terça-feira, 6 de agosto de 2019

IMC mórbida

A OBESIDADE EXPLICADA PELA PSICANÁLISE
JOAO JOAQUIM


Neste instante ao ingerir um chocolate “amargo” eu me lembrei dos deuses do olimpo de zeus, e de Simgund Frend, e eu explico. Nada mais impróprio do que chamar um chocolate de amargo. Só por que ele não contem muito açúcar ou sacarose? Indébito este tratamento. O componente mais substantivo do chocolate é a teobromina. O termo vem do grego, téos= deus, broma= manjar, manjar dos deus. Por isso que esse alimento( vindo do cacau) é capaz de levar ao vício, à dependência, porque TRAZ  uma sensação euforizante. Nos sentimos meio que no paraíso.
Quando degusto um alimento muito capitoso e saboroso como os derivados do cacau vem- me também a lembrança do grande psicanalista Freud. É dele a teoria do desenvolvimento da criança. Ele estudou não apenas a mente humana, os sonhos, mas a ligação erótica da criança com o genitor do sexo oposto, menina e pai, o menino com a mãe; e também as fases anal, oral, etc.
E é justamente a teoria da fase oral que trago neste artigo.
Se fosse vivo, no atual estágio da medicina, Freud teria contribuído mais para outros ramos das ciências da saúde, além do que nos revelou. Por exemplo no campo da endocrinologia e da metabologia. Nesses ramos do conhecimento dois graves distúrbios têm fundamentos na psicanálise de Freud. São a compulsão alimentar e a obesidade, que tem conexões uni e biunívocas.
Em psicanalise, compulsão se refere a um instinto ou reflexo interior que leva o indivíduo à repetição de um ato, expediente, gesto laborativo ou alimentar. Tem a analogia com um tique nervoso, aquele movimento involuntário de partes de nosso corpo. A diferença é que a compulsão alimentar se faz de forma subjetiva e voluntária.
Da compulsa alimentar vem a doença obesidade. Distúrbio metabólico e ponderal multifatorial, sendo a compulsão alimentar uma das causas. Segundo Freud todos passamos por um desenvolvimento psicossexual de 5 fases: oral, anal, fálica, latente e genital. 
Dessas fases uma que parece ter conexão com a obesidade é justamente a fase oral, que vai do nascimento até os 18 meses de idade. É nesse período que a criança expressa sua primeira energia libidinal. 
Buscando, nesse contexto, uma  contribuição na fisiologia e na anatomia. A boca e todos os seus órgãos e tecidos que a compõem constituem  um complexo de estruturas e corpúsculos os mais sensitivos de prazer do corpo humano. Como exemplos dessa intricada anatomia temos  as fibras sensitivas e papilas linguais que identificam os variados sabores e outros estímulos do prazer.
Segundo tese de nosso psicanalista maior(Freud) cada fase do desenvolvimento psicossexual deve ser bem resolvida. Assim, se estriba muitos casos de obesidade que persistem com a longevidade de muitos dela portadores. Seria como se o indivíduo regredisse para  sua fase oral do desenvolvimento. Para muitas pessoas, o maior dos prazeres, o único prazer, sempre o mesmo prazer e mais prazer estão centrados, restritos ao ato de ingestão de bebidas e mastigação de alimentos. Mesmo que tais produtos e alimentos lhes sejam excessivos, supérfluos, nocivos e danosos à saúde. Fase oral e paladar orgástico em sua máxima sensação. Daqui resulta a terrível, a mórbida e limitante obesidade, de gravidade linear com o excesso de peso.  A pior delas, não é sem razão que leva o adjetivo mórbida

