sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Andressa, médica UFMG

O CASAMENTO HIPOCRÁTICO DE  MINHA FILHA ANDRESSA DE SOUZA NEVES
João Joaquim  

 Uma das felicidades com que sonham os pais é a do casamento dos filhos. E esta felicidade é maior e mais magnífica quando é do casamento da filha. Aliás, é explicável. Quantos e quantos adjetivos se referem à noiva. Natural porque a mulher é de fato portadora de inúmeros qualificativos que faltam aos homens. Sensibilidade, encanto, sexto sentido, afabilidade, poesia, ternura. Enfim sobram adjetivações. No trato por exemplo dos compromissos afetivos e conjugais, alguém já ouviu falar em terno de noivo, gorro ou chapéu de noivo. Se for mulher, quantos adereços, perfumes,  bens ornamentais se destinam a elas, noivas. Vestido de noiva, véu de noiva, convite da noiva, noivado (da noiva). Ao ouvir o termo noivado, qual lembrança vem logo ? Claro que ela, a noiva. O noivo vem depois como mero acessório.
Basta parar e refletir sobre o papel e os  rituais esponsalícios. Tome como exemplo a celebração religiosa. Alguém presta atenção na entrada do noivo na igreja ?  Só se ele atrasar ou cometer alguma gafe ou deslize na hora do sim. Tudo e todos os olhares, câmeras e filmagens estão voltados para ela, A Noiva.  O vestido, o véu, o buquê de flores, suas maquiagens , adereços e sua expressão de felicidade. Não remanesce controvérsia de que casamento parece uma convenção e celebração feminina. Basta um olhar mais atento e considerar que até os padrinhos e madrinhas, as crianças acompanhantes  que fazem o séquito da noiva adquirem signos e cores diferenciadas. Tudo voltado para ela, símbolos e signos da feminilidade.
Eu, de minha parte quando fui casar e receber a minha ex-noiva (Sandra Regina Araújo), hoje minha esposa, guardo vivamente essas imagens. Ela toda bela, airosa, elegante, entrando com todo aparato na igreja e o aqui mero figurante lá atrás nas fileiras dos presentes , praticamente anônimo. Nesse quesito foi até reconfortante, dado que sou mais tímido e recatado.
A questão é que a tradição dos casamentos tem mudado. Hoje não se casa tanto ornamentalmente e majestosamente  como antigamente. As celebrações, os ritos e os arranjos conjugais vêm se modificando. E é compreensível considerando a evolução, os avanços tecnocientíficos , e nesse rol entram também as modificações do comportamento das pessoas, das famílias;  inseridos que estamos na chamada hipermodernidade, era digital, tempos da hiperconectividade e da comunicação instantânea.
Neste janeiro de 2019 eu estou desfrutando da felicidade do casamento de minha filha. Tenho  dois filhos, a primogênita, Andressa e o caçula, Gustavo. Minha filha está me proporcionando a 2ª  maior felicidade, depois da felicidade de seu nascimento. De forma sumária, eu explico como foi esse arranjo nupcial.
Tudo se iniciou com um flerte e vocação natural, um namoro e noivado de 6 anos e a conclusão do enlace conjugal. Antes de revelar o noivado e a união conjugal, aliás estabilíssima, eu conto um pouco de sua infância.
