A prática de esportes e exercícios físicos a cada dia se torna um
hábito mais frequente. As vantagens deste hábito são incontestáveis. A
compleição física, a resistência orgânica às diversas agressões do meio
externo, e mais que isto, a qualidade de vida dos desportistas é
significativamente superior quando comparada com pessoas mais sedentárias.
Todavia, a prática de esportes geralmente se dá sem uma prévia
avaliação médica das condições de saúde, sobretudo do aparelho cárdio-vascular.
Não quer dizer com isso que exista alguma condição que inabilite alguém de
praticar esportes, em verdade o que há é inadequação de exercícios físicos para
certas pessoas, portadoras de algum fator de risco e/ou condição patológica(
ex: hipertensão, fumo, colesterol
alto, arritmias, obesidade).
FATORES DE RISCO
OBESIDADE-
Hoje reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como doença altamente
prevalente, tem alto índice complicações cardio-circulatórias. Todo obeso que
queira iniciar a prática de esportes deve fazê-lo de forma gradativa e se
possível com prévia orientação médica. Enfatiza-se a prática de exercícios
físicos neste grupo, uma vez que é medida terapêutica importante na sua
profilaxia e tratamento.
TABAGISMO
- No âmbito esportivo o fumo representa grande fator de risco, pelo seu
envolvimento nas doenças cárdio-vasculares e pulmonares (hipertensão arterial,
insuficiência coronariana, infarto agudo do miocárdio, doenças obstrutivas de
artérias de membros inferiores, enfisema, asma, bronquite, câncer pulmonar etc).
ALCOOLISMO
- O uso vicioso e abusivo do álcool é também condenável pelas suas implicações
nas doenças cárdio-vasculares, gastro-intestinais e neurológicas.
ATLETAS DE
FINAIS DE SEMANA - É prática muito comum as pessoas praticarem exercícios
físicos apenas nos finais de semana. Sabe-se que a prática de exercícios
físicos para ser benéfica deve ser realizada pelo menos 3x/semana, de forma
qualitativa e quantitativamente ideal.
FAIXA
ETÁRIA - Os idosos acima de 65 anos devem ter cuidados especiais na prática
de exercícios físicos. Além de grau avançado de arterioesclerose, eles têm
menor reserva cardíaca e representam as pessoas de maiores riscos quando
submetidos ao estresse do esforço físico. É boa norma que os idosos façam
exercícios físicos moderados tipo caminhadas, movimentos articulares em séries,
natação recreativa, terapia ocupacional (artesanato, criatividades
intelectuais, jogos de memória etc). Todas essas práticas visam sobretudo
manter boa tonicidade muscular, aumentar a reserva miocárdica, melhorar o fluxo
sanguíneo aos tecidos e evitar a rigidez das articulações.
DOENÇAS CÁRDIO-PULMONARES e EXERCÍCIOS
FÍSICOS
HIPERTENSÃO
ARTERIAL - Cerca de 10%-20% das pessoas são hipertensas e a maioria destas
sem sintomas. Apesar de silenciosa, a hipertensão é de altíssima
morbi-mortalidade. Não há contra-indicações de exercícios físicos no portador
de hipertensão arterial desde que
convenientemente tratado, aliás a prática de esportes é até recomendável como
medida terapêutica. No entanto, vale ressaltar que as pessoas hipertensas sem
controle terapêutico, na vigência de exercícios físicos vigorosos, correm
sérios riscos de vida, principalmente se essas pessoas são também portadoras de
alguma malformação vascular cerebral tipo aneurisma, doença coronária silenciosa,
podendo nessas condições ter até um derrame cerebral fatal.
INFARTO
AGUDO DO MIOCÁRDIO - Não contra-indica exercícios físicos, sendo até medida
de reabilitação cárdio-vascular. A prática de esportes no entanto deve ser sob
preconização médica.
DOENÇAS DE
VÁLVULAS CARDÍACAS - (estenose mitral, estenose aórtica)- Estas lesões, na
vigência de estresse de esforço físico, podem desencadear arritmias severas e
distúrbios circulatórios com iminentes riscos de vida.
ARRITMIAS
CARDÍACAS - (estrassístoles, bloqueios) - Merecem cuidadosa supervisão
médica, principalmente se de causa chagásica, exigindo boa avaliação médica
pelos riscos que representam.
DOENÇAS
PULMONARES (asma, bronquite, enfisema) - Os portadores destas doenças têm
na prática metódica dos exercícios físicos importante medida
profilático-terapêutica, por melhorar as funções do aparelho respiratório. Para
este grupo os exercícios físicos mais recomendáveis são os aeróbicos e a
natação.
OUTRAS
DOENÇAS - No diabetes, afastadas outras doenças graves e a idade avançada,
a atividade física é importante medida terapêutica, por acelerar o
aproveitamento celular da glicose, diminuir o nível sanguíneo do colesterol e a
obesidade. Os epilépticos devidamente tratados são liberados para a prática de
qualquer esporte, exceto os de grande risco (aéreos, corridas de carro etc).
Uma medida suplementar importante na prática de exercícios físicos é a
orientação alimentar. Nossa dieta diária necessita de um número de calorias de
acordo com nossas atividades e com nosso peso ideal. A obesidade mais
frequente, a obesidade exógena, é aquela decorrente do excesso de calorias que
ingerimos no dia-a-dia, se ingerimos muito e gastamos pouco (sedentarismo), a
consequência natural é o acúmulo de tecido adiposo (obesidade).
Quanto à qualidade da dieta, ela deve conter 50% de glicídios, 35% de
lipídios e 15% de proteínas. Entre os glicídios a preferência é por cereais
integrais enriquecidos, leguminosas, verduras e frutas em geral. No grupo dos
lipídios o ideal são os óleos vegetais e margarinas. Das proteínas, preferir as
carnes magras (bovinas e de aves), peixes, ovos (sem gema), leites com baixo
teor de carbo-hidratos e lipídios. Após os exercícios ao invés de bebidas
alcoólicas tipo cerveja, ingerir sempre sucos naturais, por conter altos teores
de vitaminas e eletrólitos, elementos bastante consumidos durante o estresse do
esforço físico.
Em suma, são infinitas as vantagens dos exercícios físicos: melhora da
estética corporal, redução da obesidade, melhora das condições cárdio-vasculares
e pulmonares, melhora da utilização do oxigênio pelos tecidos, melhor adaptação
do organismo ao estresse, maior capacidade laborativa, maior mobilidade das
articulações, maior potência e resistência da musculatura, dilatação e
hipertrofia da microcirculação miocárdica, aumento do diâmetro das coronárias
(diminuindo com isto os riscos de aterosclerose e do infarto do miocárdio),
redução dos níveis de colesterol, melhora da função do sistema nervoso autônomo
e do psiquismo.
DR. JOAO JOAQUIM DE
OLIVEIRA Av. Z, 595 edf Clínicas St
aeroporto /3 229-4447
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