Min das Doenças

MINISTÉRIO DA DOENÇA E SUS(to) nos Hospitais Públicos
Joao joaquim
  
O Ministério da Saúde deveria se chamar Ministério da Doença. Porque o que ele menos faz é justamente cuidar  da saúde das pessoas. Que políticas o governo tem de saúde ? Pensem comigo, quadras de esporte, academias gratuitas para todos, ginásios esportivos, quadras esportivas ao ar livre, planejamento familiar, prevenção de gravidezes indesejadas com contraceptivos, laqueaduras de trompas, vasectomia, etc. Atendimento de qualidade em saúde bucal, entre outros expedientes de saúde pública.
Quando se criou o nosso sistema único de saúde- SUS , 1988, a teoria foi excelente. Mas, uma coisa é o enredo, outra bem diversa é a prática. Uma empreitada  é a criação, outras, seus criadores- leiam: nossos sempre incorrigíveis políticos no seu modus operandi.
Elaborarem projetos de lei, aprová-los, e dessas leis se valerem para uso pessoal ou para  usufruto de seus apaniguados políticos. Para quem já esqueceu, tivemos a CPMF, contribuição provisória sobre movimentação financeira, alíquota de 0,38% em qualquer movimentação bancária, de 1997-2007.
O ministro de saúde era Adib Jatene (1929-2014). A ideia foi dele, mas na condição de ser unicamente para a saúde .  O objetivo da arrecadação com o imposto era custeio da saúde pública, da previdência social e erradicação da pobreza. Doce ilusão e enganação das pessoas porque a “saúde pública” se manteve doente, a previdência na mesma deficiência e a pobreza em condição de miséria. Grande parte do dinheiro da CPMF foi canalizada para outros fins, entre eles os dutos de roubos e corrupção perpetrada pelos políticos da brilhante ideia da contribuição provisória que por escárnio durou 10 anos (1997- 2007). E muitos dos gatunos e ladravazes queriam̶ na permanente.

Por isso que se reitera, em tese o nosso SUS, não foi uma má ideia. São cláusulas e postulados  das melhores intenções. Desembestadas e psicopáticas são as mentes de quem dele fizeram e fazem uso com fins espúrios. Insanas e criminosas são as cabeças daqueles governantes que desviam dinheiro e surrupiam recursos dos hospitais públicos, dos bancos de sangue e da merenda escolar.
O SUS e todos os seus braços de funcionamento são apenas uma materialização e contundência dos desgovernos, das ingerências e quadrilhas (como o quadrilhão do MDB)que administram o nosso país.
Tomemos alguns exemplos desses esquemas criminosos. Alguns batizados com nomes curiosos, quando investigados pela polícia federal. Máfia dos sanguessugas; foi uma quadrilha ocorrida em  2006, formada por deputados e prefeitos que fraudavam licitação na compra de ambulâncias e orçamento para bancos de sangue. Eram políticos vampiros roubando dinheiro da saúde.
Máfia das próteses, ocorrida em 2015. Envolvia orçamento com próteses de ortopedia. Eram médicos de hospitais públicos, na atividade de gatunagem. Muitos desses profissionais ou não realizavam o implante das próteses nos segurados do SUS, ou colocavam uma prótese inferior e cobravam por outra bem mais cara, superfaturada.
É muito triste e melancólico constatar, como este autor o testemunhou  como médico urgencista( hospitais públicos).  Constatar e  sem muito o que fazer por doentes em prontos socorros e hospitais do SUS . Por ironia são chamados prontos socorros. A maioria ou tarda ou nunca atende aos segurados. Quantos não são os casos que morrem por falta de insumos básicos como antibióticos e quimioterápicos ? Outros tantos por falta de cirurgias e vagas em UTIs.
São cenários mórbidos que mais parecem a nau dos insensatos ou navios dos loucos porque o indivíduo chega buscando socorro e não sabe o seu destino. O que lhe espera, quando sua vida se acha por um fio. Muitos são os segurados que morrem por falta de uma  simples cirurgia de hérnia inguinal, de úlcera perfurada, por uma apendicite, por hemorragia interna que passa da hora do atendimento.
Fico de cá a imaginar em todos esses ladrões e larápios do dinheiro de merenda das crianças, do sangue para pessoas em risco de vida , nas ambulâncias destinadas aos doentes, das próteses não implantadas nos idosos.
Quando se fala na punição para tanto roubo e corrupção , no julgamento que deveria receber esses malfeitores de nossos compatrícios menos favorecidos, pelo desvio de dinheiro de escolas, creches e hospitais públicos, vem  exatamente o imagem  da divina comédia do Dante Alighieri. Também do  Armagedon ou juízo final . Provável que nem o 5º nem o 9º círculo do purgatório para esses malfeitores da humanidade, dado que mais do que hediondos são os pecados desses vilões dos recursos da educação e da saúde pública de nossos pobres e desvalidos e inseguros brasileiros   

