quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

MARgarina


MARGARINAS OU ...

No Brasil, um hábito cotidiano e muito popular é o pingado, mistura de leite com café, e um pão francês – seja na chapa, quentinho ou mesmo fresquinho.
Quem não gosta daquela manteiga ou margarina derretida no pão quentinho?
A manteiga e a margarina são paixões nacionais. Hoje em dia começam a rivalizar com o requeijão, mas ainda ganham em quase todas as padarias de norte a sul. São também ingredientes muito presentes no café da manhã em diversas preparações, como bolos e massas. Você sabe quais são suas principais diferenças?
Gorduras
A primeira diferença que se destaca entre as duas é a composição de seus nutrientes. Ambas são ricas em gorduras, porém a manteiga contém colesterol e uma quantidade maior de gordura saturada. Já a margarina tem maior teor de gordura insaturada em sua composição e, por ser um produto de origem vegetal, não possui colesterol.

Produção

A manteiga é feita a partir da nata (creme) do leite, ou seja, é um produto de origem animal. É batida até que se forme um creme homogêneo e pode ser feita em casa. Já a margarina é produzida a partir do óleo vegetal, por meio de um processo chamado hidrogenação, que transforma o óleo de líquido em sólido. Depois desse processo, são adicionados outros produtos para ajudar em sua composição final, como os aditivos.

Nutrientes

A manteiga possui mais minerais, como cálcio e magnésio. No entanto, a quantidade de vitaminas acrescidas à fórmula costuma ser menor. As mais utilizadas são as vitaminas lipossolúveis, que podem ser adicionadas na formulação das margarinas, melhorar sua composição alimentar – e também para dar uma reforça no marketing do produto. Em relação ao sódio, o famoso sal combatido, quando em excesso, por todos os profissionais de saúde, deve-se ficar atento ao rótulo. A descrição da quantidade desse composto é obrigatória nos produtos e varia de marca para marca.
Verifique sempre as informações do rótulo e fique atento às diferenças. Seja margarina ou manteiga, lembre-se que o valor calórico é elevado, muito mais que o açúcar ou a proteína. E não se esqueça que qualquer uma das duas deve ser consumida com moderação.
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MACONHA. Uso médico


Canabidiol: como o composto da maconha virou terapia de doenças

A história começou com a degustação de um bolo com o composto entre amigos

Em 1963 o bioquímico israelense Raphael Mechoulam isolou e elucidou a estrutura química do Canabidiol (CBD), um dos componentes da maconha, nome popular da ploranta Cannabis sativa. No ano seguinte, ele conseguiu fazer o mesmo com o Δ9-tetrahydrocannabinol (THC) e com vários outros compostos canabinoides. Até então, não se sabia qual dessas substâncias era a responsável pelos efeitos típicos induzidos pelo uso da maconha.
Dessa forma, esse pesquisador resolveu fazer um experimento tão simples quanto inusitado. Chamou na sua casa um grupo de amigos que foram encarregados de comer um pedaço de bolo preparado pela sua esposa (no documentário, “The Scientist” de Zach Klein, Mechoulam diz não lembrar qual era o sabor do bolo). Metade dos seus colegas comeu um pedaço com um dos compostos e enquanto a outra metade degustava o bolo sem nenhuma substância. Em um desses “experimentos” Mechoulam pôs o CBD e… nada! Ninguém sentiu nenhum efeito. Porém, outro dia, quando ele colocou THC, os amigos que comeram uma fatia com esse composto (incluindo sua esposa) apresentaram todos os efeitos típicos da droga. Ficaram “chapados”! Neste simples experimento “científico-gastronômico”, descobriu-se assim qual era a substância responsável pelos efeitos associados à maconha.
Ao longo de mais do que 10 anos a partir daqueles experimentos, achava-se que o CBD era um composto inativo, sem nenhuma ação específica. Porém, no início da década de 1970, um grupo brasileiro liderado pelo brilhante pesquisador Elisaldo Carlini descobriu ( primeiro em animais, em 1973 e depois em humanos, em 1980) que o CBD tinha efeito antiepiléptico. Essa foi a primeira ação farmacológica descrita do CBD, mas que ficou “adormecida” por muitos anos.
Curiosamente, apenas mais recentemente, os casos de crianças com quadro de epilepsia refratária, que recentemente ganharam notoriedade na mídia por terem melhorado com o uso do CBD, reforçaram essas observações pioneiras.
Vários pesquisadores que fizeram parte deste grupo trouxeram grandes contribuições na pesquisa com o CBD. De modo especial, o cientista Antonio Zuardi da USP de Ribeirão Preto e seus colaboradores colocaram o país na vanguarda nas pesquisas sobre o potencial terapêutico dessa substância e de outros derivados. Pesquisas com o CBD na doença de Parkinson, ansiedade, depressão, esquizofrenia e distúrbios do sono, entre diversas outras condições, demonstraram resultados promissores.
Recentemente, o CNPq aprovou a renovação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina (INCT-TM), agora contando com 8 centros e 18 sub-centros de pesquisa espalhados pelo Brasil e exterior. Sob a coordenação dos professores Jaime Hallak (FMRP-USP) e Flávio Kapczinski (UFRGS), o INCT-TM já está recebendo recursos diretos que deram início a uma das maiores iniciativas mundiais integrando a pesquisa básica e clínica com o CBD, com outros canabinoides e com outros compostos com potencial terapêutico.
Finalmente, em uma arrojada parceria entre a Universidade de São Paulo e a indústria farmacêutica Prati-Donaduzzi será construído o Centro de Pesquisa em Canabinoides da FMRP-USP (com o prédio já em fase de licitação) e será realizado já em 2017 um amplo estudo clínico do CBD em grau farmacêutico (coordenado pelo Prof Zuardi e já aprovado pelo CEP (https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT02783092) com mais de 120 crianças e adolescentes com epilepsia refratária.
Esperamos que os achados desse e de outros estudos colaborativos possam levar rapidamente à transmissão de todos esses conhecimentos para a sociedade, na incansável busca da redução do sofrimento e na melhora da qualidade de vida de pacientes e familiares de portadores de diversas doenças e transtornos.
Observação 1: Durante um jantar em uma das minhas visitas ao professor Mechoulam em Jerusalém eu questionei sua esposa, Sra. Dalia, se ela lembrava qual era o sabor do bolo dos “experimentos” iniciais com os canabinoides. Ela me respondeu:
– É claro, era de chocolate! Talvez esse tenha sido o primeiro brownie de maconha da história….