Lá pelo ciclo maternal, 4 anos, 6 anos, 8 anos de idade um dos brinquedos ou mimos de Andressa eram suas bonecas. Com esses objetos humanos ela já instintivamente se fazia passar por babá, por mãe e não raro se representava como médica das próprias bonecas. Nisso pode-se concluir que a natureza é sábia e não faz nada por acaso e por saltos. Ela, aos poucos vai nos mostrando os seus desígnios, a que fomos destinados. Caprichos de nossa existência.  
O primeiro grau se fez no Colégio Agostiniano ; o  segundo grau no colégio WR Goiânia. Dessa fase do ensino fundamental, A Andressa traz construtivas reminiscências, marcas das melhores amizades feitas com colegas de ensino e de seus professores.
No ensino fundamental a Andressa já tinha decidido o alvo de seu principal namoro. A Medicina. Ou seja seu noivado e casamento com a profissão médica já tinham prenúncios na idade das bonecas. Tudo se fez de forma natural. Aos 24 anos de idade ela se graduou (casou) em Medicina pela UFMG –Belo Horizonte MG, em dezembro/2018.
Comparativamente a Medicina se equivale a um noivado e casamento;  uma união conjugal das mais estáveis e duradouras. Pensem bem! Quantas separações e divórcios se dão entre os casados tradicionais ? A chance do médico ou médica se divorciar da Medicina é quase zero. Este sim ! Pode ser considerado um SIM dos mais leais e fieis ,  até que a morte os( profissional e a Medicina) separe.
 Todo enredo desse estável e fidelíssimo casamento se dá assim: Primeiro o (a) jovem tem atração pelo curso. Pede-se então  a mão (consentimento) à universidade via  vestibular ou ENEM. Aceito a relação afetiva (aprovação) inicia-se o namoro. E os primeiros anos constituem de fato um namoro, uma confirmação do amor e afetividade entre o aluno (a) como namorado(a) dessa Arte e Ciência do cuidado da saúde, do bem estar e da vida das pessoas.
Passados os quatro primeiros anos, vêm o 5º e 6º anos, que representam o noivado. Períodos em que os alunos iniciam a fase mais importante do curso. É o contato com as disciplinas de forma prática e com o atendimento aos doentes. Aqui pode-se afirmar que a relação não tem volta. Todos já se sentem meio médicos.
A Medicina em tudo se assemelha ao casamento quando dos rituais da formatura. Até mesmo com os convites aos escolhidos para as cerimônias e baile final. Têm-se a missa com os formandos e familiares, a sessão de colação de grau com a entrega dos diplomas e por último  a grande festa com o baile dos formandos e convidados.
E não esqueçamos que o casamento entre formandos com a Medicina tem o registro no civil, que é o registro no Conselho Regional de Medicina. Tudo a ver. E justiça seja feita, diferente do casamento entre pessoas, tanto o jovem como a jovem médica, recém casados, terão direito e dever de trajar a mesma indumentária, por exemplo roupas brancas. Como o popular jaleco. Esses acessórios de cor branca, são como véu da noiva ou bata de branco para o noivo. 
Por isso minha felicidade e orgulho de participar e ser pai de uma filha médica;  minha herdeira na profissão , Dra Andressa de Souza Neves. A ELA, declaro casada com essa das mais belas profissões, A Medicina; a Ciência e a Arte do cuidado e amparo às pessoas que de alguma forma padece de algum mal, seja este da alma ou do físico.  Parabéns minha filha ,  por me produzir tão grande realização, contentamento e felicidade. Janeiro/2019