HIGIENE

UM PAÍS DE SUJISMUNDOS E PORCALHÕES
JJOAQUIM

Uma do que deveria ser das marcas do homem civilizado se chama higiene. A palavra vem do grego hygeia e designava a deusa da saúde. Ela tem tanto significado no estado sanitário do ser humano como de qualquer animal que pode ser considerada uma especialidade ou disciplina da medicina. E aqui vêm as explicações. Na história da saúde e medicina grandes foram os vultos da fisiologia e da medicina que dedicaram a tais questões. Hipócrates, tido como o primeiro ícone e pai da medicina já dava importância aos elementares expedientes do uso da água e limpeza na prevenção de agentes nocivos, virulentos e causadores de infecção, contaminações, miasmas e gangrenas.
E assim foram com muitos outros cientistas da biologia, da microbiologia, da química e da medicina. Como lembrança, temos os casos de Paracelso, de Vesalius, de Lovoisier e de Luís Pasteur. Foram próceres nas áreas de higiene, saúde pública e medicina.
Em prol da higiene como grande protagonista na saúde humana e animal basta ter em conta quais são os três grandes grupos de doenças de causa- mortis: as cardiovasculares, as degenerativas (câncer) e as infectocontagiosas. Quando se fala no nexo higiene e saúde, pode̶ se afirmar que ela tem relação com todas as doenças. Porque ela não se limita ao simples gesto de lavagem de mãos, aos banhos diários, à lavagem de indumentária, à escovação  de boca e limpeza de objetos ou esterilização de instrumentos de uso pessoal.
A higiene engloba todas essas atitudes como principais regras mas também a busca da qualidade dos insumos alimentares. Dentre esses quesitos da nutrição tem-se o princípio da qualidade do que ingerimos. A higiene alimentar se funda nos efeitos na saúde de cada componente ou componente ativo (nutricional) dos alimentos. Neste sentido a higiene estará direta ou indiretamente relacionada com todas as doenças que afetam o organismo humano.
Nessa perspectiva citemos alguns modelos das doenças mais encontradiças. Doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, infarto do miocárdio, derrames cerebrais. Doenças renais crônicas, calculose renal, infecções urinárias. Doenças degenerativas, câncer, fibromialgia, neuropatias, demências, mal de Alzheimer.
Doenças causadas por agrotóxicos e inseticidas. Estas constituem um espectro amplo de variadas doenças crônicas de difícil estudo e estatística que vêm sendo alvo de constantes preocupações e embates de ambientalistas, medicina de saúde pública , agricultores e indústria de alimentos de toda ordem.
No campo das moléstias infectocontagiosas é que de fato a higiene se mostra de enorme relevância. O corpo humano com sua pele, mãos, pés, boca e orifícios representam fontes e vetores dos germes mais virulentos e patogênicos. A lavagem de mão com água e sabão ou álcool gel representa gesto protótipo  e padrão na higiene corporal diária. Enumeremos os erros ou falta de higiene mais comezinhos na rotina das pessoas. Êi-los :
 Entrar num sanitário, deixa-lo sem descarga e sair dali sem lavar as mãos e se possível até as partes íntimas. Mais grave do que isto , pegar na mão de outra pessoa ou em talheres e alimentos. Comer qualquer fruta ou verdura e outro alimento não esterilizado sem prévia lavagem com água e sabão ou até solução de cloro (água sanitária) ; guardar frutas e verduras na geladeira sem lavagem prévia. Entre outros gestos de absoluto desprezo com banho, limpeza e higiene. Lamentavelmente vivemos em um país de sujismundos e porcalhões. Ninguém embala os lixos produzidos, ninguém cuida dos ambientes domésticos e públicos e que se danem os outros usuários.