domingo, 18 de dezembro de 2016

REMÉDIOS ...

Quando tomar remédios

 (ou não)

Os brasileiros estão consumindo remédios de que não precisam e

 deixando de usar aqueles de que têm

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Uma coisa é certa: o brasileiro detesta tomar remédios. No Brasil, uma de cada três receitas médicas sequer é aviada e vai parar na gaveta ou no lixo. Se a prescrição contém mais de três medicamentos, raras vezes são adquiridos e consumidos na totalidade, mesmo se forem gratuitos. Entre os portadores de doenças crônicas – como hipertensão, diabetes, colesterol elevado, insuficiência cardíaca e arritmias – menos de 20% estão controlados no país, principalmente devido à não adesão ao tratamento contínuo.
Por outro lado, cresce absurdamente no Brasil o consumo de suplementos, vitaminas, hormônios e compostos ditos naturais, comprados sem recomendação médica, para os quais não existem comprovações de eficácia, ou há claras evidências de que são inócuos e alguns até nocivos à saúde.

Ciência para viver mais e melhor

Os brasileiros estão consumindo remédios de que não precisam e deixando de usar aqueles de que têm necessidade. Embora ninguém goste de tomar remédios, utilizá-los é a única forma de se beneficiar dos avanços da ciência para a cura ou controle das doenças e preservação da saúde.
As causas da não adesão às recomendações médicas são muitas, incluindo o custo dos remédios, efeitos colaterais, mas principalmente mitos e crendices. Em geral, homens temem a disfunção sexual e mulheres receiam engordar, mesmo que os remédios nada tenham a ver com isso.
O fato é que, entre as doenças cardiovasculares, não fazer o tratamento adequado pode determinar uma redução na expectativa de vida de dez ou mais anos.
Enfim, em relação aos males para os quais não há remédio, todos se queixam, mas quando existe tratamento eficaz para uma doença, poucos o utilizam.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

COLESTEROL ALTO E...

                            

                      DIETA PARA OBESIDADE/ COLESTEROL -
    Regras indispensáveis para uma dieta saudável e eficaz:
1.      Dieta não significa passar fome, apenas mudança  do estilo de vida e qualitativa dos alimentos
2.      Não compre nada fora  da lista recomendada, o acesso ao alimento leva ao consumo exagerado
3.      A dieta deve ser familiar. Todos devem compartillhar, se possível e indicado, o mesmo cardápio
4.      Não tenha vergonha de dizer onde quer que esteja que não consome tal alimento, a saúde é sua
5.      A dieta nunca deve ser transgredida, seja em casa alheia , festas ou  férias/finais de semana
6.      Procure exercer um papel educativo com os seus familiares e filhos com uma dieta saudável
7.      O peso flutuante( emagrece/engorda) pode ser pior para a saúde do que a própria obesidade
8.      Atividade  física é fundamental. Procure exercitar , no mínimo 30 min  dia sim/dia não
9.      Consulte o rótulo e fórmula dos alimentos, compre os com baixo  teor de gorduras/calorias
10.  Não use  açucar, é excesso calórico. Evite adicionar sal aos alimentos, faz mal ao coração 
e à pressão

