OBESIDADE
MÓRBIDA
joão
joaquim
Mais uma
vez a temática da obesidade com sua lista de morbidades (fatores físicos e
fisiológicos de agravos à saúde). Se o excesso de peso se resumisse apenas à
mudanças da anatomia das chamadas partes moles, da silhueta pessoal, dos
diâmetros e anatomia do corpo, tudo encerrado. Mas, não e não mesmo. O aumento
do índice de massa gordurosa encerra̶ se em um espectro muito amplo de
graves fatores de risco à saúde, sobretudo ao coração e cérebro - infarto,
derrame cerebral e morte súbita.
Retrato
do descontrole, zona de conforto e resiliência de portadores de obesidade
mórbida. Cena real. MLS 52 anos, sempre obeso, atingiu o IMC de morbidez ou
alto risco. Foi orientado pelo endócrino à cirurgia bariátrica. Paciente
passou pela equipe multiprofissional antes e pós operatório. Foi reiteradamente
instruído a ter aderência à chamada reeducação alimentar. Nos primeiros meses
se mostrava um paciente exemplar e resignado às mudanças propostas. Passados
dois anos um reencontro numa confraternização gastronômica. O mesmo biotipo
adiposo ou até maior peso de antes da bariátrica. Espanto!
̶ Uai
Sr. MLS, o que lhe sucedeu, o senhor não tinha submetido a procedimento para
emagrecer ?
̶
Ah, sim, verdade, mas não deu, ganhei tudo de novo. Tinha perdido uns 40, agora
estou com 160.
Melhor
explicado, o sujeito tinha 150 kg antes do procedimento redutor de peso.
Não se controlou nas compulsões e voltou a 160 kg de peso corporal. Um
superavit de 10 kg . O peso é afetivo e volta.
A
obesidade embora estudada amplamente pela medicina serve de indagação em outros
ramos das ciências e do conhecimento. Entre esses, a filosofia, a sociologia, a
psiquiatria e a psicologia.
Como
exemplo essa questão proposta: dentre todos os animais somos a única espécie
que ingerimos alimentos com o único propósito de prazer, de diversão, de
gozo e de satisfação instintiva.
Ofereça
por exemplo ração a um cachorro ou porco. Ele comerá até saciar sua fome. Se
lhe adicionar o melhor petisco ou ração a mais cheirosa ou saborosa, ele
não comerá a mais.
Mesma
experiência com os humanos mórbidos. O sujeito se fartou e se refestelou em
massas, carnes e sobremesa. Se lhe der mais um musse ou torta de chocolate, o
sujeito se empanturra como se não houvesse amanhã. À la assertiva
do Carpem Die. Tenha um bom dia, aproveite ao máximo a vida, coma do bom e do
melhor. Conselho dos sobreviventes do antigo Império Romano.
A
obesidade, costumeiramente se apresenta em família. Tudo se estabelece por um
fator hereditário comportamental. Bem entendido, não genético, nada de DNA.
Hereditário por hábitos de festas e orgias alimentares peculiares naquela
família.
A
criança crescida nesse ambiente de tudo prazer, de toda alegria centrada de
tudo quanto é iguaria se tornará um adulto glutão e comilão por toda sua vida.
Uma
criança que passa a adolescência obesa tem risco quase 100% de se tornar
uma adulta obesa irreversível. Por que? O seu número de
células adiposas é infinitamente maior do que uma criança de peso normal.
Células adiposas são famintas , esfomeadas por mais e mais calorias, mais e
mais iguarias. O indivíduo come, come, as células gordurosas empanturram e ele,
indivíduo obeso , também portanto se empanturra. O melhor é a prevenção, com
educação que começa lá no berço com a primeira amamentação. Comida não é tudo
na vida. Abril/2019.
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