SUS(to) nas filas


SAÚDE PÚBLICA

Quando lemos a nossa constituição federal (CF -1988), fica a parecer um conjunto de normas e regras de ficção cientifica. Tal sensação assim se nos revela porque uma questão posta é o que lá está consignada, outra questão é a materialização daqueles direitos. Para tanto basta fazer uma análise do artigo 5º, onde se trata das garantias dos direitos fundamentais. A começar pela dicção de que todos são iguais perante a lei. Quanta mentira, quanta ironia, quanta hipocrisia. Como um dia discursou o ex senador e jurista Rui Barbosa :  “O reino da mentira- mentira na terra, no ar, até no céu. Mentira nas mensagens. Mentira nos relatórios. Mentira nos inquéritos. Mentira nas garantias. O monopólio da mentira” (discurso do próprio Rui, como candidato a presidente-1919).
Quando se fala em garantia de direitos fundamentais basta ter em conta três direitos básicos de qualquer cidadão: saúde, educação, segurança pública. Só de começo, se o indivíduo precisar de um socorro médico célere, ético e eficaz pelo SUS ele tem grande risco de morte. Para se ter uma educação de qualidade para os filhos poucas são as escolas que oferecem um ensino de ponta; os pais que  desejar uma educação digna vão arcar com o alto custo de uma escola privada.
 E a segurança pública?  Tanto como pedestre ou dirigindo o próprio carro o cidadão tem alto risco de assalto e ainda ter o veículo roubado e ser assassinado.
Em se tratando de saúde pública e direitos à assistência médica. Essa área posso literalmente falar de carteirinha porque trabalho nela  por mais de 30 anos em um hospital público e sofro na pele o que passa um paciente SUS.

Vamos tomar Goiânia como modelo de  alguns hospitais públicos  . Comparada com outras grandes cidades possui uma infra-estruta de saúde razoável. Tomando os seus quatro grandes hospitais SUS  -Hugo, Hugol, Hospital das Clínicas-UFG, Santa Casa. Esses hospitais têm estrutura melhor do que muitos hospitais privados. Um corpo clínico e recursos diagnósticos e de assistência altamente capacitados e eficazes. Mas, aí vem a grande questão, o acesso a esses serviços , notadamente quando for uma demanda seletiva, não de urgência. E, as vezes, mesmo numa emergência o paciente morre e fica com sequelas pela demora no atendimento.
Basta tomar os casos de uma assistência médica não urgente, mas necessária. Consultas em pediatria, em ginecologia e obstetrícia e cirurgia geral. Quantas pessoas (crianças, gestantes, idosos) necessitam dessa modalidade assistencial e não conseguem ? 

São milhares na fila de espera.
Uma outra grave questão enfrentada pelos usuários do sistema (SUS) refere-se à antipática e repelente burocracia (burrocracia). São as chamadas jabuticabas ou idiossincrasias brasileiras.
Nesse sentido eu concluo relatando um feito de minha lavra.
Dia desses, um senhor de 70 anos me procurou porque não conseguia atendimento pelo SUS. Graciosamente o atendi. Não era uma situação de urgência, mas alguns exames eram necessários para mais clareza no  diagnóstico. E assim fiz os pedidos (exames triviais). Ato continuo, eu o orientei que fosse a algum CAIS para autorizar o procedimento.
E qual não foi a surpresa ?  No cais procurado,o paciente obteve a negativa da autorização dos pedidos, com a justificativa de que os exames não tinham sido solicitados por alguma unidade de saúde pública. Enfim porque o usuário não estava regulado no sistema SUS.

Só não é hilário porque a situação soa trágica, ter que conviver com jabuticabas e pérolas dessas em nosso país, chega a nos ameaçar perder as esperanças que um dia possa melhorar, porque é esperar demais por coisas muito simples.  Junho/2019.