com-viver

Os    SEGREDOS DE UMA BOA  CONVIVÊNCIA
João Joaquim 


Com as mídias digitais e as redes sociais vivemos em uma atmosfera social com um intenso e intrusivo patrulhamento do comportamento das pessoas. A internet e todos os seus recursos vieram com esse poder, essa força de vigilância, de crítica e devassa social. E para ser justo, bem justo mesmo, as próprias pessoas ao se exporem  em demasia em suas páginas virtuais é que permitem e dão azo a que outras pessoas, na maioria das vezes desocupadas e vazias façam essa implacável vigilância e patrulha.
Sempre que escrevo e comento sobre as plataformas digitais, com suas ubíquas redes sociais, vêm-me à lembrança uma consideração do semiólogo, filósofo e crítico Umberto Eco (1932-2106). Perguntado pela jornalista Ilze Scamparini( Globo News) sobre a internet, o grande escritor italiano não titubeou: as redes sociais dão direito à palavra a uma legião de imbecis. E continua o entrevistado, “antes eles falavam em algum bar após uma taça de vinha e a conversa morria ali. Agora não, agora eles têm voz e vez”.
 E é isto mesmo. Conforme Eco, muitos têm direito à palavra como um prêmio Nobel. Os usuários da internet, na maioria esmagadora, constituem  um grande rebanho de pessoas sem outros objetivos maiores e mais nobres na vida. Esses recursos da Internet,  para elas, permitem a que façam as interações com o mesmo mundinho que as caracterizam; todos se encontram no mesmo vácuo , nas mesmas frívolas e insossas atividades. Nada fazem, nada produzem, existem num eterno far-niente.
A questão do patrulhamento e da vigilância digital traz-nos no bojo do mesmo tema outras questões das relações sociais que são as referências, as considerações, as titulações, as adjetivações, os apelidos, as apreciações sobre as atitudes e condutas das pessoas, o seu caráter;  e num grau extremo até os insultos que que são trocados. E trocados porque quase todos, insultados e insultadores pertencem ao mesmo jaez, à mesma tribo social.
Quando alguém recebe uma consideração, um comentário sobre si vindo de terceiros, sejam pessoas “amigas”, seja de alguém do ciclo de inimigos, a primeira reação deveria ser esta indagação  : trata-se de uma inverdade, de uma fofoca? Ou ao contrário: esse comentarista está se referindo a alguma característica de fato verdadeira? Um comportamento, atividade ou ato que cometi fora dos padrões sociais? Ora, se for isso necessário se faz uma adaptação. A abelha deve voar e se comportar conforme a ânimo e regras da colmeia, do contrário elas podem ser picadas pelas próprias companheiras.
Dentro dessa análise, como alvo desses comentários, adjetivações ou apelidos entram por exemplo referências étnicas, preferência sexual, cor da pele, etc. Nesses termos, conforme os objetivos e tom do insultador, estamos diante de um crime e necessário se faz gerar um boletim de ocorrência policial e denúncia ou queixa crime no ministério público.
Em suma aquilo que as pessoas dizem a nosso respeito pode ser uma verdade incontestável com a qual eu tenho que conviver. A análise também aqui deve levar em conta o objetivo desse comentarista, dessas considerações e características a mim endereçadas.
Nesse sentido, o tom, a intensidade desses títulos e atribuições. Mais do que  isto , a finalidade dessas atribuições. O inteiro teor, o objetivo desses comentários devem ser levados em conta. Até mesmo quando alguém nos dirige algum insulto, seja ele de que magnitude for, deve-se de forma civilizada e ponderada avaliar os termos empregados. E então de forma educada, polida, e  civilizada responder à altura a esse insultador ou impostor(a).
Há um princípio que afirma: “o insulto só funciona se você beber o veneno”. Assim devemos reagir quando alguém nos fizer alguma referência com intenção de nos irritar, nos desequilibrar ou tirar a nossa calma, a nossa civilidade. De sorte que fica claro que ao receber um veneno, ele só me intoxicará ou fará mal se eu o ingerir. Tomemos alguns exemplos da vida cotidiana.
Se alguém olha para você e o  qualifica de careca, de gordo, de baixinho, de velho, de pé-rapado ou gay. Nesse instante, você deve certificar se  se de fato trata de um atributo falso ou verdadeiro. Nessa circunstância os especialistas em comportamento humano aconselham como reagir. Como exemplo:  Se for um atributo falso e não injurioso ou não preconceituoso. O que revela esse comentário? Nada mais do que a dor moral ou inveja do insultador. Sua frustração, seus distúrbios adaptativos de sociabilidade. Nada além disso. Pode-se  tratar de uma pessoa perturbada e desequilibrada que merece o nosso desprezo. Só isso.
Como fecho desta matéria o que se deixa como dicas para qualquer um de nós é a busca de uma convivência pacífica e civilizada. Cada um de nós deve ter uma cartilha ou código de conduta nas relações sociais e referências ao outro.
Fazer comentários e considerações a respeito de quem quer que seja pode se tornar uma fórmula de inimizade e intolerância das mais biliosas.
Cada pessoa tem o estilo de vida e as escolhas e gostos ao seu sabor, de acordo com os seus valores, sua educação, cultura e formação escolar. Comentar que tal mulher ou jovem escolheu casar para ter um maridão que tudo patrocina para a esposa, que tal opção foi golpe do baú, pode ser a fórmula certa para ódio  , antipatias e muita inimizade. O que temos com isso?  Cada qual que ouça e enxergue conforme sua audição e visão. Inclusive quem está de seu próprio lado.  Janeiro/2019.         
João Joaquim - médico - articulista DM   facebook/ joão joaquim de oliveira  www.drjoaojoaquim.blogspot.com - WhatsApp (62)98224-8810