SUBVERSIVOS
E DETRATORES DA MEDICINA
João Joaquim
Nada nesse mundo se torna inútil
ou em vão. Até mesmo as tragédias, a morte, o luto e a luta de alguém, pode,
uma vez decorridas, trazer debates, lições e tornar redivivos alguns valores,
princípios e postulados para nortear as relações humanas. De tempos em tempos,
frente a uma tragédia coletiva ou pessoal, são postas à lume uma importante
disciplina de postura entre profissionais médicos, a Bioética, ou simplesmente
o código de ética médica (CEM).
Trata-se de matéria obrigatória
nos cursos de graduação de qualquer faculdade de medicina. Todos os estudantes
passam por aulas teóricas e mesmo “vivência prática” nos hospitais-escola.
Encerrada a graduação e se registrando no conselho, o agora inscrito recebe
novas preleções de ética e todo o código impresso daquilo que se pode e deve
fazer um bom profissional; bem assim os atos vedados ao bom e zeloso exercício
da profissão. Ou seja, o médico ainda que interiormente tenha alguma inclinação
ao ilícito, ao imoral, ao vício ou a desonestidade para com o próximo, ao
paciente enfim; ele (o médico) está ciente que estará sob interpelação
disciplinar, administrativa, ética (pelo conselho de medicina) e até penal
(ministério público).
Diante destas considerações torna-se
instigante a seguinte pergunta: por que apesar de receber uma formação
curricular, um treinamento durante no mínimo seis anos (duração do curso), uma
sessão de advertência no conselho de medicina (ao receber o RG do médico), o
médico ainda assim( felizmente são poucos casos) comete as mais indignas
infrações ao CEM? Por quê? É uma indagação , que acredito ressoa no meio
social, a cada atitude infracional ou penal de grande monta cometida exatamente
por quem deveria ter o compromisso maior, até porque é feito um juramento ,
emblematicamente cunhado hipocrático( homenagem a quem teve este primeiro
lampejo humanístico, o médico e filósofo
grego Hipócrates).
Aqui o meu parecer e minha ementa. São duas as
razões do mau comportamento desses maus profissionais.
A primeira(as), são razões
inerentes ao próprio indivíduo, ao próprio ser humano. Muita vez temos aí uma
deformação de caráter hereditário; isto é , trata-se de uma herança educacional, vem da
família onde esse médico se fez gente e pessoa e depois se formou em Medicina. Com
exceção, pode-se ter também uma questão genética mesmo. O indivíduo tem um transtorno
comportamental que o leva a ser um infrator, como pessoa, genericamente um
sociopata.
Porque a honestidade, a virtude e
a boa ética são valores aprendidos com os pais, com a família e com o meio social, inclusive com
as escolas de 1º e 2º graus.
A segunda razão. Decorrente da
primeira, tais profissionais não reúnem nenhum cabedal, pendor ou vocação para
cuidar de quem quer que seja. Muito menos de quem está enfermo, doente e
carente de zelo, compaixão, amor e tratamento digno e respeitoso. Neste caso
ele poderia ser um metalúrgico, um engenheiro, um matemático, um físico; menos um
profissional que lide com a vida, a dor
alheia, com a doença de outrem.
A Medicina, como bem preceituava
Hipócrates é um sacerdócio que exige sentimento de compaixão (se doer junto com
a dor alheia) , de respeito ao pudor, à intimidade e dignidade de quem estiver
sob os cuidados daquele profissional.
Lamentavelmente temos visto muitas deformações
quando se fala em formação médica. São degradações tanto das instituições que
foram surgindo como um negocio lucrativo, como os malformados médicos egressos dessas faculdades sem uma estrutura
física e corpo docente à altura da nobreza da profissão. A Medicina assim como
outras profissões da saúde , pelo que assistimos nas últimas duas décadas, têm se
tornado um mercado como outro qualquer,
pouco importando com os qualificativos e valores que deveriam serem impingidos
aos profissionais “formados”. O exercício escorreito, isento, virtuoso e de
“boa ética” tem se tornado exceções em nosso país.
No dia a dia, assim como em
tantas searas da vida, no social, no infracional e criminal, temos presenciado
no circulo profissional médico, inúmeras atitudes, condutas, comportamentos e
expedientes nada condizentes com os ditames da pura e virtuosa praxe
profissional. Este modesto escrito fala de carteirinha e fidedigno à melhor
Ética, a de berço, de família; considerando que já fora vítima de prolações,
picuinhas e inventivas difamatórios de ato a que não deu causa. O que é gravoso
e triste é que tais assertivas partiram de quem integrava comissão de ética médica. São fatos que no atual cenário
do Brasil passam até batidos.
A presente digressão e opinião foi motivada pela lamentável morte da
primeira-dama Marisa Letícia. À família
da qual emiti uma nota de pesar na minha fanpage. Cardiologia João Joaquim De Oliveira
LUTO
-Morre dona Marisa Letícia Esposa ex Lula Silva
Expresso meu sincero e
contrito pesar pela Morte de dona Marisa –
A morte de qualquer pessoa, se revela uma face de transe doloroso para os que ficam. Mas, faz parte da natureza humana. Do Húmus viemos, a ela tornamos . Nossos sentimentos sinceros
A morte de qualquer pessoa, se revela uma face de transe doloroso para os que ficam. Mas, faz parte da natureza humana. Do Húmus viemos, a ela tornamos . Nossos sentimentos sinceros
Os profissionais que vazaram
dados de seu prontuário do hospital Albert Einstein devem ser investigados e
punidos exemplarmente pelo CREMESP. Aqueles que emitiram opiniões caluniosas e
vilipendiosas merecem todos os rigores de punição ética e penal. No mínimo!
Todos esses, indistintamente,
maculam e ofendem os desígnios e postulados da Medicina. A profissão da
abnegação, do amor, do respeito e compaixão. Fora desse padrão, são muitos os
subversivos e detratores de tão nobre missão.
Fevereiro/2017.
João Joaquim - médico -
articulista DM facebook/ joão joaquim
de oliveira
www.drjoaojoaquim.blogspot.com - WhatsApp (62)98224-8810
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