cerebral

NOSSO CÉREBRO É BOM E PERVERSO AO MESMO TEMPO
JOAO JOAQUIM

Nosso cérebro é um dos órgãos mais fantástico de todo o nosso sistema corporal. Tanto assim que a ciência tenta ao menos imitar o seu funcionamento. Mas ele não tem só virtudes. Quantas não são as doenças neurológicas que continuam sendo um enigma para a medicina? Quantas não são as doenças mentais incompreendidas pelas ciências. A própria mente das classificadas pessoas normais continua sendo um mistério para os pesquisadores. Nosso cérebro também não é de muito labor. Trata-se de um órgão preguiçoso. Ele não gosta de gastar energia. Não sem motivo gosta de ao menos umas 8 horas de sono por dia.
Uma outra característica bem peculiar de nossa prodigiosa máquina é o fenômeno intitulado acomodação. Trata-se de um mecanismo de adaptação a uma condição ou estado de não bem estar, nocivo, insalubre, enfim anormal e desconfortável. Paradoxal , mas é isso mesmo. Mudar dá trabalho, gasta energia.
E quais são as características do intitulado fenômeno da acomodação? A principal é a latência de longo tempo. Uma outra de igual significado é a repetição ou continuidade do estado nocivo ou insalubre para gerar o fenômeno. Para mais clareza e materialização bastam alguns modelos.
Exemplo um. Imaginemos o indivíduo e sua estética corporal. Fosse possível a condição de a pessoa dormir e no dia seguinte ela se encontrar 20 kg ou 30 kg acima de seu peso normal. Certamente e com absoluta razão essa pessoa, de imediato, entraria em estado de pavor ou choque emocional, com exigência talvez de uma internação psiquiátrica.
Todavia, o mesmo ganho ponderal, ou mesmo em maiores percentuais em estágio até de uma obesidade mórbida, quando se faz de modo paulatino, de longo prazo, não traz nenhum dano ou abalo psíquico. Porque aqui sucedeu o fenômeno tão useiro e vezeiro da acomodação que ocorre em nosso sistema sensorial comandado pelo cérebro .
E assim ocorre com outros estados ou circunstâncias de natureza nociva, antissocial, insalubre e que traz algum dano físico ou psicológico à vítima.
São exemplos as relações humanas perturbadas e conflituosas, os assédios morais ou sexuais. A convivência continuada com pessoas de temperamento instável, de tratamento desrespeitoso e agressivo tem sido uma mostra bem robusta e típica do fenômeno da acomodação. A pessoa vai assumindo uma atitude de tolerância, de aceitação, de subserviência ao agente ou ambiente nocivo. E tem-se então para ela, a vítima , uma condição de naturalização daquela relação, do ambiente hostil e de submissão ao agressor e condição de exploração.
Uma outra condição ou estado onde se constata o tão estudado fenômeno da acomodação refere-se ao processo de envelhecimento. Para tanto vamos imaginar que pudéssemos envelhecer uma pessoa em 10 anos de forma acelerada. O indivíduo iria para o seu leito, se ele adormecesse e acordasse 10 anos mais idoso que a noite anterior. Ao se olhar no espelho no dia seguinte, certamente que essa pessoa iria sentir profundamente sobressaltada pelas rugas e cabelos brancos a mais. Ou talvez até já sem cabelos (alvo). Um choque emocional e profunda tristeza.
Haveria, à semelhança da obesidade aguda um enorme pavor, uma crise aguda de depressão, muito sofrimento psíquico e necessidade imediata de tratamento psiquiátrico.
Por que o envelhecer lento e paulatino não causa nenhum espanto, nenhum sofrimento? Porque lenta, gradual e paulatinamente tem-se o tão protetor fenômeno da acomodação. E assim se dá com inúmeras outras condições na vida, nos ambientes de convivência humana. Basta um olhar atento às pessoas, à nossa volta  , e constatar o quanto muitas delas passam pelo fenômeno da acomodação, a que muitos chamam também de comodismo ou zona de conforto. E então fica esse enigma de nossa prodigiosa máquina cerebral . Acomodar ao que é bom, prazeroso, saudável,  tem até muita coerência e compreensão. Mas, vá lá entender por que acomodar ao que é tão nefasto e nocivo para a vida e para a saúde da pessoa . Julho /2019.  