Bebidas Naturais

À vontade
Água de côco
Café/chás
Refrigerantes
Sucos naturais

Bebidas alcoólicas

Opcões 1 copo/dia
Cerveja
Vinho branco/tinto

 

Gorduras/Óleos

Azeite de oliva
Creme vegetal
Margarina
Óleo de girassol
Óleo de milho
Óleo de soja

Óleo de canola


Condimentos

A gosto

Pimenta do reino

Alho
Limão
Salsa
Cebolinha
Vinagre
Molho de pimenta
Orégano
Queijos 100gr/dia
Queijo fresco
Ricota ou cotage
Mussarela seca

Legumes/verduras

À vontade
Abóbora
Agrião
Alface
Almeirão
Berinjela
Beterraba
Brócolis
Cebola
Cenoura
Chuchu
Couve-flor
Espinafre
Pepino
Pimentão
Quiabo
Rabanete
Repolho
Tomate
Vagem
Cereais 100g/dia
Arroz
Feijão
Aveia
Grão de bico
Farinha de madioca

Pães 100gr/dia

Pão de forma

Pão de centeio
Pão francês
Pão integral
Pão italiano
Pão sírio
Torradas

 

Sobremesa

Gelatina
Frutas cítricas

Peixes

Substitui carnes brancas

Pescada
Linguado
Salmão
Cação
Tainha
Bagre
Outros
Carnes Brancas
100 gr/dia sem pele
Carne de carneiro
Peito de frango
Chester
Peru
Carne de coelho
Carne de peixe
Carne de soja

Frutas  À vontade
Abacaxi
Ameixa
Maracujá
Caju
Uva
Melão
Kiwi

Laranja

Limão
Maçã
Tangerina
Melancia

Com moderação

Mamão
Manga
Goiaba
Bananas não fritas

Laticínios  200ml/dia

Iogurte natural
Iogurte desnatado
Leite desnatado
Coalhada

Ovos

Somente a clara

 

Proporções /dia

50% vegetais/frutas
30% cereais/grãos
20% laticínios/carnes

Motivação, vaidade, autoadmiração, saúde e um corpo belo e saudável são fatores-chaves do sucesso em tudo na vida.  Fome e apetite devem ser instintos do organismo para sobrevivência saudável e feliz  nunca  ímpetos para orgias alimentares ou fuga para nossas angústias e frustrações.  A pessoa  é um ser racional e civilizado  , devendo  subjugar seus instintos e impulsos à razão.



quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

A PAIXÃO COMO DOENÇA

O QUE NOS ENSINA A MORTE DE UMA EQUIPE DE FUTEBOL ?
João Joaquim

Movido e impelido pelo sinistro da equipe de futebol da chapecoense, nas cercanias do aeroporto de Medelim, com o avião de Lamia eu pus-me a algumas reflexões. O avião, por falta de combustível, caiu nas montanhas; foram 71 mortos, 6 sobreviventes. Dos mortos, 19 eram jogadores da chape.
O valor de qualquer esporte . A expressão mais elementar que os homens deveriam ter do esporte, o futebol como modelo, é ser essa atividade voltada no sentido de educar o indivíduo, tornando-o um cidadão melhor do corpo e da alma e não um indivíduo melhor em ganhos salariais vultosos e contratos milionários. O que se vê cobiçado entre os atletas e cartolas é isso. Lucros, lucros e acúmulo de dinheiro. Para tanto entra em campo e nos bastidores o princípio do vale tudo ,como se os gramados fossem um octógono do dantesco e sangrento UFC, nossas lutas do coliseu moderno.
Ao que temos assistido do futebol é isto. Todas as partidos parecem rinhas de galo ou touradas. Tanto entre os competidores como nas torcidas. Tudo lembra praças de uma guerra fraticida. Nesse macabro cenário entra um terceiro componente: o papel das redes de televisão que lucram também milhões (único interesse) nesse esporte que se tornou tão popular. A rede globo, por exemplo se tornou a única transmissora de jogos das séries A e B e da seleção brasileira.
As cenas de hostilização, de rejeição, de discriminação, de guerra mesmo, começam entre os profissionais dessa emissora para os quais valem todas as atitudes e agressões físicas e morais a atletas de uma seleção da Argentina pelos simples e único fato de eles jogarem tão bem ou melhor do que os craques brasileiros.
O que resulta do exposto em uma palavra é muita negatividade de um time contra o outro, notadamente se são duas equipes de duas nacionalidades. Excesso de energias e ânimos negativos trazem a ideia diabólica do caos, de destruição, de morte. Exatamente contrário ao espírito originário da ginástica, da educação física( palavras de Platão) e modernamente do esporte, como o futebol. O que deveria prevalecer numa competição qualquer? Ora, pois, basta entender que se uma equipe A (de Argentina) compete com a B (de Brasil) não significa uma disputa fraticida, de aniquilamento ou menos valia do perdedor. Se ganhou o B ou A é porque naquele momento o vencedor se preparou melhor e fez jus à vitória, como aliás, vale para toda atividade na vida. Simples assim! Movidos pela ganância de audiência e por lucros e mais lucros entram em cena os cartolas, os patrocinadores. A vitória e títulos são tudo que lhes interessa. Daí surgem todos os expedientes ilícitos, imorais, criminosas , de suborno de árbitros em busca do fim, lucros e imagem de melhores do mundo e superioridade.
Uma outra reflexão que trago à baila refere-se à questão das reações das pessoas frente à morte. Não parece, mas tem relação com o esporte. Todos vivemos uma vida de imortalidade. Viver como se imortais fôssemos faz parte de nossa vocação para a felicidade. Trata-se de um instinto de sobrevivência.
Essa sensação de vida eterna é até saudável e proveitosa. Nós só tomamos conhecimento da finitude da vida frente à ameaça da ruptura desse limite, dessa passagem e interface. A doença, ou um acidente representa essa ameaça. O fio pode se romper, a armadura pode-se quebrar. Daí emergem a consciência, a fobia e a lembrança de que estamos em risco. As mortes nos esportes não são incomuns. Alguns trazem mais risco. Formula 1, motociclismo, pugilismo.
Por que a morte súbita ou acidental de um atleta causa mais impacto e comoção? Primeiro porque ele torna um personagem admirável com muitos fãs. Segundo, porque ele encarna uma figura meio mítica e invulnerável. A morte de uma criança, de um jovem, de um atleta é sempre mais dolorida e capaz de muita tristeza e inconformismo? Por que esse atleta ? Justamente ele que mostrava ter mais vida e resistência a esse evento tão difícil de suportar.
Por último falo de amor e paixão. E tais sentimentos têm liames com o esporte. Esporte e saúde, esporte e vida, esporte e morte, esporte e paixão. O que têm a ver essas condições, atividades e estados sentimentais?
Se buscarmos em todas as fontes de sabedoria estão lá os desígnios e origens por exemplo do amor. Seja Eros, o deus grego do amor; ou o cupido romano. Eles tinham a função de uma força cósmica de fecundação e multiplicação. Assim também é tratado a amor em muitos ramos da filosofia e mesmo entre as religiões. A construção e mantença da vida se faz com amor. Assim também o é com outros laços que se estabelece. Daí o amor à própria vida, a natureza, ao que eu construo e faço como pessoa. Eu devo estabelecer amizade, simpatia e amor com múltiplas coisas, seres e atividades. Todavia com alguns condicionantes: que esse(s) sentimento(s) sejam moderados, regidos por razão e consciência. Com a firma e lúcida noção de que o objeto de meus sentimentos não tem garantida de eternidade. Namoro e casamento acabam , meu time nem sempre ganha, nós somos mortais, meu bichinho morre, minha referência pode morrer.
Assim temos enfim a paixão. O que seria esse sentimento? Na origem temos o grego passio ou o grego pathe, cujos significados eram sofrimento, suplício, doença. Do radical surgiram por exemplo patologia, estudos das doenças. Daí psicopatia e encefalopatia. Não impropriamente a semântica trouxe um sentido patológico a qualquer “ amor desmedido e irracional “, paixão. Amor cego, desvairado e neurótico a alguém, a um objeto ou time de futebol.
Daí vem os riscos de um namoro, um casamento, uma atração, ou admiração por uma equipe de esporte. Na separação ou derrota e outras perdas o sofrimento psíquico e moral são enormes. Necessário se faz um processo educacional com as crianças e adolescentes. Em todos os vínculos afetivos ou de amizade ou de admiração a outra pessoa, a uma equipe de esporte, a um animal. Que seja amizade ou amor. Que seja um vínculo de admiração como numa “torcida” pelo time A ou B. Mas, com essa firme noção, o que excede a esses sentimentos pode se transformar numa condição semântica patológica vulgarmente chamada paixão. Quer estado mais sofrido, mas mórbido, mais angustiante , mais excruciante do que foi a Paixão de Jesus Cristo? Dez/2016.