º graus.
A segunda razão. Decorrente da primeira, tais profissionais não reúnem nenhum cabedal, pendor ou vocação para cuidar de quem quer que seja. Muito menos de quem está enfermo, doente e carente de zelo, compaixão, amor e tratamento digno e respeitoso. Neste caso ele poderia ser um metalúrgico, um engenheiro, um matemático, um físico; menos um profissional  que lide com a vida, a dor alheia, com a doença de outrem.
A Medicina, como bem preceituava Hipócrates é um sacerdócio que exige sentimento de compaixão (se doer junto com a dor alheia) , de respeito ao pudor, à intimidade e dignidade de quem estiver sob os cuidados daquele profissional.

 Lamentavelmente temos visto muitas deformações quando se fala em formação médica. São degradações tanto das instituições que foram surgindo como um negocio lucrativo,  como os malformados médicos  egressos dessas faculdades sem uma estrutura física e corpo docente à altura da nobreza da profissão. A Medicina assim como outras profissões da saúde , pelo   que assistimos nas últimas duas décadas, têm se tornado  um mercado como outro qualquer, pouco importando com os qualificativos e valores que deveriam serem impingidos aos profissionais “formados”. O exercício escorreito, isento, virtuoso e de “boa ética” tem se tornado exceções em nosso país.
No dia a dia, assim como em tantas searas da vida, no social, no infracional e criminal, temos presenciado no circulo profissional médico, inúmeras atitudes, condutas, comportamentos e expedientes nada condizentes com os ditames da pura e virtuosa praxe profissional. Este modesto escrito fala de carteirinha e fidedigno à melhor Ética, a de berço, de família; considerando que já fora vítima de prolações, picuinhas e inventivas difamatórios de ato a que não deu causa. O que é gravoso e triste é que tais assertivas partiram de quem integrava comissão de  ética médica. São fatos que no atual cenário do Brasil passam até batidos.
A presente digressão e opinião  foi motivada pela lamentável morte da primeira-dama Marisa Letícia. À  família da qual emiti uma nota de pesar na minha fanpage. Cardiologia João Joaquim De Oliveira
LUTO -Morre dona Marisa Letícia Esposa ex Lula Silva
Expresso meu sincero e contrito pesar pela Morte de dona Marisa –
A morte de qualquer  pessoa, se revela uma face de transe doloroso para os que ficam. Mas, faz parte da natureza humana.  Do Húmus viemos, a ela tornamos . Nossos sentimentos sinceros
Os profissionais que vazaram dados de seu prontuário do hospital Albert Einstein devem ser investigados e punidos exemplarmente pelo CREMESP. Aqueles que emitiram opiniões caluniosas e vilipendiosas merecem todos os rigores de punição ética e penal. No mínimo!
Todos esses, indistintamente, maculam e ofendem os desígnios e postulados da Medicina. A profissão da abnegação, do amor, do respeito e compaixão. Fora desse padrão, são muitos os subversivos e detratores de tão nobre missão.  Fevereiro/2017.

João Joaquim - médico - articulista DM   facebook/ joão joaquim de oliveira  www.drjoaojoaquim.blogspot.com - WhatsApp (62)98224-8810


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

MENOS PRESSÃO


Entendendo a pressão arterial
A hipertensão é o maior fator de risco para infarto e derrame. Manter a pressão arterial normal é essencial para prevenir o desenvolvimento desses problemas
Pressão arterial é a força causada pela contração do coração e das paredes das artérias para impulsionar o sangue por todo o corpo. O aumento acentuado da pressão, comumente chamado de hipertensão, é o maior fator de risco para o desenvolvimento de infarto e acidente vascular cerebral (AVC), as doenças que mais matam no Brasil e no mundo.
O que querem dizer os números 12 e 8?
Essa é uma forma simples de dizer que a pressão máxima está em 120 e a mínima em 80 milímetros de mercúrio (mmHg). No Brasil, popularmente eliminam-se os zeros e, em vez de dizermos 120 por 80, dizemos apenas 12 por 8. A pressão máxima ocorre quando o coração se contrai (sístole), correspondendo à maior pressão entre um batimento e outro. A pressão mínima ocorre quando o coração está relaxado (diástole), fase necessária para que o órgão se encha de sangue para em seguida contrair-se novamente.
Por que devemos ter a pressão arterial 12 por 8?
Com a pressão 12 por 8, tudo funciona bem. Mas quando a pressão está frequentemente aumentada órgãos importantes como o coração, o cérebro, os rins, os olhos e as próprias artérias sofrem maior desgaste e podem surgir graves doenças. Quando a pressão está em 14 por 9 ou mais, estabelece-se a hipertensão arterial. Um hipertenso que não se trata adequadamente pode ter a expectativa de vida reduzida em até dezesseis anos. Valores entre 12 por 8 e 14 por 9 são chamados de pré-hipertensão e já requerem cuidados como o controle do peso e do stress, redução do sal na alimentação e realização de exercícios físicos. Cerca de 90% dos hipertensos necessitam usar medicamentos continuadamente para o controle da doença. Mas cerca de 80% dos hipertensos não se tratam adequadamente em nosso meio, sendo essa uma das maiores causas das 1 000 mortes cardiovasculares que ocorrem em um só dia no país.