Somos desiguais


DIVERSIDADE PESSOAL
João Joaquim  
É maravilhoso e fascinante quando pensamos na diversidade humana: e essa variação ou diversidade abarca todas as características da pessoa. Para mais justeza e veracidade até os gêmeos ditos “verdadeiros” são desiguais. Eles têm muita semelhança, muita simetria, muita paridade e homologia, mas não são exatamente iguais.
Nesse sentido, quando falamos em diversidade humana não estamos referindo apenas às diferenças morfológicas das pessoas. A alusão aqui é sobremaneira nos aspectos psíquicos, emocionais, nos sentimentos, no comportamento, na índole e caráter que compõem cada indivíduo. Em termos objetivos cada um é composto de uma parte física (soma, somático) e uma parte anímica. Feitas essas definições, por demais óbvias e sucintas, discorramos sobre essas características anímicas a que também chamaremos comportamentais ou a caracterologia do indivíduo.
Quando analisamos a característica comportamental do indivíduo levamos em conta uma influência constitucional a que também pode ser desdobrada em genética ou hereditária. Tem-se também uma parte pós constitucional ou adquirida. O  que se tem de aceito e científico é que a pessoa é o resultado de sua constituição genética (ou hereditária) e do meio ambiente.
O conjunto anímico ou comportamental de cada indivíduo guarda muita analogia com os animais irracionais. São os instintos biológicos comuns aos humanos e não humanos.
Esquematicamente, para mais fácil compreensão, dois são os comportamentos na formação do sujeito. Imaginemos uma pirâmide. Na parte inferior temos o que se chamam os instintos inferiores da pessoa, muito semelhantes a qualquer animal. Na parte de cima da pirâmide têm-se todas as características mais nobres, a alma, o espírito, a razão;  o que nos diferencia de animais inferiores não pensantes. Façamos agora considerações sobre o comportamento do indivíduo, tendo em conta sua relação com o meio ambiente. Quando se refere a meio ambiente abre-se um espectro bem amplo de possibilidades: família, sociedade global, escolas, contatos pessoas, nexos sociais, etc. 
Numa analogia ou paralelo com a constituição física. A anatomia e cada órgão ou tecido do indivíduo são muito refratários a mudanças. A constituição genética então é muito imune a intervenções das ciências. Assim também se dá com a esfera psíquica ou comportamental do indivíduo. São as inclinações ou tendências inatas que cada um traz de sua geração desde a fase embrionária.
Quando se fala na constituição psíquica, em comportamento, na parte anímica e caráter do sujeito poder-se-ia perguntar: o que é normal? O que é patológico? Quais são os limites do caráter do indivíduo?  São perguntas de quase impossíveis respostas dentro do espectro da interação da pessoa com o meio ambiente. Uma  influência muito marcante refere-se a todo o complexo e longo processo educacional. Educar é moldar, transformar e construir a pessoa humana. 
Para contextualizar , algumas questões podem ser postas. A educação, o modo de agir, o comportamento do indivíduo podem ser moldados, modificadas com educação? Sim. Um consistente exemplo se vê com os padrões e condutas éticas de cada pessoa. Basta ter em consideração que todos nascemos aéticos. A grande ética, como a pequena ética, a etiqueta são aprendidas. A criança é desprovida de ética. Por isso já recomendava Aristóteles, o filósofo : A ética deve ser ensinada e praticada com as crianças. Todos os profissionais que trabalham com áreas  humanas devem estar continuamente preparados em relações humanas, em lidar, ajudar, compreender e cuidar de gente. E muitas vezes de gente fora do prumo, do eixo, das balizas de normalidade.
As diferenças entre as pessoas nos quesitos comportamento, atitudes, caráter, respeito são muito díspares. As disparidades são flagrantes. Muitos são os tipos de pessoas perturbadas, folgadas, aproveitadoras e conflituosas. Às vezes, de relações civilizadas e harmoniosas impossíveis. Desses modelos o melhor e mais aconselhável é um afastamento lento, cuidadoso e sem discordar. Do contrário as discordâncias podem ser destrutivas e letais. Em cada família, tem sido encontradiços esses tipos de caráter , de pessoas folgadas e dissipadoras. O melhor é o isolamento dessas personalidades e sem piedade, do contrário elas nos engolfam, nos sufocam.   Julho/2019.