segunda-feira, 3 de abril de 2017

EXERCÍCIOS


A prática de esportes e exercícios físicos a cada dia se torna um hábito mais frequente. As vantagens deste hábito são incontestáveis. A compleição física, a resistência orgânica às diversas agressões do meio externo, e mais que isto, a qualidade de vida dos desportistas é significativamente superior quando comparada com pessoas mais sedentárias.
Todavia, a prática de esportes geralmente se dá sem uma prévia avaliação médica das condições de saúde, sobretudo do aparelho cárdio-vascular. Não quer dizer com isso que exista alguma condição que inabilite alguém de praticar esportes, em verdade o que há é inadequação de exercícios físicos para certas pessoas, portadoras de algum fator de risco e/ou condição patológica( ex: hipertensão,  fumo, colesterol alto,  arritmias, obesidade).

FATORES DE RISCO

OBESIDADE- Hoje reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como doença altamente prevalente, tem alto índice complicações cardio-circulatórias. Todo obeso que queira iniciar a prática de esportes deve fazê-lo de forma gradativa e se possível com prévia orientação médica. Enfatiza-se a prática de exercícios físicos neste grupo, uma vez que é medida terapêutica importante na sua profilaxia e tratamento.
TABAGISMO - No âmbito esportivo o fumo representa grande fator de risco, pelo seu envolvimento nas doenças cárdio-vasculares e pulmonares (hipertensão arterial, insuficiência coronariana, infarto agudo do miocárdio, doenças obstrutivas de artérias de membros inferiores, enfisema, asma, bronquite, câncer pulmonar etc).
ALCOOLISMO - O uso vicioso e abusivo do álcool é também condenável pelas suas implicações nas doenças cárdio-vasculares, gastro-intestinais e neurológicas.
ATLETAS DE FINAIS DE SEMANA - É prática muito comum as pessoas praticarem exercícios físicos apenas nos finais de semana. Sabe-se que a prática de exercícios físicos para ser benéfica deve ser realizada pelo menos 3x/semana, de forma qualitativa e quantitativamente ideal.
FAIXA ETÁRIA - Os idosos acima de 65 anos devem ter cuidados especiais na prática de exercícios físicos. Além de grau avançado de arterioesclerose, eles têm menor reserva cardíaca e representam as pessoas de maiores riscos quando submetidos ao estresse do esforço físico. É boa norma que os idosos façam exercícios físicos moderados tipo caminhadas, movimentos articulares em séries, natação recreativa, terapia ocupacional (artesanato, criatividades intelectuais, jogos de memória etc). Todas essas práticas visam sobretudo manter boa tonicidade muscular, aumentar a reserva miocárdica, melhorar o fluxo sanguíneo aos tecidos e evitar a rigidez das articulações.

DOENÇAS CÁRDIO-PULMONARES e EXERCÍCIOS FÍSICOS

HIPERTENSÃO ARTERIAL - Cerca de 10%-20% das pessoas são hipertensas e a maioria destas sem sintomas. Apesar de silenciosa, a hipertensão é de altíssima morbi-mortalidade. Não há contra-indicações de exercícios físicos no portador de hipertensão arterial  desde que convenientemente tratado, aliás a prática de esportes é até recomendável como medida terapêutica. No entanto, vale ressaltar que as pessoas hipertensas sem controle terapêutico, na vigência de exercícios físicos vigorosos, correm sérios riscos de vida, principalmente se essas pessoas são também portadoras de alguma malformação vascular cerebral tipo aneurisma, doença coronária silenciosa, podendo nessas condições ter até um derrame cerebral fatal.
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO - Não contra-indica exercícios físicos, sendo até medida de reabilitação cárdio-vascular. A prática de esportes no entanto deve ser sob preconização médica.
DOENÇAS DE VÁLVULAS CARDÍACAS - (estenose mitral, estenose aórtica)- Estas lesões, na vigência de estresse de esforço físico, podem desencadear arritmias severas e distúrbios circulatórios com iminentes riscos de vida.
ARRITMIAS CARDÍACAS - (estrassístoles, bloqueios) - Merecem cuidadosa supervisão médica, principalmente se de causa chagásica, exigindo boa avaliação médica pelos riscos que representam.
DOENÇAS PULMONARES (asma, bronquite, enfisema) - Os portadores destas doenças têm na prática metódica dos exercícios físicos importante medida profilático-terapêutica, por melhorar as funções do aparelho respiratório. Para este grupo os exercícios físicos mais recomendáveis são os aeróbicos e a natação.
OUTRAS DOENÇAS - No diabetes, afastadas outras doenças graves e a idade avançada, a atividade física é importante medida terapêutica, por acelerar o aproveitamento celular da glicose, diminuir o nível sanguíneo do colesterol e a obesidade. Os epilépticos devidamente tratados são liberados para a prática de qualquer esporte, exceto os de grande risco (aéreos, corridas de carro etc).
Uma medida suplementar importante na prática de exercícios físicos é a orientação alimentar. Nossa dieta diária necessita de um número de calorias de acordo com nossas atividades e com nosso peso ideal. A obesidade mais frequente, a obesidade exógena, é aquela decorrente do excesso de calorias que ingerimos no dia-a-dia, se ingerimos muito e gastamos pouco (sedentarismo), a consequência natural é o acúmulo de tecido adiposo (obesidade).
Quanto à qualidade da dieta, ela deve conter 50% de glicídios, 35% de lipídios e 15% de proteínas. Entre os glicídios a preferência é por cereais integrais enriquecidos, leguminosas, verduras e frutas em geral. No grupo dos lipídios o ideal são os óleos vegetais e margarinas. Das proteínas, preferir as carnes magras (bovinas e de aves), peixes, ovos (sem gema), leites com baixo teor de carbo-hidratos e lipídios. Após os exercícios ao invés de bebidas alcoólicas tipo cerveja, ingerir sempre sucos naturais, por conter altos teores de vitaminas e eletrólitos, elementos bastante consumidos durante o estresse do esforço físico.
Em suma, são infinitas as vantagens dos exercícios físicos: melhora da estética corporal, redução da obesidade, melhora das condições cárdio-vasculares e pulmonares, melhora da utilização do oxigênio pelos tecidos, melhor adaptação do organismo ao estresse, maior capacidade laborativa, maior mobilidade das articulações, maior potência e resistência da musculatura, dilatação e hipertrofia da microcirculação miocárdica, aumento do diâmetro das coronárias (diminuindo com isto os riscos de aterosclerose e do infarto do miocárdio), redução dos níveis de colesterol, melhora da função do sistema nervoso autônomo e do psiquismo.

DR. JOAO JOAQUIM DE OLIVEIRA  Av. Z, 595 edf Clínicas St aeroporto /3 229-4447

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